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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Desejos de Natal…

Apesar de fleumático por natureza e indiferente por opção, não posso deixar passar esta data em branco. A neve que avisto ao longe, reforça este lado sentimental que os tios vão tendo (com conta peso e medida!).
E depois destra introdução, talvez desnecessária, os votos do Tio do Algarve:

Desejo que não tenham feito muitas compras de Natal, e se as fizeram que não tenha sido em Catedrais do Consumo, nesta época do ano a abarrotar de crentes.

Desejo que não tenham estado muitas horas em filas de trânsito, ou à procura de lugar para estacionar em centros comerciais, mas se foi esse o caso, que a vossa paciência tenha sido suficientemente grande para ultrapassar todos esses incómodos.

Desejo que possam perdoar aos condutores que desconhecem em absoluto a função do pisca nos automóveis, mas que fazem frequente uso do travão, sem que para tal haja motivo aparente. Desejo ainda que possam perdoar aqueles que circulam o 70 km/hora nas auto-estradas e a 140 nas avenidas onde não há radares.

Desejo que não me leiam num Migalhães (traz más recordações), mas sim num outro PC ou Mac.

E agora o meu lado lamechas:

Desejo que as prendas que ofereceram tenham algum significado para quem as recebeu,

Desejo que possam passar este dia simbólico, com que gostam de estar,

Desejo que recordem, por um minuto que seja, as pessoas boas que gostávamos que estivem convosco e não estão, e que por algumas horas nos esqueçamos daquelas que merecem ser esquecidas,

Em especial desejo que, nesta quadra, nos possamos esquecer deste desgoverno que se governa, mas que depois nos lembremos deles todos os dias, em especial nos dias de eleições.

Boas Festas e Festas Boas, porque a vida vive-se a cada instante e não tem as funções Copy, Past, FastForward e menos ainda a de Rewind…

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Quilometro ou milímetro do Mondego?

Tendencialmente sou cada vez mais pessimista, quando ouço falar de PECs, de medidas de contenção da despesa pública, de medidas de relançamento da economia, de apoio às exportações, de incentivos à Inovação, e outras tantas que agora não me recordo...

De tanto ouvir a mesma cantilena, sem resultados práticos, tornei-me um sério descrente de medidas. De todas e quaisquer medidas anunciadas com pompa e circunstância, no telejornal das 8, mas sem qualquer resultado prático, a não ser afundarmo-nos cada vez mais e o Tio tornar-se cada vez mais descrente.

Chego a pensar se esta minha alergia a medidas terá algo a ver com o meu passado nas unidades do SI, ou do drama da Hidráulica, a que já me referi…Penso que não.

Como não há bela sem senão, também houve um fruto das penúltimas (ou antepenúltimas) medidas que, não tendo tido o atingido o objectivo de redução de despesa como previsto, sempre acabou por ter um efeito redutor…Ou, no mínimo, uma conversão de unidades.

Refiro-me ao fantástico Metro do Mondego, a empresa com uma relação administradores/trabalhadores de 1,3, rácio fantástico para uma empresa que gastou Quilhões (uma unidade derivada do Quilómetro e do Milhão, usada em Grandes Empresas Públicas) de Euros em projectos e outras mordomias (gastos operacionais, de acordo com a terminologia oficial), mas não construiu sequer um milímetro de carril ferroviário…

Os brilhantes gestores desta empresa, certamente foram reconduzidos para outras, em lugares de grande responsabilidade e pequenos ordenados (ou será o contrário?), certamente mantendo as mesmas mordomias. Foi pena que não tenham ido para empresas congéneres do mercado europeu ou, melhor ainda, de países emergentes, mas pelo menos espero que não tenham tido a indecência de lhes dar umas reformas douradas, da cor das pílulas que nos enviam pelos olhos nas notícias…

É caso para dizer, fujamos do Sistema Internacional, voltemos ao CGS, ou rejeitemos todos que se baseiam numa unidade acima do milímetro…

Nem quilometro, nem metro, nem milímetro. Mícron do Mondego, já! E parece que desta lá se foi: Pouca terra, pouca terra, Muita massa, muita massa, é a onomatopeia desta desventura…

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Afinal há excepções boas...

Ontem o representante da República nos Açores vetou a orçamento do Governo Regional, onde se incluía a excepção número dois, ou três, já não estou certo, aos cortes nos ordenados da função pública.
Agora a lei volta ao parlamento regional e como o pequeno César tem maioria absoluta, de certeza que vai ser aprovada ...

Pelo menos fez o que era correcto fazer e as declarações não foram dúbias, ou contraditórias, como estamos habituados: Eu até nem concordo, mas já que querem, eu promulgo… Não foi assim, e é caso para se dizer, assim vale a pena estar representado!

Se não tivesse outra utilidade ou função o representante da República nas Regiões Autónomas (Ilhas Adjacentes que nos absorvem uma parte significativa dos nossos impostos para viver à Grande e à Gaulesa), mostrou que tem carácter e não tem Cerelac na língua, nem medo do Pequeno César!

Claro que há possibilidade de, num telefonema prévio ter havido aquela pequena conversa, é pá desculpa, mas tenho mesmo que fazer isto. É para salvar a honra do convento, e também aquela coisa a que se chama consciência, desculpa, lá pá… Vocês depois aprovam isso e eu sou obrigado a assinar… Claro que há esta possibilidade, mas que o anúncio caiu bem, caiu! E eu dou-lhe o benefício da dúvida.

Vampiros em série. Televisiva e não só…

Mete nojo o meu país, governado por uma Parceria Patético-Palerma, com uma hárpia como testemunha impávida, num menage surrealista a que vamos assistindo, exangues e já sem forças para resistir, enquanto este bando de vampiros, já sem vergonha, nos vai chupando o pouco que ainda temos.
Acabou um dos programas de televisão mais interessantes dos últimos anos. Talvez estivesse a ser incómodo? Não sei, mas que tinha graça tinha, o Contra Informação. Ao bom estilo desta clique governativa (leia-se que se sabe governar), muda-se o horário, várias vezes, até conseguir que ninguém saiba a que hora vai passar….Quanto maior for a amplitude da variação, mais bem sucedida é a manobra. Pode ser de manhã, ao fim de semana, passar para o fim da emissão e voltar para antes do “Preço Certo”, como exemplo. Até acabar. Estava esgotado o formato e a paciência, mas não a vontade de nos divertirmos e de assistir a humor inteligente.

Em contrapartida as séries de vampiros são cada vez mais frequentes. É sangue por todos os lados e a todas as horas, às vezes com mais mamas, outras com menos. À noite, sangue fresco com mamas à brava, a seguir ao jantar, sangue mais docinho, em versão portuguesa, a seguir ao almoço, sangue mas místico, enfim, a toda a hora… Ainda bem que não tenho TVCabo, nem tempo para ver, mas imagino que ainda há mais que desconheço, como grupos de fans, etc.

Será que a carne substitui o espírito, ou é mais uma gracinha irónica de quem, depois de comer a carninha e chupar o sangue, já nos está roer os ossinhos?
Hoje começa o julgamento do Banco para as Negociatas. Assim lhe chamavam, com mais justiça no CO, mas a quem também já baptizei de Banco Para Néscios…Dois anos para começar o julgamento, enquanto em terras do Tio Sam, o escândalo homólogo, de proporções incomparavelmente maiores já tem, há seis meses, o principal responsável preso, a cumprir 150 anos de prisão e as vendas/doações, que tinha feito para tentar salvaguardar a imoral fortuna, anuladas.

Não tenho dúvidas que no nosso país ninguém vai ser condenado ou se o for, vai ser como é habitual, com penas leves, para dormir confortável, as viúvas, ex mulheres, sobrinhas e quejandas vão ficar milionárias!
Call me Onlce Sam, please, and show me some Chuck Norris films, instead off this Twilight based movies…E juro que nunca pensei vir a dizer isto, mas apetece mesmo o “Round the house kick”, não apetece?

sábado, 11 de dezembro de 2010

Hot and fever

Será o calor que provoca a febre, ou a febre que traz o calor? Fico na dúvida, mas com uma certeza: A Beyoncé derrete qualquer gelo e aquece qualquer um…

E agora que estamos no Natal é uma boa inspiração para as prendinhas, como que a dizer FESTAS BOAS!



terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O pequeno César e o grande Calígula

Uma excepção nunca vem só, e o problema está no precedente… Depois da excepção número um, feita à medida para um grupo de patrícios de um conhecido banco do estado, da excepção número dois para os curadores dos hospitais, pouco hospitaleiros e outras que se irão conhecer, chegou a vez dos eunucos dos sobas das ilhas atlânticas.

Começou pela província mais distante de Roma (que abrange territórios desde Londres até ao Brasil), mas mais próxima do poder pela cor rosada da sua bandeira.

O pequeno César, com a sua cara de sapo mas com todo o despudor, veio anunciar uma compensação para os servidores públicos com ordenados abaixo dos 2000 sestércios. A compensação é de montante igual ao corte, ou seja: ficam na mesma, quiçá até com benefícios fiscais…

O grande Calígula sobe da novidade e logo se pronunciou sobre ela, mesmo antes de ouvir o grão-vizir, logo se apressou a dizer que a César o que é de César e que ele não tinha nada a ver com isso: Assuntos das colónias.

O Patrício Mor veio ler um auto sobre o assunto. Era imoral, os deuses não podiam aceitar aquela discriminação, que todos os romanos eram iguais à luz das leis.

O pequeno César ficou furioso e espumando lá disse que o Patrício andava à procura de apoios para a recandidatura. O assunto era do governo da província e não de Roma. Alguns tribunos e escribas vieram em socorro do Patrício, pois que a economia daquela região desértica era tão débil que os sestércios de Roma é que os sustentavam. Como podiam eles querer viver à grande e à moda da Gália, com os sacrifícios dos seus irmãos da Lusitânia?

O grande Calígula, finalmente (imagino com ajuda do seu grão-vizir), lá percebeu que aquilo era uma facada nas costas. Os seus correligionários afinal eram uns sicários, que só queriam aproveitar-se dele, e manda ler novo auto desancando o pequeno César…

Ficamos sem saber como acaba esta história, mas não tenho dúvidas que vão acabar todos com razão, na boa Pax Romana….

Precisamos urgentemente de um Viriato!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O sindroma da cigarra na gestão

Esta classe de sintomas não surge isoladamente, mas habitualmente é um dos primeiros sinais evidenciados pelos Ti-Us, quando chegam ao planeta Emp-Reza.

A fábula da cigarra e da formiga faz parte do imaginário das pessoas da minha geração que nasceram antes da entrada do Jardim Zoológico na economia nacional. Não me refiro à empresa da XS, mas sim à primeira referência, que me recordo, a animais na economia: A vaca. Foi com a vaca, sagrada nalguns países, que começou este rosário de animais, até chegar aos vampiros dos dias de hoje.

Tenho ideia de ter sido em 1973, com a dita primavera marcelista que chegou o tempo das Vacas Magras, e partir daí, é vê-los a falar de animais sem parar. A cigarra e a formiga inserem-se nesse contexto romântico de fazer passar determinada mensagem de forma simples e doce, apesar da amargura do tema. Perdoem-me o trocadilho… Pois foi nesse contexto do estábulo, quentinho (nessa altura já tinham percebido as potencialidades da biomassa), que recebi a mensagem da cigarra e da formiga, que é simples: devemos trabalhar para amealhar de forma a termos disponível quando precisarmos, como a formiguinha. A história também mostra o negativo, neste caso personificado pela cigarra que passa o verão a cantar e quando chega o Inverno, não tem nada guardado e passa fome…

São precisamente assim os nossos gestores com esta patologia. Chegam às empresas, começam a cantar de galo (outro animal na gestão…), a gastar como e a falar como a cigarra, trabalhar é que nada, ou talvez seja como a preguiça, para continuar no tema zoológico.

Normalmente quando mais cantam menos fazem ou sabem fazer, e não é preciso ser um entendido nestes comportamentos cada vez mais comuns, para se perceber isso logo no início.

No fantástico mundo de Emp-Reza, estas cigarras são animais que mais tarde revelam a sua essência, normalmente com ciclos de um ano. Começam como cigarras em época alta, com o calor do verão, e à medida que a temperatura vai arrefecendo transformam-se em sanguessugas. Este sindroma por vezes é confundido com o da águia, mas a última fase do ciclo de vida é diferente. O gestor com sindroma da cigarra, batendo as asas com todo o orgulho de uma borboleta, abandona o hospedeiro na fase do frio, na época baixa, passando para outro hospedeiro mais promissor.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Os cortes quando nascem não são para todos

As tão propaladas medidas de austeridade, incluíam cortes nos vencimentos dos funcionários públicos e nas empresas de capital maioritariamente públicas…

Desconfiei da implementação da medida. Não pelos professores, pelos técnicos, por milhares de profissionais sérios que estão na administração pública e desempenham de forma profissional e dedicada, por vezes em condições difíceis, o seu papel. Desconfiei por meia dúzia de crápulas, autênticas carraças que se agarraram ao lombo da vaca, emagrecida desde o choque petrolíferos de 73 e agora esquelética, a que pomposa e ironicamente deram o nome de gestores públicos.

Essas sanguessugas não podiam ser prejudicadas na sua sede de sangue fresco e por isso nunca acreditei. Só hoje veio a confirmação:

…. não se aplicam a empresas em que o seu estatuto comercial tal justifique.

Não são estas as palavras exactas, mas a ideia é esta, a pretexto da dita concorrência: quem mais mama, continua a mamar e os outros que vivam como puderem, e paguem a crise.

Justificam os ordenados mirabolantes de alguns gestores públicos com o perigo de saírem do país. Pois que saiam, e quanto mais depressa melhor. Se for preciso dou uma ajuda, contribuindo para pagar a viagem, mas com bilhete só de ida.

Amanhã a notícia vai ser desmentida, mas alguém acredita?

O homem corno e a empresa vaca

Um mail com origem brasileira, a avaliar pela conjugação dos verbos, brinca sobre os diferentes adjectivos usados para classificar homens e mulheres em função das suas experiências sexuais…Rio com gosto, não a pensar no Rio de Dezembro que se avizinha, mas na similitude das empresas com as pessoas…Os homens vão enganando as empresas e desta forma lesando os accionistas. Quantas mais enganarem, mais bem sucedidos. No caso das públicas são ainda menos púdicos e fazem-nos à descarada, sem qualquer vergonha, parecendo até ostentar algum orgulho nesse facto.

As empresas são as vacas, com cornos, mas que vão dando o leitinho para alimentar esta cambada de fracos gestores que vão saindo e entrando na vida de umas e de outras, deixando-as cada vez mais gastas, desgastadas, exauridas até aos ossos que também já foram vendidos a um qualquer cangalheiro expedito que se lançou no mercado de futuros e opções…

Por vezes os donos da vaquinha zangam-se com a vida que levam as quase filhas (quem anda na agricultura sabe como é este carinho especial que vamos tendo pelos animais e vegetais) e conseguem livrá-las dessas carraças que destroem a sua fonte de rendimento e, por vezes, amor paternal. Nesses casos, o homem fica com os cornos, mas já se tinha prevenido com umas cláusulas de rescisão que o vão deixar a pão-de-ló e champanhe para o resto da vida e mesmo que voltem a encontrar nova vaquinha ou cabrinha para desmamar, continuam a chupar a teta das outras…

Quanto acaba este ciclo não sei, mas acredito que a impunidade das acções poderá ser uma explicação para o sucesso do Farmville…

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Nuevos Ministérios 3

Continuando esta busca incansável de uma solução de governo estável, depois do Ministério da Iconemia e do Ministério da Corrupção e Assuntos Pessoais eis que surge outra ideia: O Ministério das Feiras, do Toucinho do Céu e dos Chouriços do Mar. Esta pasta, como o nome sugere, tutelaria o Comércio, as Forças Armadas (Força Aérea, Marinha e Exército), e também a Agricultura e as Pescas.

Numa eventual remodelação ministerial, já prevista mas ainda sem data, podem ser acrescentadas duas novas responsabilidades a este Ministério: A Higiene Oral e os Camiseiros e Alfaiates.

O Ministro é que já está escolhido, o ministério ajusta-se à pessoa, da mesma forma como se criam os concursos para as empresas e os lugares para os amigos. Não é sempre assim?

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Regresso à adolescência ou a descoberta do cérebro do lagarto

Jantar tranquilo, reviver bons momentos do passado, fazer planos para as próximas horas e, sobretudo para os próximos dias. Comemorar um dia especial, num sítio simples, mas habitual para este dia. A noite estava a pedir um copo e a fazer desejar o fim-de-semana, mesmo à segunda-feira. Seguimos sem saber para onde até que um semáforo vermelho na Avenida da França nos parou. Um Acelera também resolveu respeitar o semáforo, apesar do pé no acelerador revelar impaciência.

Verde. Sem qualquer explicação e que sequer o pudesse imaginar alguns segundos antes, sinto a adrenalina, enquanto meto a 2ª, a 3ª a 4ª e sem tempo de chegar à 5ª ou 6ª estou no cruzamento com a Constituição. O Acelera ficou para trás. No limite, volto à segunda, faço a curva e estou na Pedro Hispano. Vermelho, de novo, e volto a parar no cruzamento com a Domingos Machado.

O Acelera, que entretanto chegou, está louco, a avaliar pela forma como carrega no acelerador. Fica vermelho para os peões, inexistentes, aquela hora. Provoco-o, apesar do meu carro não fazer barulho, nem ter nenhum CD com Kuduro Progressivo a bombar. Ouço o I Feel Fine, duma colectânea dos Beatles. Penso no jantar, imagino-me a subir o viaduto e virar à direita, para descer para a via rápida. Volto a pensar no jantar e, mais do que isso, na companhia. Acordo para a realidade. Decido não arrancar, quando vem o verde. Vejo o outro carro a afastar-se, quase no cimo do viaduto. Ganhei! Foi o que certamente pensou. Imagino a frustração de não ter tido luta. Calmamente faço a curva e descendo, entro na via rápida, onde volto a parar, noutro semáforo.

- Foi para me impressionares, ou apenas para mostrar que o cérebro do homem tem uma grande semelhança com o do lagarto? Rio-me, com vontade enquanto volto a arrancar.

Não me recordava de uma cena destas e procuro na memória até recuar ao tempo em que me servia da mota para impressionar as miúdas. E recordei, sem nostalgia, o acidente que tive há séculos na Avenida Camilo e que impediu que tivesse ido a um almoço em casa dela. Acabámos, nesse dia, e noutros, por ficar na minha…

Continuo a ouvir “I Feel Fine” e percebo, finalmente, o sucesso que teve.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Nuevos Ministérios

Depois de um recorrido (¡Hola!) por Madrid, Valência e, the last but not the least, na minha querida Ouresnse, afogado com notícias de telepeaxe en prepago e outras novidades socretinas, vejo a luz ao fundo do túnel. Não é uma luz brilhante, é um farol de bicicleta, o nosso transporte do futuro.

Os Nuevos Ministérios ficam no meu percurso habitual e inevitável, do aeroporto até ao hotel, e já antes, até à cidade universitária, e são uma metáfora a que tenho que recorrer, pelo cruzamento entre o cor-de-rosa, o eterno feminino, as formas doces e suaves que embrulham, por vezes, realidades duras, a linha que me leva e traz do sonho para a realidade, e o cinzento onde confortavelmente me instalo, misturado, incógnito, nessa mole de gente, até passar para a linha verde que me leva à Gran Via ou ao Callao, esperança certa de uma noite animada nas Portas do Sol (e da Lua…).

Nestes devaneios apercebo-me que na nossa querida terra de Portugal o governo se esforça por mostrar uma imagem séria de contenção de custos, por si só insuficientes para alimentar esse monstro do deficit. Pelos vistos afinal não “há vida para além do deficit”, não é oh cenourinha que já te governaste (e bem) e que agora alimentas um coelhinho, que vai dando pequenas dentadinhas, com os seus belos dentinhos, made in clínica XPTO (se pagarem faço publicidade)

Ao que parece a oposição também, se esforça por dar uma imagem séria e impedir a imagem do centrão que todos temos (fase anterior à do pelintrão, em que nos vamos, em breve, transformar).

Parece que no meio deste esforço todo há que reforçar os gastos com seminários e exposições, que vão aumentar 46%, enquanto os gastos com publicidade vão aumentar “apenas” 30%. No total são “apenas” 23 milhões de euros, que o governo prevê gastar em 2011 com estas importantes rubricas. Não foi fácil, mas sempre se acabou por saber….Ufff.

Como a maior fatia destas “migalhas” no dizer dos nossos governantes, vai para o gabinete do Ministro da Presidência (ainda não mudou o nome…) tenho obrigação moral de sugerir uma pequena alteração a este esbulho, perdão, afectação de recursos.

Parece evidente, mas às vezes as coisas mais simples são as mais difíceis de encontrar…Neste desiderato de fusão e eliminação de serviços públicos desnecessários (e inexistentes, como são 9 dos 50 que se revê eliminar), sugiro a fusão do novíssimo Ministério da Iconemia com o da Propaganda e Assuntos Populares, num super Ministério da Corrupção e Assuntos Pessoais.

Enfim, é uma pequena e modesta contribuição, mas ainda me atrevo a sugerir que deve ser um deputado com experiência nestes assuntos de corrupção, muito conhecedor das realidades destas redes complexas, a liderar o processo de fusão. Preferencialmente deve ser oriundo de uma região considerada ultra periférica (epíteto usado para definir alguns lugares onde os fundos comunitários vão mais longe e mais alto) e, se possível, deve ter um penachinho de cabelo branco ou então o cabelo, todo, precocemente branco (situação melhor pontuada). Certo é o nome do Chefe de Gabinete deste super ministério, uma Débora Qualquer Coisa.

Sobre as possíveis fusões e eliminação de empresas públicas, PPP e quejandas, julgo que não me chega um ano de posts diários…

terça-feira, 19 de outubro de 2010

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Iconemia, Um novo ministério

A verborreia dos actuais políticos, autênticos vendedores da banha da cobra, mas com alma de vende pátrias, sempre me irritou. Hoje já não têm a famosa “cassete” que antes se atribuía à esquerda conservadora. Graças ao Plano Tecnológico têm porta USB e usam pens (não confundir com o espanhol pene), onde graças à grande capacidade de armazenagem, têm a matéria toda gravada. Leia-se: O ideário do partido (cuja raiz há muito foi esquecida), mas sobretudo o argumentário, peça fundamental para os debates do café, ou de outra natureza mais pública e teoricamente mais responsável e com mais implicações.
Alguns destes modelos vêm equipados com processadores de grande desempenho, possíveis graças à experiencia acumulada com os erros do pequeno computador azul que faz as delícias de ditadores de pacotilha e de miúdos de escola primária com pais inconscientes (imagino eu).

Há mesmo modelos que contêm projecções holográficas, tão reais que parecem verdadeiras pessoas (não confundir com pessoas verdadeiras, atributo ainda não disponibilizado para a classe política, versão actual em português).

Vem este assado a propósito do recente sassarico sobre o dito OE 2011, que será conhecido esta semana (imagino, por isso, que hoje e amanhã, vai haver noitada a produzir a dita peça). Birra, diz que disse, disse que não disse, diz que não quis dizer, diz que se pudesse dizia, e etc, com o Ministro da Propaganda Interna (que acumula a pasta da Socratização do Governo e da Sociedade), a deitar lenha na fogueira onde coze o coelhinho em lume brando…É o que entendo por sassarico. Desconheço se é este o significado da palavra.

O Tio acha que se devia mudar o nome a esse Ministério. Ao ver o ar de enlevo, onde se nota uma pontinha de orgulho, merecido, pela contribuição na construção da imagem mais falaciosa que tivemos até hoje, de um Primeiro-Ministro, pelo modo desbragado como fala de Economia, Tecnologia, Direito e de tudo o que tiver que transmitir, penso que este segundo ministro se deveria designar por Ministro da Iconemia.

Duas vantagens: Ficava claro o seu papel no governo e o seu contributo na construção de um ícone moderno. E, segunda grande vantagem, a rapaziada das Novas Apertunidades, sempre podia mostrar como se escrevia uma palavra que toda a gente diz mas só alguns sentem….

E agora vou pregar para nuestros hermanos. Até breve (se não for preciso pagar nenhuma taxa para regressar).

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Entidade Reguladora do Sexo - ERSex

Depois de um Ministério do Sexo, com ministra nomeada e com plenos poderes e apesar de se encontrar ainda pendente de nomeação o Secretário-Geral do Sexo, motivado pela actual crise económica financeira e etc, pareceu-me oportuno sugerir ao governo a criação de uma Entidade Reguladora do Sexo. É certo que esta ideia será polémica, mas parece-me minha obrigação, como cidadão, dar um contributo para resolução da crise. A recente alteração legislativa que permite a mudança de sexo pela via administrativa, o muito esperado simplesex, vem tornar imprescindível a implementação imediata desta Entidade Reguladora.

O sexo é, desde sempre, uma actividade que tem escapado à regulamentação, pese embora ter havido várias tentativas de a controlar, como atestam os rumores que tentam explicar a origem da palavra FUCK através de acrónimos, como seja o “Fornication Under Consent of the King" ou o "For Unlawful Carnal Knowledge" (pelos vistos alguns privilegiados teriam autorização para tal). São mitos urbanos, mas o que é certo é que a actividade existe e não tem sido regulamentada nem tributada, o que é inadmissível nos dias de forte crise (já esqueceram o eufemismo do abrandamento do crescimento, que podia ser mal interpretado). Não acredito nesta origem da palavra, pois seria admitir que os saxões teriam descoberto os prazeres carnais antes dos portugueses, o que é impossível: Adão e Eva, como aprendemos na catequese, os primeiros a experimentarem o sexo não autorizado, são nomes portugueses, autênticos, e apenas mais tarde adaptados para Inglês, o que prova que somos mais antigos nestas artes e reforça ainda mais a necessidade desta Entidade.

A ERSex, ombreia e vai partilhar informações com outras Entidades Reguladoras de extrema importância, como sejam a ERS (Saúde), a ERSE (Energia), ANACOM (Comunicações), o INIR (Estradas), etc, com o intuito de prestar um bom serviço a todos os cidadãos, zelando pelas boas práticas no sector. É uma entidade ainda mais transversal à sociedade e que se prevê de extrema relevância na defesa dos direitos liberdades e garantias dos portugueses.

Foi já publicada em Diário da Republica a constituição da Entidade, que em conferência de imprensa já fez saber que vai ser nomeada uma comissão de peritos para estudar ampla e profundamente os hábitos sexuais dos portugueses, tendo em vista num horizonte temporal curto serem publicadas no site da ERSex as boas práticas sexuais portuguesas (BPSEXP). Foi já anunciado que estas actividades estão sujeitas ao regime jurídico das contra-ordenações e a tabela de coimas foi já publicada no site da Entidade.

A Entidade ofereceu ainda um bacanal de honra, que terminou já de dia. Fontes não identificadas atribuíram ao Presidente da Entidade a afirmação “Dentro de meses os portugueses estarão todos F….” Esta afirmação foi prontamente desmentida pelo porta-voz da Entidade, que terá referido a existência de uma cabala para desacreditar a instituição e diabolizar os seus responsáveis.

Leituras recomendadas sobre etimologia da palavra inglesa:
http://www.time.com/time/nation/article/0,8599,1857851,00.html#ixzz10rchqDL6
http://en.wikipedia.org/wiki/Fuck

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Menage à trois, versão sociedade de consumo

Sim, também há menage à trois em Portugal, facilmente acessíveis, em muitos locais. Não é preciso procurar emoções diferentes em cidades grandes, centros cosmopolitas, ou locais discretos. Para os aproveitar nem é preciso ser muito afoito ou desinibido, ou gostar de emoções fortes e menos comuns. Este novo conceito, não tem origem no plano tecnológico, pois essa versão, mais económica, também não tem as mesmas potencialidades da versão sociedade de consumo, que hoje apresento

E quando me referia à versão digital, também não me referia ao famoso blog homónimo (oh Deba, volta, sff) que tão boas leituras nos proporcionou, durante algum tempo. Soube a pouco, infelizmente. Claro que Deba é a versão algarvia do nome da autora.

Bem chega de suspense (outra palavra dessa língua tão sensual, que adoro), e vamos ao ãmenage à trois, versão sociedade de consumo. Penso que uma explicação razoável para esta súbita vontade de experimentar esta receita, poderia prender-se com a vontade de ter um tacho que muita gente sente. Esta teoria explicaria também a mudança dos hábitos sexuais dos portugueses e das portuguesas…. Uma imagem vale mil palavras e por isso aqui ficam, em forma de fotografia, a versão sociedade de consumo, prova real de que é um prato muito apreciado em Portugal:


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Quem fala assim não é Gaga

Mas é de certeza uma Lady...

(BLog Da Bilá)*: Adorei esta...

E acho que tenho que escrever qualquer coisa a confirmar esta história.

Preservativo português

“A inteligência apertada discorre” é um conhecido aforismo que as recentes medidas de contenção tornam mais actual…Por outro lado, é cada vez mais premente a necessidade de conservar, de poupar, em detrimento do consumismo desenfreado. Esta tendência é mais marcada nos que vivem do seu ordenado sem as chorudas benesses de alguns (e já são tantos), privilegiados da nomenclatura actual.

E o Tio, não é excepção: É português, também usa de alguma contenção e sobretudo é sensível à protecção do planeta terra. A solução encontrada para proteger a ligação com o mundo durante mais um curto período de férias foi esta. Não registei a patente…

domingo, 12 de setembro de 2010

Regressarium

Não percebo nada de latim, mas confesso que as línguas latinas me atraem. Em rigor, tenho que confessar que também não sou indiferente às eslavas, se bem que na maior parte dos casos, sinto que lhe falta aquele calor, sonoridade e a sensualidade das latinas.

Enfim, são gostos e talvez seja essa a razão pela minha atracção pelo norte do país, de raízes mais romanas, enquanto o sul, me sugere mais a minha origem árabe, de nómada e, porque não, de sulista, elitista e ex-fumador (não me lembro se o candidato a primeiro ministro juntou aos defeitos o tabagismo, mas fica bem). É o cocktail das civilizações e o porto das influências…

E assim chegamos onde tinha pensado. Ao regresso de férias para muitos, a que alguns insistem em chamar rentrée…

O Tio adora partidas e como tal, também gosta de regressos, já que são os dois extremos do percurso. Ontem no Populum, renovado, antes de mais umas curtas férias en El Algarb, lá foi ao regressarium. E adorei…

Até para a semana! Bons regressariuns! Ou será regressaria, no plural?

sábado, 11 de setembro de 2010

Tiologia

A tiologia é um ramo do conhecimento que estuda os tios e as suas relações. Por vezes esta ciência pouco exacta mas com muitas regras, a que alguns chamam etioqueta é confundida, erradamente, com a tiocracia ou com a tiosofia.

Acontece que tiocracia, como o nome indica, resulta do grego kratos, poder, e de tio (que também tem origem grega, claro). A tiocracia é o governo dos tios. Ou seja, uma forma de governo onde o poder político é exercido por um grupo de tios. Mais uma vez se deve usar do maior cuidado para não confundir “governar” como a forma reflexa “governar-se”. Os tios não se governam a eles próprios, nem na forma reflexa nem no conteúdo, antes governam os outros. E qualquer alusão ao QI (acrónimo de Quem Indica), como fundamentação das escolhas é vivamente desaconselhada. O governo normalmente faz-se de forma indirecta, onde temos que salientar, pelo mais elementar sentido de justiça, o relevante papel das Tias nesta gestão discreta de destinos e recursos. A graça com que não dizem, mas sugerem, é uma capacidade rara e original desta espécie, como por exemplo: Apetecia-me um banho de mar … na Sardenha. Ou: Que saudades tenho daquele verão em … Monte Carlo. São meras frases que transformam o mais sisudo tio num paladino incansável na satisfação destes desejos.

Tiosofia, é o manual de conduta, o livro vermelho, a bíblia dos tios. Pertencer a esta casta é um desiderato de muitos, mas a que poucos, em verdade, conseguem chegar. Os tios como alfa e ómega da civilização, é o dogma desta tibo. Uma maneira simples de ver, e viver, a vida. Os que aderem a esta filosofia de vida, designam-se por tioffosi. Arquétios, são os modelos de comportamentos que fazem parte do inconsciente colectivo desta classe (oh tio Jung, o tio tava com toda a razão…).

Tiogonometria, como o nome indica é a disciplina que estuda os tiângulos, as relações entre os lados e os ângulos nos tios. O tiângulo recto é mais difícil de encontrar apesar de ser neste caso especial que têm origem todas as relações. O Tiorema de Tiantónio, que cito, é um exemplo desta ciência: ”A soma de um tiângulo rectângulo com um escaleno, origina uma figura geométrica conhecida como quadrada e um segmento de recta”.

Tiopologia, é a ciência que estuda as formas dos Tios, com vista a obtenção de categorias, uma espécie de taxonomia tiana.

Tiorema é uma verdade, evidente para os todos os Tios, mas eventualmente de difícil compreensão para o comum dos mortais que têm que a aceitar como verdadeira, mesmo que tal não pareça e mesmo que a demonstração não seja consequente.

Tiologismo é um dos raciocínios muitas vezes usados para demonstrações, desnecessárias, de Tioremas.

Está neste momento em curso a publicação de um Tiocionário com toda a terminologia desta ciência, também por vezes referida, por alguns autores, como “cientiologia”.

E hoje fico por aqui. O fim-de-semana já tá ai e tio tem pograma. Sim a falta do “r” é de pepósito, tá a ver?

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Why Don' t You

Recordo, sem saudade nem amargura aquele “why not?”, pergunta despretenciosa e quase inocente, feita por uma cidadã de nacionalidade russa no hall de elevadores de um famoso hotel na capital desse país tão acolhedor, no que respeita a algumas coisas. A minha miúda, companheira de viagem, não se apercebeu e durante os dezassete andares que durou a viagem fiquei a pensar naquela nega e na eficiência daquele país. Para quê perder tempo com rodeios? Sobra mais tempo para o resto, desde que tal não signifique, bem entendido, a dispensa de preliminares, ou um percurso em linha recta. Linhas rectas só famoso triângulo das Bermudas, ou dos Shorts e do rectângulo Algarvio.

Bem, para dizer que ao “maybe later…” com que o monumento de 1,90 fechou o diálogo, não tive presente o “why don’t you…”, que podia ser uma resposta imaginária, recurso último de quem não quer dizer que não por simples questões que se prendem com aquela parte do cérebro que dizem que temos em comum com os lagartos, e também não poder (talvez nem querer) dizer que sim, por razões tão evidentes que nem vale a pena comentar.

Bem e já chega de comentários sobre frases. Pressinto que esta segunda referência a este episódio de Moscovo se deve a saudades do local e que os elevadores são omnipresentes na minha vida… Deixo-vos esta fantástica versão de Gramophonedzie do celebérrimo Why don’t you. Afinal na Sérvia também há vida nocturna, pelo que posso perceber. Cá em Portugal é que ainda não chegou o disco…e a primavera de Praga, já deu lugar ao Inverno.

Dancemos, mais não seja para alegrar a alma e manter o corpo e espírito em forma.




E um beijinho para a minha amiga S que me fez descobrir esta música fantástica!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O sindroma do Euromilhões na gestão

Ou como o mito do D. Sebastião está bem vivo e arreigado na gestão em Portugal, poderia ser o subtítulo desta prosa que se destina apenas a mostrar e ilustrar com um pequeno exemplo o designado Sindroma do Euromilhões na gestão.

Como é sabido, a probabilidade de ganhar o Euromilhões é diminuta e facilmente calculada. O dinheiro.pt publicou há bastante tempo a forma de calcular essa probabilidade, que é de 1 em 76,275,360. Coisa pouca, vai sair de certeza esta sexta feira, provavelmente a alguém, a um nosso gestor com este sindroma.

O sorteio é à sexta-feira, o que ajuda a que esta patologia possa ser contraída com alguma facilidade. O Gestor contaminado, muito rapidamente absorve o germe desta hiperbactéria, o E1S7 e os primeiros sintomas manifestam-se imediatamente a seguir às primeiras dificuldades.

Hás dois tipos de efeitos, exógenos e endógenos. No primeiro caso o gestor contaminado acredita que factos que o vão beneficiar vão mesmo acontecer e, sobretudo, a uma sexta-feira O segundo grupo de efeitos prende-se com o acreditar que os seus problemas e obrigações se vão solucionar por um passo milagroso. As primeiras manifestações desta patologia fazem sentir-se em gestores de qualquer idade, mas predominam os casos de indivíduos entre os 30 e os 45 anos de sexo masculino com novas responsabilidades na gestão e caracterizam-se pelos devaneios, fixação de datas impossíveis, dead lines à sexta-feira, objectivos lunáticos e comportamento errático, com variações extremas de ânimo.

Um estudo intensivo demonstrou que grande parte dos gestores com esta patologia, acredita mesmo no que está a dizer e a prometer, apesar do irrealismo das afirmações e promessas, o que torna mais difícil de despistar a doença, numa primeira fase. Provou-se entretanto que a incidência era maior em quadros originários de determinadas escolas e que nunca tiveram que conquistar pelo seu trabalho e competência os lugares que ocupam.

Uma equipa de investigadores tentou fazer uma despistagem desta nova tipologia de hiperbactérias, no governo e nas autarquias mas foi impedida de o fazer, alegadamente por já estar em curso um plano nacional de vacinação. Entretanto ficou demonstrado que se trata de uma bactéria hiperresistente e facilmente transmissível pela cadeia hierárquica, a montante e a jusante.

domingo, 15 de agosto de 2010

Habilitação académica ou competência profissional?

Não sendo Director de Recursos Humanos (oh Miss Pólo, como eu te compreendo), nem Director Administrativo, Chefe de Pessoal, Encarregado Geral, Coordenador de Departamento, mas um simples operário de gestão, arvorado por vontade própria em operador de emoções, poucos curricula (que se lixe o acordo ortográfico) me chegam às mãos para ler.

Talvez fosse mais correcto dizer que os meus olhitos, que já vão fraquejando, não se deleitam com frequência nessas leituras edificantes, uma vez que leio com os olhos e não com as mãos (refiro-me a assuntos estritamente profissionais).

Esporadicamente lá tenho a sorte de me chegar uma dessas peças, que leio como todas as outras coisas: na diagonal, detendo-me apenas nalguma coisa que desperta a atenção, o que neste caso foi uma frase, que me deixou na dúvida se seria uma característica, formação, curso, atitude, religião ou hobby. E evidente que é daquelas coisas que não favorecem ninguém e só prejudicam, por isso mais valia estar calado: Membro da lista do PS para as eleições autárquicas de XXXX, em 9º lugar.

Naturalmente que o recomendei logo para Secretário de Estado da Igualdade, pois um candidato que publicita um facto destes, suponho que o ache positivo e merece pelo menos uma secretaria de estado, não uma vulgar empresa onde temos que trabalhar, todos os dias e, nalguns casos, como aquele a que o menino se candidata, muita vez mais de 16 horas por dia. Enfim, com uns intervalos para colocar uns posts, depois de ler uns CVs como o seu, o que é raro, felizmente …

Independentemente do Partido, o que me incomoda é verificar que do mais pequeno ao maior, se está na política para tirar dividendos pessoas, para se safar na vida e não por dedicação à causa pública, ao bem comum ou aos seus concidadãos. Não se está na política por outra convicção a não ser a que é preciso sacar o mais possível, porque isto não dura sempre. Não se está na política para servir ou outros e sim para se servir a si próprio, aos amigos, familiares e a todos que possam dar algo em troca ou a quem se devem favores, porque em determinada altura também fecharam os olhos ou olharam para o lado. E isso revolta-me.

Felizmente lembro-me disto de vez em quando para perceber onde estou e porque tomei as decisões que tomei. Ajudam-me a compreender a mediocridade de quem gere os nossos destinos.

Hoje é Domingo, é dia de missa para alguns, descanso para muitos, trabalho para outros e de faxes, para muito poucos eleitos.

sábado, 14 de agosto de 2010

A domadora de baleias e do salmonete

A vida reserva-nos surpresas que ultrapassam a imaginação mais fulgurante. Há dias, a pensar onde ia jantar, encontro uma amiga de há séculos. Café puxa café, café puxa água, água puxa cerveja, cerveja puxa jantar e a assim a Boa Hora, confirma o seu nome. Em Boa Hora fui à Boa Hora…

Horas que passaram como segundos e aquele boné que acho horrível na maior parte das pessoas que o usa, ficava-lhe bem.

Algum tempo depois, esquecido o hiato de séculos, ofereço-lhe um filme, já com alguns anos, mas com uma mensagem forte e actual: Whale Rider. A minha amiga compreendeu a mensagem, claro, mas talvez não a tenha integrado, como eu tinha pensado. A realidade quando está mesmo à nossa frente é mais difícil de ver…

Tinha atravessado um período difícil, de luta complicada, mas é uma resistente. Sobretudo, é uma vencedora, ou não fosse uma leoa, não das Marinhas, mas de terra firme, de S. Jorge de Arroios. Eu também precisava de nadar em mares mais calmos…

Olhar franco, calmo e doce. Cabelo forte e revolto como o oceano. Beijos com sabor a mar. Não nos prometemos nada, mas quisemos tudo…
Na sua aparente fragilidade vi uma força imensa, nos seus olhos castanhos vi a terra e o fogo. Viajei nas ondas do seu cabelo, abracei-a como quem segura o mundo e fiquei rendido à força tranquila da sua determinação…

E, juntos, tivemos tudo o que quisemos!

Que feliz acaso me levou à Boa Hora…


sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Uma aventura na A1. Ou como há males que vêm por bem.

Decididamente o meu carro está apostado em proporcionar-me novas e excitantes experiências. Depois de Santo Tirso, agora foi em Estarreja. Talvez pelo agradável aroma da aquela zona do país industrializado, ou por castigo divino, fiquei parado na A1, na zona das obras. Castigo divino, porque ia ao telefone a combinar um café com alguém que seguia na mesma auto-estrada no mesmo sentido, ou talvez por ter sido apanhado pelo radar, naquele sítio ao dobro da velocidade permitida, infracção que até hoje consegui escapar? Haja Deus!

Comprovei que não sou o único a abusar do acelerador, mas de certeza que não têm desculpa. Eu tinha a miúda à espera e queria chegar a horas…

Liguei para a marca, lá me foram buscar, levaram-me a uma Rent-a–car em Aveiro, e lá vai o Tio, com um bólide para pessoas mais novas do que ele entre 10 a 15 anos. Ando a prometer escrever um post sobre sexo e carros, e esta viatura, de sexo feminino, serviu-me de laboratório (de ideias, não de experiências…).

O carro até é giro, agarra-se bem às curvas (curvas, curvas, mas não é preciso exagerar), é rápido, mas não fiquei com pena de o entregar. Fica bem em senhoras e aceitável em jovens executivos em início de carreira, com idade entre os 26 e os 30, o que não é o meu caso.

Quando o fui entregar, o empregado da estação (a menina não estava…), disse-me, apontando para outro, como quem se desculpa: Hoje já tinha disponível este, mais adequado a si…
Fiquei a pensar se me achava velho, ou excessivamente conservador porque, de certeza, a sugestão não era pela nacionalidade da marca. Se fosse a colega tinha respondido, assim fiquei-me por um deixe lá, até me fez mais novo!

Entrei no meu velho companheiro de aventuras em auto-estradas e pensei, que anacrónicos ficam alguns tipos da minha idade e muito mais velhos, alguns já sem cabelo, com carros daquele tipo. Mas pior, ficou-me a dúvida: Como é que conseguem perceber alguma coisa daqueles rádios? E onde fica o CD? Precisava de mais uma semana, porque estar parado dentro do carro no parque de estacionamento podia ser mal interpretado.

Aqui fica uma fotografia do tido cujo, para se compreender a razão de alguns acidentes a tentar descobrir para que servem os botões (do rádio, claro).



Aveiro está bem, como sempre, e foi bom lá voltar. Sexta-feira, lá voltarei para a inauguração de um novo espaço bar, salão de chá, de inspiração egípcia. Espero que haja dança…

Será melhor reservar o mesmo carro? Ou o outro? Tenho que jurar que não é pretexto para ficar lá, mas alguém acredita que o meu carro é sentimental?

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Uma aventura na…Educação 2

À boa maneira do nosso desgoverno, quando uma coisa é publicada, tem sempre um erro…O Tio já entrou nessa onda. Depois corrige-se, neste caso é agora!

Faltava o critério de realização desta prova! Para ganhar o prémio, como em qualquer concurso de TV, as respostas têm que ser enviadas num prazo de duas horas, no dia 10 de Agosto e a partir das 12 horas, TMG!

Uma aventura na…Educação

Depois do sucesso editorial deste verdadeiro best seller da literatura de ficção, esgotada a inspiração, eis que o Tio foi contactado informalmente e no maior segredo (claro que vai ser um escândalo quando se souber, mas já está tudo controlado), para continuar a escrever esta saga de sucesso.

Uma única condição foi imposta: A de manter o anonimato e continuar a usar o nome dos supostos verdadeiros autores. Claro que acedi, não só pelo dinheiro que é muito, mas também pelo gozo!

E assim posso partilhar convosco os títulos e até conteúdos desta epopeia. Para já fiquem com os títulos:

1. Uma Aventura na Ficção Cientifica
2. Uma Aventura no reino do Pinóquio
3. Uma Aventura na Terra do Faz de Conta
4. Uma Aventura com Langelot e os Agentes Secretos
5. Uma Aventura na Terra do Bobby e do Tareco
6. Uma aventura com o Nautilus e o capitão Nemo (ainda estou a pensar se não ficaria melhor As vinte e duas mil e uma tretas submarinas)
7. Uma Aventura nos ordenados e no trabalho
8. Uma Aventura na Cultura da Batata e do Tremoço
9. Um Aventura da Terra do Nim e do Talvez

E agora os nomes dos autores

A. José Trocaste
B. Mariano Falador
C. Tinto Monteiro
D. Rui Apneia
E. Paulo Janelas
F. Gabriela Cavilhas
G. Melena André
H. Anónimo da Onça
I. Pedro Urtiga Macieira

Quem acertar nos pares de números e letras e os enviar para o email do Tio, habilita-se a um prémio especial.

As soluções estão aqui mas não vale ver antes de responder (e lembrem-se que tenho instalado o cuskometer X, que detecta todas essas fraudes). Aqui levamos a Dinâmica de Sucesso muito a sério, não tente defraudar o sistema.

(1-B); (2-A); (3-C); (4-D); (5-I); (6-E); (7-G); (8-F); (9-H)

sábado, 7 de agosto de 2010

Na Horizontal é à borla…

As promoções acontecem para escoar alguns stocks, atenuar a sazonalidade de alguns negócios, ou para incrementar ou estimular as vendas. São normalmente (ou deveriam ser) feitas em períodos curtos e bem marcados no tempo. Há também alguns erros no que respeita ao ciclo de vida dos produtos, mas suponho que não serão dos meus alunos e alunas. Tenho que me dirigir aos cavalheiros, por normalmente o erro na aplicação das promoções e descontos escreve-se no masculino. Por favor, se for esse o caso e tiverem sido meus discípulos, omitam o nome do vosso mestre. Quanto às meninas, estou sempre disponível para rever a matéria e para as ajudar no que for preciso.

Enfim, posto este preâmbulo, tenho que dizer que não estou a fazer nenhuma promoção a serviços prestados numa determinada posição (até porque a época não é a adequada), mas fiquei com alguma curiosidade, quando me chegou por email o texto sobre as portagens na dita via Longitudinal do Algarve, aka Via do Infante, aka A22.

A explicação da deputada algarvia que subscreve o texto, não me convenceu. O argumento de que o Algarve é um rectângulo e como tal não permite outra forma de atravessamento longitudinal é pouco criativo. Nem tudo o que é rectangular é limitativo… Não sou particularmente adepto das camas redondas, em forma de coração, ao melhor estio de Las Vegas (também não tenho nada contra…), mas o facto de usar normalmente camas rectangulares não quer dizer que me sinta quadrado, ou que a minha imaginação se limite a quatro linhas rectas…Por isso, minha cara deputada, esse argumento não colhe. O Algarve tem montes, tem imenso potencial que pode ser explorado. Por exemplo, uma via em forma de SS, com curvas boas (quem é que não gosta de boas curvas?), com a vantagem de representar, de forma simbólica e vista do céu, o ziguezaguear estratégico de todos os governos que temos tido! Sugeria o seguinte traçado:
Alcoutim (com ligação a Espanha), Tavira, Santa Cruz do Bispo, S. João da Venda (alguém se lembra onde fica?), Querença (não esquecer um nó em S. Clemente), Poço de Boliqueime (para queimar politicamente o Cavaco e obrigar a localidade a voltar ao nome que todos nos recordamos), Alferce (com nó para Monchique, claro!), Vila do Bispo (para calar a igreja).

Prontos, como ainda há pouco ouvi dizer, fica a minha sugestão, porque o meu querido Algarve, não é só praia e camones).

Enquanto este projecto de traçado fica em estudo, que deverá levar cerca de 5 anos, vamos preparando nomes para as comissões de estudo e acompanhamento, e os 6 euritos que vai custar ir de Vilar Real a Lagos pela dita cuja longitudinal.

Uma última nota, sobre os 120 euros usados como argumento pela senhora deputada no seu artigo. Se não gastarem os 120 euros na portagem, não os vão gastar nos restaurantes, de certeza. Acredite…No meu carro as portagens para o Algarve, custam muito menos, ainda bem. Assim posso gastar o remanescente noutras coisas, como em sumos, sandwiches e cafés vendidos a preços escabrosos nas áreas de serviço da empresa petrolífera portuguesa e ajudar a administração a atingir os objectivos (ou não) e receber uns prémios chorudos…

Tha last, but not the least: Essa forma de expressão do “Podias-vos falar” e “Podia-vos dizer”, deu-me uma ideia gira. Está prometido e, como sabem não sou político…


sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Disclaimer 2

Disclaimer 2, para algum eventual novo leitor: depois desta posta e desta, acho que se impõe, voltar ao tema.

Os meus posts não reflectem, ou podem não reflectir, as minhas opiniões sobre os assuntos, nem as do heteroblogónimo (inventei esta ontem) António Bernardo. Não se pretende de alguma forma, ou modo, ofender qualquer pessoa ou instituição, independentemente de ser verdadeira ou fictícia.

É obrigatório ler com rapidez, na diagonal nas entrelinhas, como lhe der mais jeito. É para pessoas inteligentes e, como dizia uma cidadã brasileira que conheci há algum tempo: open-minded. Dito por ela tem muito mais graça, confesso. Se não é o caso, por favor não me leia. Idem se tiver menos de 25 anos de idade física e mental, ou se for adepto fanático de algum partido político, religião, ou clube de futebol. Se forem do Sporting, não há problema, pois se for homem e do Sporting, de certeza não é fanático. Se for mulher, o Sporting tem as adeptas mais giras, por isso em termos de probabilidades são todos bem-vindos. E dos outros clubes também se tiverem Fair Play, sangue azul, encarnado ou coração com duas cores, tipo encarnado e preto, ou preto e branco. Sorriso amarelo também é bem-vindo, é o desafio de o por branco e verdadeiro.

Agora vou escrever uma notinha sobre a horizontalidade…

Oh sim!

Oh sim! O mar quando se zanga também é para todos.

Já me tinham dito que não havia casas (eufemismo utilizado para me referir às construções existentes nalgumas ilhas da Ria Formosa) na Fuzeta, mas não tinha acreditado completamente…Nem a do Senhor Eterno e Eternamente Presidente do Quarto Municipal? Não… Nem aquelas construídas mesmo em cima da areia? Não!!! Nada de casas.

Fui, vi, e comprovei: Não há casas…Os estragos que o mar tinha feito na areia, foram reparados, vai ser aberta uma nova barra mais a sotavento (esta ficou do mestrado em vela de cruzeiro) e agora a praia é para todos, como era há uns bons anos…

Não sei se é este tipo de acontecimentos que se chama escrever direito por linhas tortas, mas agora temos praia outra vez.

É de salientar a eficiência das redes de comunicação Olhanenses (Oh sim!), que garantiram a divulgação por toda a Europa desta nova realidade, com particular destaque para os mercados Francês, Luxemburguês e Alemão, a avaliai pelo elevado número de turistas em vacances e urlaub in Fuzeta Sur Mer. Aprendem muito bem o Português vernáculo e um fôdásse (não sei os símbolos fonéticos, nem a ortografia, escrevo como ouço) vindo daquelas bocas, com aquele sotaque franco-moncarapachense ou Ermesindo-Germânico, é muito mais sentido e dá uma força completamente diferente à exclamação.Apetece logo completar com outra do género, mas com uma nota mais internacional: Tais-toi cárrálhô! Enfim nem tudo é perfeito…

Fica-nos a esperança que o mar, um dia, dedique a sua atenção a outros locais da costa portuguesa, com ocupação selvagem e que o faça tão rápido e de forma tão eficiente como o fez na Fuzeta. Afinal há justiça em Portugal!

Pelo menos em parte do Portugal insular da Ria Formosa…

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Oh não!

Decido passar três dias em Olhão. Imagino-me na minha ilha predilecta, apesar do grande número de casas que por lá existem agora. Dizem-me que na Fuzeta já não há casas. Troco o Farol pela Armona, a partir da Fuzeta. Não aguento mais uma semana longe do mar…



Passo os olhos no jornal e descubro que este CR7 ou 9, que finalmente deixou o site do BES, já vai almoçar à Deserta! O Estaminé é famoso, os preços ainda vão subir mais, o que não é nada bom…
O que nos vale é o humor, que nunca perdemos, veja-se os comentários do blog “A Defesa de Faro”. Postas de lado as tradicionais rivalidades destas duas terras, há que dar os parabéns aos comentadores…A ideia da versão gay do Love Boat… LOL!!!
Imagem retirada daqui.

domingo, 25 de julho de 2010

Elevador multidestinos, ou como o número do azar não é o 13…

Por sugestão de uma leitora, decidi fazer uma pequena experiência, inocente, é certo mas de desfecho imprevisto.
A sugestão veio mesmo a propósito, pois permitia-me aumentar de forma considerável as probabilidades de encontrar a vizinha companheira de uma viagem anterior, com origem desconhecida.
Como habitualmente não uso esse meio de transporte tão íntimo em horas de ponta, pensei que o risco de um encontro indesejado, tipo marido com cara de poucos amigos e sacos do lixo, ou dona de casa com rolos na cabeça e chinelos (esta imagem persegue-me desde miúdo), ou teenager que leva os sacos do lixo da semana toda, para ter autorização para sair à noite (já não se usa, mas enfim...), era mínimo…
E pronto, lá chegou o transporte e comecei a viagem a carregar nos botões todos, por ordem descendente, do 13 até ao zero…
Quando acabei já o elevador ia no 12, pára, arranca, pára, arranca e eis que no piso nove se abre a porta... Pela brusquidão vi logo que não ia ter sorte. O perfil era o do marido intelectual urbano, já acomodado há alguns anos, fato de treino, ténis (sapatilhas, pronto…), eventualmente já preparado e devidamente equipado para um micro jogging matinal. Felizmente não trazia o saco do lixo.
Tentei pôr-me em frente aos botões, mas não dava, tive que o deixar entrar. Vai para carregar no botão mágico e dá-se conta que as luzes estavam todas acesas…Apeteceu-me rir, tal a cara de surpresa. Miúdos, disse eu, como quem justifica. Devem ser os do 12, disse ele, com voz de quem já sofreu alguma brincadeira semelhante (eu não fui, juro). Estão sempre na brincadeira!
Pelo caminho fiquei a saber que estava com pressa e percebi que seria um professor de educação física, mas nem quis perguntar não fosse dar-se o caso de pensar como é que miúdos, em tempo de escola, saem de casa às 10 da manhã! Seria o marido da dona do cocker?
De resto não se passou mais nada de interessante. Acabei por sari no Rés-do-Chão e apanhar outro elevador até à garagem.
Está visto que esta pesquisa ter que continuar, mas noutro horário!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Legislação sobre biomassa? Biomassa de Legislação!

A sanha legislativa deste governo chegou à biomassa. Como se ainda não tivéssemos legislação suficiente sobre todos os assuntos e mais algum, chegou a vez deste importante recurso natural. Vi a notícia, em rodapé, enquanto olhava distraído para as pernocas da comentadora de economia do Jornal da Manhã, da SIC Notícias e por isso é possível que me tenha escapado algum detalhe (da notícia, claro). É de salientar este hábito das entrevistas em sofás baixos, onde a câmara vai percorrendo as entrevistadas.

Enquanto detinha os olhos nos pormenores, outra notícia passa, precisamente em cima dos joelhos da comentadora (para quê tanta aquela barra encarnada, tão larga no oráculo?): Governo estuda a possibilidade de rever os preços das energias alternativas. Acho que esta é a forma ideal de dar notícias. Um fundo interessante, umas letras a passar e o efeito na nossa percepção é completamente diferente…

Para acabar os 5 minutos de notícias eis que chega o yoga do riso numa cadeia das filipinas. Fantástico. Presos, guardas, tudo a rir, em gargalhadas desenfreadas muito mais descontroladas do que se ouvissem o nosso primeiro a falar espanhol ou inglês técnico (penso que ainda não se atreveu a tentar o francês. As pernocas é que não voltaram ao ecran…Ah! The last, but not the least: A JP Sá Couto vai fazer uma fábrica em Angola. E a comentadora, bolas?

Fui forçado a concluir, sem poder terminar a atenta observação das notícias que:

1. A comentadora ainda não foi à praia, este ano
2. A m. talvez venha a pagar imposto ou a ser subsidiada, dependendo de quem a produz…
3. Os boys das eólicas já se encheram de massa, agora querem transformar a m. em ouro
4. Todo a legislação produzida sobre energias alternativas é uma biomassa, mas a dita cuja ainda não esta legislada.
5. O riso ppode ser uma terapia, barata, no meio da biomassa em que estamos atolados
6. O MIgalhães vai passar a chamar-se Merdalhães, em países lusófonos

Ficamos a aguardar com grande expectativa as portarias regulamentares. Eu é que vejo cada vez mais biomassa à minha volta e tenho menos massa na carteira.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Elevadores, Experiências e Condomínio

A título de curiosidade, mas motivado pela necessidade de partilha e também (não há nada como ser sincero) pelo sucesso, medido em comentários, das aventuras do Tio nos elevadores, aqui fica uma carta sobre o assunto. A resposta do condomínio será publicada em breve.

É também uma prova que a calma, a fleuma luso-britânica e o fairplay (para o nosso presidente da CE compreender), devem estar sempre presentes, independentemente da natureza da situação.

Aqui vai a missiva:

Exmo. Senhor Administrador do Condomínio do
Edifício Ti-U

Porto, 14 de Julho de 2010

Ao analisar o Relatório e as Contas do exercício de 2009, verifico ter sido gasta uma importância considerável na manutenção dos elevadores. No Relatório são mesmo referidas a reparação das guias, a substituição de roldanas e dos cabos, a afinação das portas e redução das folgas, no entanto parece que ficou tudo na mesma, a saber:

O elevador abana perigosamente entre o quarto e o sexto andar,
O barulho que faz, mais parece de um eléctrico ou de um comboio do que um elevador,
A iluminação interior frequentemente não funciona, ficando o elevador às escuras,


Sugeria ainda a colocação de um aviso, indicando aos nossos estimados condóminos que estas situações são normais, pois frequentemente são audíveis gritos, suspiros, exclamações, interjeições e outras expressões que indiciam grande tensão e ansiedade, nesse meio de transporte vertical.
Na expectativa da resolução do problema, subscrevo-me com os melhores cumprimentos.

António Bernardo Risos, 14º - A1

E a resposta:

Exmo. Senhor
António Bernardo Risos,
M.I. Condómino do 14 - A1
Edifício Ti-U

Porto, 16 de Julho de 2010

Acuso a recepção da comunicação de V. Exa. sobre os problemas sentidos no elevador, e que me cumpre responder.
Assim, começando pela sua última questão, como muito bem diz, o elevador é um transporte vertical, e como tal deve ser usado. Experiências que pessoas mais conservadoras costumam fazer na horizontal, não devem ser testadas nesse transporte vertical… Esse tipo de actividades introduz vibração adicional na cabine e essa é, sem dúvida, a causa do ruído e da trepidação que o estimado condómino diz sentir.

Quando ao facto deste fenómeno se manifestar entre o quarto e o sexto andar, mais parecendo um comboio, de acordo com as suas palavras, permito-me sugerir que V. Exa. troque o ascensor por um comboio. Naturalmente que não sugerimos esta troca para mais rapidamente chegar ao seu apartamento, mas para realização das suas experiências pessoais.

Uma nota final, sobre a luz da cabine. Como certamente sabe, por razões que se prendem com a redução de consumos de energia e consequente melhor preservação do ambiente, quando o elevador não está a ser utilizado, as luzes no interior desligam-se. Assim se pretender permanecer na cabine, com o elevador parado, sugiro que deixe a porta entreaberta. Este pequeno gesto não só tem vantagens ao nível da segurança, como também poderá proporcionar aos outros condóminos alguma formação adicional sobre um tema muito actual: “Novas perspectivas na utilização de elevadores” e que, certamente, seria muito apreciada.
Se o ruído dos outros condóminos a bater nas portas, nos vários andares, em desespero por haver apenas um elevador a funcionar ultrapassar os 50 dB, agradecemos o favor de o libertar, pois pode haver alguma necessidade mesmo urgente de utilização. Antecipadamente agradecemos que escolha o seu andar para realização dessas experiências…

Esperamos ter esclarecido completamente este assunto e, à disposição de V. Exa., subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos,


P’la Administração do condomínio
(assinatura ilegível, mas muito parecida com a do Tio…)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Socras City

Não gosto de futebol e em especial de toda a entourage ligada a esse desporto…Estou-me nas tintas se a casa que determinado jogador do Porto tem no Algarve é melhor que a de outro do Benfica, ou se algum jogador do Sporting passa férias na Terra do Fogo. Não me incomoda absolutamente nada. Encontrá-los nos restaurantes, é improvável como também o é nos bares e afins. Quando acontece, como não os conheço, só dou por isso pela corte que os rodeia. Assim incomodam-me pouco. O que irrita mesmo são as pessoas que idolatram estes comportamentos extravagantes e que olham estas personagens com admiração.

Contextualizado o tema, devo dizer que a primeira vez que ouvi esta expressão “Socras City” imaginei que se tratasse de um estádio, com a forma de um pote, onde se cozinhassem umas valentes caldeiradas regadas com bom vinho da herdade do Jamé. Nesse recinto o jogo seria a “Grande Farra”, versão portuguesa e aportuguesada de “La Grande Bouffe ”, onde alguns comiam até rebentar e outros passassem fome. Erro tremendo.

Socras city é afinal uma espécie de bantustão (esta palavra é fantástica), não ao estilo de Sun City mas absolutamente virtual, onde a realidade não importa. O programa de desenvolvimento tecnológico veio possibilitar a criação desta nova realidade, cheia de oportunidades. Não importa o que se vê, nem o que se sente. Importa apenas o que alguém diz, e só ouve quem quer…Ganha quem conseguir apresentar melhor, representar com mais convicção e ser mais submisso (não fiquem com ideias, é a verdade…).

No início de cada jogo, escolhe-se um papel, à semelhança de uma conhecida cidade infantil, que existe no Dolce Vita Tejo, só que em Socras City, é a valer. Dependendo dos amigos pode progredir na carreira e até, ao fim de semana ou quando for oportuno, fazer um curso superior. As únicas acções obrigatórias são as aulas de artes dramáticas, de demagogia e de auto-estima. Os jantares de culto da personalidade são imprescindíveis para subir níveis no jogo, assim como a desfaçatez e o descaramento.

Em Socras City, nada acontece por acaso, se for positivo o personagem. É sempre fruto de uma estratégia de desenvolvimento, pensada a médio e longo prazo, mas que deu resultados até superiores ao esperado. Se correu mal, o contexto é que tem a culpa, como sempre.

Nada de novo em Socras City…É só um intervalo o jogo é o mesmo.

Aos meus seguidores e leitores,

As minhas desculpas.

A quem segue este blog, dando-se ao incómodo de, publicamente, mostrar que gosta de ler os meus escritos, as minhas sinceras desculpas pela baixa produtividade.
Aos leitores que têm a simpatia de comentar os meus posts, também peço desculpas.
Aos leitores que não se identificam ou comentam, mas que com o cuskometer, identifico perfeitamente, ficam também as minhas desculpas.

Lamento desiludi-los mas não tenho podido escrever nada. Não estive na África do Sul, mas também vou regressar em breve.

À portuguesa, uma pequena justificação. Para além vários locais, do Norte ao Centro do país (ao Sul é mesmo só prazer…), onde vou desenvolvendo as minhas actividades profissionais, arranjei outra ocupação: O regresso às actividades lectivas, que me tem ocupado bastante na preparação desses conteúdos que com tanta alegria vou partilhando com os alunos. Também tem sido um prazer conhecer novas colegas, e partilhar conteúdos, número de telefone, dicas sobre bares e restaurantes, e etc., mas talvez um dia escreva sobre o assunto.

Uma notícia, boa ou má: Não ganhámos o campeonato do mundo de futebol e os nossos jogadores e comitiva não ficaram no District 9….

Lamentamos esta interrupção, o programa segue dentro de momentos.

As alfinetadas do Tio vão voltar….

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Vai tudo linamente…

Depois de vários rumores que indicavam este ex-ministro em vários lugares atractivos de empresas públicas, pouco pudicas em remunerações, eis que a surpresa do ano chegou.

Não se confirma que terá dito o célebre grito do Sorraia (versão remasterizada do grito do Ipiranga), quando surgiu esta possibilidade. Contudo fontes pouco fidedignas e geralmente mal informadas garantem que, quando foi sondado para o lugar, terá deixado escapar um dos seus famosos “jamais”, seguido de um “toujours” em voz baixa.

Se é estranho que um Engenheiro, apesar de ter mesmo o curso, ocupe o lugar de um Fiscalista? Claro que não, é perfeitamente natural! Há muitos juristas, como Directores de Produção de empresas de construção civil, no país dos títulos arrancados em portagens de auto-estradas e das licenciaturas tiradas por fax…E seguros, revisores oficiais de contas, Assembleias Gerais há em todas as Sociedades Anónimas… Don’t worry be happy!

Tenho pena que este engenheiro, célebre pelas suas citações, tenha substituído, um homem ímpar. Um homem livre, que nunca teve medo de dizer o que pensava, para além de Professor de Direito e um grande fiscalista, como foi o Prof. Saldanha Sanches. Aqui fica a sua última crónica, para quem não leu.

sábado, 19 de junho de 2010

Vivo, malgré tout

Notícias chegam-nos todos os dias, mas cada vez menos são as que queremos. Piores do que o esperávamos, muito piores que o desejávamos. Serão as que merecemos? E de muitas origens, desde os sumptuários gastos dos nossos governantes, aos escandalosos ordenados dos gestores públicos, passando pelos desbocados gastos e gostos da nossa selecção, digo, do “escrete verde e encarnado”. Não, não é engano, não é do escroto verde e encarnado. É mesmo escrete, como usam os “nossos” queridos comentadores futebolísticos em férias na África do Sul. Ficam tão queridos quando dizem, com aquela pronúncia baiana, que “o escrete canarinho” é a selecção favorita. São queridos, é para nos preparar para a “cabazada” (isto sim é português) que vamos apanhar neste mundial.

O futebol ultrapassa tudo e se não tivesse lido a “Tribo do Futebol”, do Desmond Morris, que me surpreendeu nesse livro, talvez não encontrasse outra explicação que não a ganância ou a vontade de alienação colectiva para esta loucura. Assim, acredito na possibilidade deste desporto nos estar no sangue, enquanto primatas, e fico mais convencido da inexorabilidade da decadência da nossa sociedade.

Esqueço os 280.000.000 de euros que se estima que venha a custar o mundial em percas de produtividade (a terça-feira à tarde foi excelente, para tratar de qualquer assunto em repartições públicas), esqueço que a nossa selecção é a segunda mais cara em instalações, esqueço os desvarios deste governo e o desgoverno deste país.

Percebo pelo silêncio dos gritos desses instrumentos infernais, que Portugal deve ter perdido ou empatado. Esqueço as vuvuzelas e o Mundial. Esqueço, mas não posso ignorar. Esqueço, mas não posso ignorar as declarações bacocas do nosso primeiro a propósito da golden share na PT e do pseudo poder de decisão do governo nas decisões da dita cuja, ou das outras ditas cujas. O governo vai usar a golden share para impedir a venda da Vivo? Foi a pergunta que originou outra brilhante reposta, em forma também de pergunta: É para isso que servem a golden share, não é?

Não, não é, como lhe devem ter dito depois. Foi o calor do Brasil, e a proximidade do mundial, que baralhou o nosso primeiro. Esqueço a privatização da PT, EDP, Petrogal e outras milhões de alienações, para não dizer vendas ao desbarato, de muitas jóias a preço de pechibeque. Esqueço outras tantas compras de fantasias a preço de jóias verdadeiras, pelo estado, ou pelo BPN que todos nós pagámos, através da nossa Caixa Geral de Depósitos. Esqueço isto tudo, mas não ignoro.

Esqueço a célebre expressão, de que há vida para além do deficit. Esqueço o país maravilha que em meses de governo hipócrita se transformou o que antes estava de tanga. Esqueço mas não posso ignorar.

Esqueço o saudoso IPE que juntava as participações do Estado. Esqueço a venda de ouro que escandalizou muitos portugueses, mas que foi apontado como um bom negócio.

Esqueço o aumento brutal e sempre crescente da dívida pública nos últimos 25 anos.

E porque esqueci tudo isto, não percebo a reacção contra a venda da Vivo, querendo misturar negócios com futebol, patriotismo com cegueira. Vendemos a mão, o braço o corpo e até o espírito e agora, por patriotismo, não vendemos os anéis. Renegámos a palavra Pátria e até a Mátria da Natália Correia, mas agora somos patriotas e por isso recusamos liminarmente a venda à Telefónica da participação da PT na Vivo. Mas o S. Judas vai fazer o milagre, que o Santo António e o S. João e S. Pedro não fizeram e vamos acabar o mês com a venda, não porque a devêssemos fazer, porque seria um bom negócio, mas sim porque vai haver um dividendo extra e um prémio de gestão, aposto.

Vejo todas as notícias que falam na redução do deficit, sempre à custa do aumento dos impostos e nunca à custa da redução dos gastos. E esqueço.

Esqueço tudo isto, adormeço, ao som das vuvuzelas, mas tenho pesadelos e acordo.

E revolto-me! E como esqueci, revolto-me de tudo, já sem saber de quê.

E vivo, malgré tout.

sábado, 12 de junho de 2010

Outra viagem de elevador

Viajava sozinho no elevador, a pensar no dia seguinte, como sempre. Pés no chão, que não tinha terra, mas um tapete castanho, gasto. Talvez por isso, a cabeça ande sempre no ar, nestas viagens. De repente parou e fiquei a pensar se teria carregado nalgum botão errado, porque me pareceu que ainda estava estava a meio caminho. É rarissímo encontrar alguém neste percurso, e daí a surpresa, mas lá consegui dizer bom dia, enquanto pensava na oportunidade do encontro... Pouco depois o elevador voltou a parar. Sai, não sai, ainda não era o destino. Mas nessa breve conversa de elevador, descobri que tenho uma vizinha com os mesmo hábitos de carregar na origem e destino. Se podemos fixar o destino depois da oirgem, porque não fazê-lo? O elevador, talvez pelo peso da idade também ou por ser emo, recusou-se a ir até ao R/C...Também já tinha perdido a pressa. Só depois de insistirmos um pouco, voltou a andar.

Em que andar teria entrado? Que cabeça no ar!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

TGV suspenso

Fontes próximas do governo das Raves (não confundir com o acrónimo de Rede de Alta velocidade, pois estamos a falar de muito speed, acima dos 2,8 gHz do Pentium 4), deixam escapar a notícia da desistência da linha 3 do TGV, entre Vilar Formoso e Cantanhede.

Esta opção, sugestão do Tio, após análise detalhada de todas as combinações possíveis de Tequilla Gin e Vodka, permitiria o atravessamento transversal do país e a ligação à linha 4 (Olhão-Trofa) com uma plataforma multimodal em Febres, mas a sua construção vai ser adiada.

Entre as razões que pudemos apurar para esta decisão, perfeitamente desconcertante para todos os amantes de comboios e em particular do restrito Mile Iron Wheels High Club (homólogo do exclusivo Mile High Club), foi apontada a não realização do Dixieland em 2009.

A notícia que já circulava desde Fevereiro, deixou em estado de choque todos os que se preparavam para em Junho se deslocar a Cantanhede. “Levem o TGV, mas deixem-nos o Jazz e a cerveja”, foi a palavra de ordem numa mega manifestação ocorrida Sábado num conhecido bar da Capital Algarvia. “Gastem o nosso dinheiro a fazer coisas úteis e não em ordenados de boys”, foi outra das críticas mais ouvidas entre os manifestantes, que circularam pela Rua do Crime até de madrugada.

“No more football”, foi outro dos hinos entoados pela noite fora. Alguns manifestantes acabaram por ser convidados a sair do recinto, dadas as suas exigências bizarras: Camarões de Cabo Verde. Camarões há só uns, os de Cabo Verde e mais nenhuns, cantavam enquanto os empregados tentavam servir-lhe Camarões de Moçambique, normalmente muito apreciados.

A manifestação terminou quando num desafio às autoridades, um grupo de cidadãos partiu, simbolicamente, uma vuvuzela (instrumento ruidoso de cor laranja) enquanto entoavam “What a Wonderful World”, acompanhados por um trompete. A polícia considerou o gesto uma ofensa grave à Selecção Nacional e, como tal, ao Governo da Nação.

Quem entender exagerada a atenção dada aos jogadores, ou as suas remunerações e esquema fiscal, é um perigoso agente subversivo, que será de imediato submetido a processo sumaríssimo, advertiu o Ministro da Desinformação.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Novos destinos

Na falta de novos rumos, precisamos de novos destinos. Um pouco como o país. Sem rumo, mas com metas cada vez mais ambiciosas e objectivos mais falaciosos. Fuga para a frente, há quem diga, e também ficou famosa aquela citação do político brasileiro: "O país está à beira do abismo, é preciso dar um passo em frente”. Ele disse, e nós fazemos.

Os espanhóis já desistiram do TGV até Badajoz (alguém acreditou que iam fazer, agora?). Mas nós insistimos, em levar a linha do Poceirão até ao Caia. Lisboa é a praia de Madrid, como disse o Senhor Ministro. Sim, o mesmo que disse que os encargos dessa brincadeira seriam sessenta milhões de euros no primeiro ano. E nós acreditamos…

Então aqui ficam algumas sugestões para novas linhas:

1. Alcoutim-Monchique, com construção de um ramal, em bitola europeia, Monchique-Aljezur. Esta linha permite que Aljezur seja a praia dos habitantes de Sanlucar de Guadiana, acaba com a discriminação a que Monchique tem sido submetido, por ser o único concelho do Algarve sem praias. No troço Aljezur Monchique, há carruagem especial para transporte de pranchas de surf, com possibilidade ainda de transportar pranchas de body board.

2. Barca de Alva-Moledo. Trás-os-Montes tem sido esquecido pelos governos centrais, zarolhos que só olham para o umbigo. O ex ministro com nome de conjunto de porcos, bem chamou a atenção para esta bonita região, mas foi logo caluniado por um sucateiro. Esta linha tem ainda a grande vantagem de servir as populações de Viana do Castelo nas suas deslocações às vindimas, bem como assegurar as deslocações pendulares dos cidadãos de San Martiin de Arteaga às Festas da Senhora da Agonia. Por despiciendo que é, não referimos a diminuição da sinistralidade, imputada ao consumo de álcool na terceira semana de Agosto, no Parque Internacional do Douro Internacional. Nota: O pleonasmo não é meu, mas sim do parque.

3. Vilar Formoso.Cantanhede, com ligação, nesta cidade dos marialvas ao ramal da Figueira da Foz. A grande vantagem desta linha prende-se com a redução das assimetrias regionais, uma vez que Viseu era a única capital de distrito sem ferrovia. Agora já há outras que se livraram desse pesadelo de ter o comboio, a fazer barulho, quando toda a gente precisa de descansar, mas os habitantes de Viseu nunca poderiam ir apanhar o comboio a Mangualde. Seria desprestigiante. Outra grande vantagem deste troço é que a praia de Viseu passaria ser a Figueira da Foz e não a Barra, dando a liberdade de escolha aos habitantes da Beira Alta, até agora condicionados por uma só praia. Finalmente, “the last but not the least”, uma expressão que não existe em Portugal, o Tio passaria a usar o TGV, a saborear um imperial fresquinho nas suas deslocações ao Festival Dixie, que está aí à porta. Nota: recomendo vivamente este festival.

4. Olhão-Trofa. Linha de grande arcaboiço, verdadeiro projecto de visão, permite juntar duas localidades que têm cidades geminadas em França. Se têm em França, mais razão para se geminarem em Portugal ou, como alguém disse: São cidades germinadas. Quer dizer, germinaram, desenvolveram-se e tornaram-se mulheres. Penso até que foram elevadas a Cidade no mesmo dia, mas não posso garantir. Esta linha, implicaria ainda a construção de uma nova travessia do Tejo na Chamusca, factor adicional de desenvolvimento para todo o Ribatejo. Em Olhão liga à linha do Algarve e na Trofa à linha do Minho e de Guimarães. Esta linha permitiria que as irregulares viagens do Tio para a Fuzeta, se agilizassem, garantindo importantes ganhos ecológicos, poupando 645 gramas de CO2 por ano. Numa segunda fase, Olhão seria ligado a Sevilha, com paragem na Maestranza. Neste troço as composições estão preparadas para levar touros e toureiros. Esta linha obviamente seria inaugurada pela Presidente da Câmara Municipal da Trofa (tem melhor imagem nos cartazes).

Nota Final: Estudos realizados provam a rentabilidade destas linhas no espaço de 5,4 anos. Garantem 5600 novos postos de trabalho em ano cruzeiro e 53.457 postos de trabalho durante os vinte e seis meses da construção. É completamente infundada a notícia divulgada por fonte desconhecida que na semana passada, este vosso dedicado escriba tinha viajado num voo FR qualquer coisa, entre FAO e OPO por 26 euros. Confirma no entanto a deslocação no Alfa Pendular 180, a 19º de temperatura interior, onde contraiu forte resfriado, dado o grande tempo de exposição. O custo da viagem não foi divulgado, mas rumores apontam para valores superiores a 70 euros.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Então aqui ficam...

...Os Azeitonas.

Enquanto pesquisava um vídeo para colocar aqui, percebi que uma música foi usada numa série de televisão, supostamente para adolescentes, cujo nome não menciono.
Foi pena, mas enfim. A música continua a ser a música. Divirtam-se!

sábado, 22 de maio de 2010

Rock in Tio

Apetece-me por a placa “fechado para obras”, marchar já para a capital do Rock e aparecer para a semana, sem dizer nada, mesmo correndo o risco de ser mal interpretado, pelas postas anteriores: Olha o Tio, caladinho que ele anda, às tantas foi para o Rock in Tirso…Não, foi para a Torre D. Chama, já que ninguém chamava por ele. E estamos perante mais um exemplo de como uma vírgula, mal colocada, pode dar azo a outras interpretações diversas da pretendida.

E que não dê também azo a que se confunda vírgula com virgo (o sexto signo do Zodíaco, que já não está alinhado com Mercúrio – Abençoado Google que me salvaste desta situação), nem dar asas à imaginação para outros voos, mesmo sem nuvem.

Que outro mérito não tivesse aquela exposição das “maminhas da senhora professora” (título de um artigo de jornal), contribuiu muito seriamente e de forma muito pragmática para o correcto uso dos verbos pousar e posar. Os pássaros não puderam pousar por causa da mancha negra do petróleo da BP. O presidente da BP não pode posar para uma fotografia pela vergonha que tem. Enfim, um exemplo descomprometido, como o Tio.

Pousado é que hoje não fica ninguém, com o furacão colombiano a actuar no Palco do Mundo, mas também pouca gente deve ter ficado, com as perguntas da Teresa Lage, antes dos Azeitonas: Porque é que está aqui? Gosta só do Miguel AJ, ou também gosta de mais algum elemento da banda? Gostas das músicas dos Azeitonas? Qual é a música que mais gosta? E foi aqui que comecei a ouvir no regresso de quatro valentes horas de aula (das antigas, de 50 minutos): Mulheres nuas! Mulheres nuas! Aquela miúda! Quem és tua miúda? E assim por diante…Se não tivesse começado o concerto, ainda pensava que a entrevista era sobre outro assunto…

Também me divirto a ouvir os Azeitonas, mas gosto da banda, no seu conjunto. As letras têm imensa graça e o “Quem és tu miúda”, tem que ser um hiper-mega-super-êxito, espero eu.

Também espero que a Teresa Lage continue a fazer este tipo de perguntas e obter este tipo de respostas. Evitam que adormeça nas curvas da auto-estrada. Não disse adormecer na auto-estrada a pensar nas curvas. E ainda não tinha entrado nos TGVs. Aliás, nem sou muito fan de shots. Sou um conservador, neste tema das bebidas. Tudo ao natural!

Este discurso concêntrico deve ter-me ficado das leituras do Pe. António Vieira, gigante da literatura portuguesa, que muito boa gente devia ter lido e não leu. Afinal, ainda continuo um pouco traumatizado com o Sermão de Santo António aos Peixes…Mas esta já é outra história.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Conclusão

Incongruências 6 - Desabafos 7

Hoje desabafei mais do que fui coerente nos meus desabafos.
Mas...como afinal havia outra, acho que há empate técnico.

Será isto um tivisão, um Tio dividido? Não. São efeitos secundários da leitura matinal de um reputado jornal sensacionalista da nossa praça.


Amanha volta tudo à normalidade.

E o Fringe? Entretanto foi-se, mas espero que tenha valido a pena...

Desabafos 7

A realidade não existe. Apenas uma imagem. Ou fotografias...

Desabafos 6

Na realidade, não sei o que se passa comigo hoje.

Desabafos 5

Desculpe. Na realidade não a queria ofender.

Desabafos 4

Nunca escrevi tantos posts sobre uma pessoa que não conheço.

Será que tem alguma coisa a ver com o Freud?
Realmente, até gostava de a conhecer. Ou será que gostava de a conhecer na realidade?

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Desabafos 3

A realidade, às vezes, é melhor que a ficção!

Desabafos 2

Faço tudo o que me dá na real gana.

Desabafos 1

Por muito que tivesse tentado hoje, nunca caí na real...

Afinal Havia Outra

Recordo o programa do Jô Soares com o Agildo Ribeiro, em que havia um pequeno sketch, que ficou célebre pela expressão “múmia paralítica”. Outra das expressões recorrentes era: Brunaaaa. Sei que se referia à Lombardi, que, acredito, nunca terá insultado o nosso país, como outra sua colega de profissão, compatriota, contemporânea e cujo nome não escrevo.

Dois países, duas Brunas, mas … a nossa é melhor! E, de certeza, que sem grande esforço também faria mexer muita múmia.

Incongruências 6

Se o Governo governa para as Câmaras e para a comunicação social, numa orgia de demagogia, sem nenhum modelo de virtude, porque é que uma professora, não profissionalizada, não pode professar uma carreira de modelo, numa tarde, em frente à câmara fotográfica de uma revista erótica?

Incongruências 5

Uma imagem vale mil palavras, mas ainda não vi nada... Dizem que a maquilhagem faz milagres. Continuo sem ver nada.
Mas não tenho inveja de quem viu, nem raiva de quem não quer ver! Começo a acreditar em milagres…

E juro que este post não tem nada que ver com a vitória do Benfica no campeonato!

Incongruências 4

Num dia penso numa professora do básico que ousou desafiar publicamente uma sociedade, que a castigou. No outro, penso que há pessoas que castigam crianças em privado durante muitos dias. E essa sociedade não publica nada sobre o assunto, cala. E fico triste, todos os dias.

Incongruências 3

Num dia penso que nunca tive grandes actividades extracurriculares no secundário. No outro, penso que a reforma do ensino era mais do que necessária.

Incongruências 2

Num dia leio notícias sobre a professora mais famosa do país e penso no rebuliço que deve ir lá naquela terra aparentemente tão pacata, com um nome tão giro e que falta faz uma pedrada no charco… No outro dia também.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Uma lembrança fresca



Extra cool! O que é aquilo do outro lado da rua? Never mind!

Horizontes que cantam

Porque sempre tive e preciso de horizontes largos...



E acho que todos precisamos....

A reportagem

Vê-se que as unhas estão cortadas...





















O contraste entre as pedras da calçada, ou talvez seja melhor usar luvas com este telemóvel ultra sensível...

Incongruências 1

Num dia adiro ao grupo do Facebook, “Quero o 13º Mês, não quero o TGV”. No outro, dava o 13º mês para não ter este políticos que não sabem que o TGV não leva mercadorias, mas que nos levam 5 meses de ordenado, por ano, em impostos. É uma média, mas deixa-me apreensivo...

terça-feira, 18 de maio de 2010

Pequena memória justificativa de uma ausência

Pequena, mas verdadeira porque, desde que cheguei, penso responder aos emails, comments e mesmo visitar os blogs que visitava com frequência, antes desta fuga romântica para terras a oeste, no Reino de Sua Majestade.

Os meus seguidores merecem este gesto público, de apresentação de desculpas privadas e pedia, desde já, encarecidamente, que não fizessem nenhuma ligação entre este aparente luto e a vitória do Benfica no campeonato. Não foi isso e independentemente da nuvem ter origem no pó dos cachecóis encarnados ou no vulcão da Islândia (outro sucesso de governo europeu), também não teve grande influência nas minhas faltas. Na véspera do meu regresso ao Reino do Faz de Conta, resolveram abrir todos os aeroportos de Portugal e também todos os do Reino Unido (que pena…). Também acredito que a visita papal não teve nenhuma influência neste fenómeno da segunda circular (espero que extemporâneo), no meu regresso, ou no fim do Ex PEC (Paga E Cala) e começo do novo PAC (Paga Antes que te Calemos de vez). E não venham com bocas por causa dos sapatos vermelhos.

Ainda não foi desta que desapareci, depois de um ataque de algum monstro, não de Loch Ness, nem de Bae Caerdydd (já tenho saudades…), ou seduzido por alguma uma galesa, ruiva, de olhos azuis, a falar a língua dos elfos. Nunca vi nenhum elfo a falar, mas como também não ouvi nenhuma galesa a falar galês, a minha certeza mantém-se: Os elfos falam galês.

Bem, mas a verdade é que assim que regressei, para além das minhas tarefas habituais, lá voltei à Escola, para dar umas aulinhas. Este regresso ao ensino também não teve nada que ver com a injustiça feita à Bruna Real. As saudades eram muitas e a massaroca também vai dar jeito, para compensar o que nos vão tirar este ano e seguintes. O que não estava à espera era de ter que fazer de novo o curso de Formação de Formadores, depois de já ter renovado o CAP uma vez e de ter recebido (prevenir, prevenir...) formação para o renovar segunda vez. Mas…. Deixei passar o prazo e não adiantou nada. Caducou, como a esperança de muitos nas medidas do governo. O que não caducou foi a minha vontade de repetir a experiência, e se tal acontecer, agradeço antecipadamente a Vossa Estimada compreensão.

Estou entretanto a pensar se no Arquivo Municipal de Mirandela não haverá interesse numa breve resumo da minha última peregrinação por terras de Sua Majestade.

Bem dada esta explicação, fazendo votos que as minhas desculpas sejam aceites, vou partir para a acção, de novo, a começar com uma reportagem fotográfica, como é habitual nestas situações. Até já!