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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Sonhos, Pesadelos e Cicatrizes

Depois um sonho tão agradável no comboio, hoje foi a vez do pesadelo. Faz-me falta este saltar de cama para cama, sem ficar muito tempo no mesmo sítio. Dizem na minha terra que visita e peixe ao fim de três dias enjoa. Estou a ficar assim, já fico cansado de estar muito tempo no mesmo síito, mas quando regresso acontecem estes fenómenos...

Então aqui vai o meu pesadelo, talvez induzido pela história dos rins ou, o mais certo, pelos Anjos e Demónios do semana passada. Senti que tinha sido todo arranhado e a sensação foi tão forte que tive que ir ver ao espelho. Não. Não acordei na banheira de ninguém, quanto a isso não há perigo. Foi mesmo na cama que adormeci e acordei... Pois lá me fui ver ao espelho, o meu sonho tinha deixado marcas tão fortes que ainda dei uma volta ao quarto, uma vez que não ouvi barulho de felinos. Estaria alguma tigresse no roupeiro, qual surpresa antecipada de Holloween, que se tivesse entretido a afiar as garras? Também não estava...

Como explicar então as marcas? Observando com mais atenção vi que já eram antigas, e não eram na zona onde devem ficar os rins (onde julgo que devem ficar, pois essa parte da anatomia, não é a minha especialidade).

Eram bem à frente onde supostamente se situa o coração. Uma marca recente e outra já muito antiga. Não sei como, mas nunca tinha reparado nelas...

Voltei para a cama uma queen-size, que tem o tamanho ideal para dormir. Acordei cedo, com o sol a entrar pela janela. Ao fazer a barba, a memória foi aparecendo...Depos do banho já tinha recuperado a informação do disco duro.

Uma alma caridosa devolveu-me o que antes me tinham tirado. Daí as duas cicatrizes.

Obrigado. Nunca se sabe quando pode fazer falta...

What do I miss...

Chocolate Chip Cookies, Shortcakes, Portuguese Oat Cookies from Triunfo.
Oh I miss them all...

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Procurement

Há séculos que não me dedicava ao nosso querido planeta TI-U. Não por falta de matéria, pelo contrário, ela é tanta que às vezes nem sei por onde começar. Hoje vai ser o procurement, actividade em que os habitantes de Ti-U são exímios (como em tudo, saliente-se).

Detectada a necessidade, o que há a fazer é agarrar no telefone e combinar um almoço com um amigo, também do mesmo planeta. Escusado será dizer que ao combinar o almoço pode fazer logo a pergunta fatal. “O menino conhece alguém que faça bandeiras? Pecisava dumas bandeiras pa meter lá no monte alentejano que vou tansfomar em turismo rural, tá a ver...”

Se não resultar à primeira, o contacto vai-se desenvolvendo, até que surge uma tia que tem uma amiga que faz uns bordados que são leiloados nalguma obra de caridade.

“A Tia não se importava de fazer umas bandeiras?” “Querido, bandeiras nunca fiz, mas se o menino pecisa a Tia faz...”

Assim, dos bordados vão sair umas bandeiras que, por artes mágicas, ficam só um pedacinho mais caras e levam só um pedacinho mais de tempo a fazer. Com sorte ainda são dos países que nós queríamos.

Enfim é um exemplo, imaginado como todos os outros e que ilustra este processo, mas...quantas vezes acabamos por comprar pior, mais caro, em piores condições e ficamos a dever favores, por seguirmos esta metodologia?

Se não consultamos os fornecedores amigos, ainda ficamos mal vistos...

Antes aborreciam-me estas situações. Agora aprendi a divertir-me com elas. Sugiro que façam o mesmo. Por falar nisso, conhecem alguém que ...

sábado, 25 de outubro de 2008

Inocência, ternura e coincidência

Recebi hoje um mail muito comprido que alertava para os perigos das discotecas e de beber uns copos com desconhecidas. Ao que parece deitam uns pozinhos nas bebidas das vítimas que, acordam mais tarde, sem saber onde estão, numa banheira de gelo. Na parede, um cartaz alerta os recém-despertados para ligarem de imediato para o 112. Na casa de banho onde acordam essas peças, também há um espelho grande onde podem ver (não sei como) dois cortes nas costas, recentemente cosidos e ainda não cicatrizados.

O mail conclui com o perigo de nos roubarem os rins...Não explica o resto. Enfim hoje recebi este mail e tenho um convite para inauguração de uma discoteca nova, com o nome sugestivo de Anjos e Demónios. E vai mais longe: o local onde Anjos e Demónios se fundem e confundem...

Minha querida, só de si podia receber um mail destes e sorrir... Ainda não decidi se vou, mas se for, prometo que vou ter cuidado com esses demónios de saias, já que não posso levar o meu anjo da guarda...

Adoro-a fofinha!

Quem diz Guarda, também diz Porto, não vá às vezes confundirem-se as capitais de distrito e as bebidas... Bebia um Porto consigo, na Guarda ou em qualquer lugar...Que me diz a Viseu, um destes dias?

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Curriculum Vitae

Hoje precisei de escrever um Curriculum. Queria enviá-lo para uma escola, para voltar ao ensino, em part time. Não sei se o vou escrever, e se escrever se serei capaz de o enviar. Se o fizesse, seria assim, mas para o entregar em mão.

Nome: António Bernardo, mas há quem me chame Gugu.
Não gosto, parece pouco masculino. Quem me chama assim diz que é mais doce e se ajusta melhor à personagem.

Naturalidade: No mundo em grande mudança, na década de sessenta.

Profissão: Várias, a última: Director de Hotel. A que mais saudades deixou:
Professor em part-time de horário e de coração a tempo inteiro.

Formação académica: Irrelevante para o assunto em questão. Que interessam as notas para quem gosta de ajudar a descobrir conhecimento?
Mas enfim, se perguntam é porque acham importante e então aqui vai. Frequentei muitas escolas, mas a que gostei mais foi a Escola da Vida, obtive um diploma sem louvor, mas com distinção.

Desportos que praticou: Muitos excepto futebol, atletismo e outros do género.

Interesses pessoais: A vida, em geral. Em particular a liberdade, o mar e o sol, se possível juntos. Se não for possível, a chuva, através de um vidro ou fria na cara, seguida de um bom banho quente, a dois.

Auto Imagem: Sedutor por vocação e gosto pessoal. Adora o que faz.

Frase que melhor me descreve: Vivo no palco, para os espectadores que são solicitados a participar na peça, interagindo constantemente com o público que se torna também actor e autor desta peça que é a minha vida.

Disciplinas que gostaria de leccionar: Todas, mas uma ou duas de cada vez.

Entre a terceira pessoa do singular e a primeira, preferi escrever este CV na primeira pessoa. É mais íntimo e não parece tão pedante.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Memórias do Futuro

Há muitos anos, quando ainda acreditava que apenas era importante o sentir e não o saber, pelo excesso de um descurei o outro. Em vez de dar, recebia aulas, ou aliás, não as recebia porque as mensagens nunca chegavam ao destinatário. E assim a comunicação, de acordo com esses paradigmas da comunicação que na altura apenas adivinhava e já sentia, não se dava. As mensagens não chegavam ao destinatário. O porquê não interessa. A realidade era essa.

No entanto entre sonhos, alguns pedacinhos da realidade lá me iam chegando, sobretudo quando me serviam para entrar noutros sonhos. E assim a psicologia, ciência que até ai desconhecia, despertou um pouco dessa atenção. A necessária para me transportar para outro sonho.

A memória sempre me atraiu. Particularmente os vários tipos de memória, os mecanismos da memória e em especial um tipo de memória altamente influenciada por factores afectivos. Julgo que lhe chamavam memória autistica. Provavelmente já lhe deram outro nome ou, fruto desse tipo de memória, nunca existiu esse termo nem nunca foi falado em aula nenhuma de psicologia. Como explicar que pessoas se recordem com precisão de factos que não aconteceram com elas, mas na sua família? Ou em ambientes perto de si?

Outro fenómeno do inconsciente que me seduzia e seduz, prende-se com o vermos coisas que não acontecem, sugestões provocadas por motivos vários.

Desejarmos tanto que uma coisa aconteça que achamos que aconteceu….Será um delírio da memória? Paramnésia? Não acredito, mas às vezes a memória prega-nos partidas. Encontrarmos uma pessoa e julgarmos que é outra… Há dias fizeram-me avô de uma criança cujo pai é da minha idade. Fica para outro dia essa história e esses fenómeno psicológico e social.

E que dizer do fenómeno de acreditarmos que encontramos quem nunca vimos, mas desejávamos mesmo encontrar?

Longe das secretárias e mais ainda dos bancos da escola, à falta de melhor nome vou chamar-lhe "memória do futuro". E desculpem-me aqueles que nunca sonharam, porque os outros compreendem.

Depois das viagens a Marte, e a outros planetas, também me apetece escrever uma carta.

Não fossem as semelhanças mas, sobretudo as diferenças, chamar-lhe-ia:
“Memórias de A. num futuro sonhado”

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Outra Viagem

E tem sido assim a vida deste vosso primo. Segunda-feira, de manhã cedíssimo, lá vai ele para Lisboa. Regressa na terça, à tarde ao Norte. Prefere o comboio para se deslocar nestas viagens habituais. Sempre se descansa e; às vezes conhecem-se umas pessoas interessantes. Outras vezes é vencido pelo cansaço e afinal os óculos de sol dão jeito para umas reflexões em profundidade durante umas horas. Chega-se ao destino em plena forma.

Pois na última vigem, mais cedo ainda que o costume, lá foi ele. Normalmente estes comboios da manhã à segunda-feira vão completamente cheios. Não era o caso deste. Num dos lugares individuais, uma senhora, jovem e elegante de óculos de sol prontos para o nascer do dito que devia ocorrer dai a uma hora mais coisa menos coisa. Pulseiras várias e colares também, vestido às riscas preto e branco da H&M, com lenço no pescoço ficava-lhe bem. Leggings pretos realçavam uma elegância que não se adivinhava. Saltava aos olhos dos mais sonolentos.

Adormeci a sonhar Será possível? Não era. Não foi…

Vou passar a percorrer as duas carruagens da classe conforto, antes de me sentar no meu lugar, just in case.

sábado, 18 de outubro de 2008

Livros

Ontem falei nos livros de reclamações e, a propósito de falta de frontalidade, acabei por sugerir que esse tipo de personalidade fraca colocasse na mesa-de-cabeceira um busto de Napoleão.

Como a história pode eventualmente ser desconhecida, ainda nalguma mente mais retorcida poderia surgir a ideia de que eu próprio teria um livro de reclamações na minha mesa-de-cabeceira, para registo de alguma eventual reclamação. Ou, pior ainda, que teria alguma estatueta estranha para servir de pretexto de conversa. Nada disso.

Tenho três, ou quatro livros junto à cama e um baralho de cartas.
Fundamentalmente para uma leitura em conjunto ou para um jogo de sorte ou azar…

É sempre bom estar prevenido. Dependendo da situação, não vá algum dia faltar-me a inspiração ou o sono.
Bom fim-de-semana e boas leituras.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Livro de reclamações

Estou farto do livro de reclamações. Não há paciência para essa suposta ferramenta de melhoria de qualidade de serviços. Antigamente o livro tinha que ser substituído porque se estragava com falta de uso. Ninguém reclamava nada por pior que fosse o serviço. Na rua, diziam a toda a gente, que o serviço era mau que foram maltratados. Ao prestados de serviço nada. Se lhes perguntassem alguma coisa talvez até dissessem que estava tudo bem e que gostaram muito. Não por hipocrisia ou ironia. Por maneira de estar saloia.

Agora os livros são substituídos porque se gastam num instante. São reclamações por tudo e por nada com a trabalheira que isso dá. Não era mais simples dizer o que pretendem, e que podemos melhorar? Bolas. O livro de reclamações, faz favor. Este “faz favor” é pronunciado como a palavra F...Com o orgulho e a vaidade de quem é tão triste que não sabe pedir. Imagino como serão estes portugueses e portuguesas na cama. Devem ter as mesas de cabeceira cheias de bustos de Napoleão...

A última que recebi dá vontade de rir, mas lá tenho que enviar para as autoridades competentes... Envio com mais alegria, pode ser que se riam um pouco também e sempre os distrai dessa vida de mordomias dos institutos públicos.

Sabiam que os secadores de cabelo fazem mal ao cabelo e à atmosfera? Ficam a saber. Acho que lhes vou por uma grande etiqueta: “Não nos responsabilizamos por danos feitos ao penteado, ao cabelo, ao pelo de animais domésticos e a peças de vestuário. De igual modo não nos pode ser imputada qualquer responsabilidade se este aparelho for usado para atirar à cabeça de alguém”.

O melhor será copiar os termos de uso de algum software manhoso...Mas não serve de garantia para estas novas atitudes destes consumidores tão tímidos...Ainda bem que tenho vários disclaimers ao longo destas linhas!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

SExO

Ao ler alguns dos meus textos, vejo que tenho andado sempre à volta deste tema, com algumas entradas mais ou menos indirectas. Hoje em vez do habitual percurso, vou directo ao assunto: SEXO.

Carrossel, metade acordo ortográfico, metade português e metade francês. Gosto de me dar bem com toda a gente e, de vez quando lá vai uma conta à socialista. Nem sempre a soma das partes faz o todo...Pois bem, Passo os meus dias nesse carrossel, a pensar no tema, que está a ser recorrente. Uns segundos de distracção e lá tá o tio...

Será que o pé fica mais pesado quando vou numa determinada direcção ou será como nas viagens para o continente americano, que duram mais num sentido que no outro? Será apenas o SExO?

Às vezes tenho delírios, intersecções do sonho com a realidade e sei lá mais o quê. Depois invade-me um sentimento de “dolce fare niente”, que devia durar todo o dia. Tenho saudades desse tempo, em que podia passar os dias a sonhar, começando de manhã, não muito cedo e até à noite, altura para sair de casa. E às vezes nem apetecia, pelo bem que se estava nesse sonho.
Apetece-me mesmo passar um dia assim. Pois que a chuva seja o pretexto, se outro melhor não houver.

Sua Excelência o Onírico, claro, ou não estamos no mundo virtual?

Mudanças

Como o tempo está incerto mudei para as Fidji. Apenas umas horas de diferença...
Está-se bem. Obrigado pela sugestão. O sítio é óptimo!
BJS do
António Bernardo

Falta de imaginação ou de assunto?

O detalhe com que se fala dos assuntos, dá a entender a atenção dedicada aos mesmos. À medida com se vão subindo os degraus na escada hierárquica, ou de outras escadas, têm-se outros horizontes e outras perspectivas.

Fico com muita curiosidade quando ouço um ministro dizer que vai resolver o problema da segurança com 2.123 novos polícias, ou o dos incêndios contratando 165 novos bombeiros, 7 carros de não sei o quê e cinco “meios aéreos” (nome usado no verão para designar helicópteros e aviões).

Em Emp-Reza também sucede o mesmo ou muito parecido. É frequente estarmos a contar formigas e esquecermos os elefantes. É pena que não seja só em Emp-Reza e que essa cultura tenha passado cá para o nosso burgo... E depois são os erros de casting, o “misfit” que todos conhecemos...

Elé é querer saber quantos hóspedes entraram, que grupos é que vamos ter, quem é que está na recepção, etc, etc. etc. Só é pena não querem saber que menus vamos servir, quem é que está na copa, senão levavam com uns cremes Dubarry e umas Vichyssoise em cima. Para completar o ramalhete (rabanete ou rábano, neste caso), umas reduções de vinagre balsâmico em cama de tomate, alface e couve tronchuda. O nome é giro e vê-se logo o que se pretende fazer...

Hoje quando vinha do litoral para o interior a pensar neste assunto, subitamente tive uma ideia (coisa rara, mas foi mesmo).

Para estes casos, em que os tius, vindo nos “meios aéreos” aterram directamente nos patamares, ou seja nos Conselhos de Administração, sem ter que subir nenhuma escada e querem, à força, meter-se nas decisões dos outros em vez de pensares nas coisas que lhes dizem respeito, só há uma hipótese. Evidente que tive em conta que temos que os aturar, doutro modo não faria sentido esta questão...

“Atão”, a sugestão para melhor “ultapassar” esta situação é simular um roleplay constante. Assim que chegamos à empresa, imaginamos que estamos numa sessão de roleplay. O nosso tiu é a estrela e vamos imaginando que papéis ele vai interpretando ao longo do dia. De groom, jardineiro, empregado de mesa, técnico de manutenção, etc. Este forma de conviver com a situação poder ser melhorada com apostas, com os colegas. As apostas podem ser sobre o número de papéis a desempenhar, sobre os papéis em sim, ou ainda top of the top sobre a possibilidade de desempenhar o papel correspondente ao seu próprio papel real.

Pessoalmente gosto de apostar neste nível... Fica o tema para outro post: “António Bernardo: De operário da gestão a high roller da empresa”.

Vale a pena dizer porque se chegam a estas situações? Fico na dúvida será que é por falta de imaginação, ou de assunto? Falta de imaginação para desempenhar um papel próprio, de assunto, porque não sabendo nada, não têm tema de conversa...Mais. Como sempre, em Emp-Reza a resposta para falta de competência e explicação para esta troca de papéis pode ser outra: Se não sou eu a dizer, não fazem nada, tá a ver, não tá? É peciso dizer tudo, não é?

Descaradamente, pergunto sempre se aceitam um chá antes de começarmos uma reunião...

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Fome ou sede?

Estaremos sedentos de amor ou famintos de paixão? Não sei. O nosso idioma (ainda é influência dos três dias em Ourense) é rico, mas não tem a delicadeza do Francês nem o espírito do Inglês...Ainda bem que também não tem a frieza e austeridade do Alemão que, apesar de não ser parco em palavras se pronunciam todas as letras...

Serei o lobo faminto do Meat Loaf? O que não tenho de certeza é uma pele de cordeiro. Deve fazer imenso calor...Acho graça às máscaras mas não a transmutações...e outras palavras começadas em trans.

Se estivesse do outro lado do canal diria qualquer coisa do género: "Adventure is always welcome". Deste lado, não sei como expressar este impulso irresistível de fazer quilómetros sem fim por um bocado de tempo, infelizmente sempre curto demais. "Joie de vivre"? Talvez. Também tenho saudades da cidade do amor...Outra viagem para fazer.

Mas também tenho outra certeza. A rotina deixa-me de rastos...

Sede ou fome? As duas, naturalmente! Temos que satisfazer essas duas necessidades básicas do ser humano e, dizem os médicos, não se deve comer nem beber demais. Será para ficarmos com sede e fome?

Nunca fui homem de fazer tudo o que me receitam, como já perceberam. Dizem que a vida é feita de ciclos e começo a acreditar…Estou a passar a Pont Neuf (ironia de nome) e a chegar à Rive Gauche. Outra vez? Adoro.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Surpresa: Forma ou Conteúdo?

Uma nota e eis que surge a questão. Não posso perder a oportunidade de apresentar este dilema sobre a "surpresa".
Reflectia sobre o tema e pensava no que mais me atraía. Se o "conteúdo" da surpresa ou, pelo contrário, se o efeito se sobrepunha ao conteúdo. Claro que não é uma daquelas questões filosóficas sobre forma e conteúdo. É sobre gostos e sensações.

Enquanto reflectia, coisa rara nesta vida impulsiva, descobri que também me seduz preparar uma supresa para alguém especial.

Se passamos os dias a preparar eventos, porque não preparar de vez em quando uma surpresa? Há surpresas, passe o pleonasmo, que nos surpresndem pelo conteúdo. Outras porque não estávamos à espera que determinada pessoa fosse capaz de produzir esse conteúdo, mas acontece. Um pouco como aqueles alunos médios que de vez em quando, sem ninguém saber porquê, tem um teste excelente. Também pessoas mais cinzentas de vez em quando podem ser mais coloridas...

Enfim, vamos chegar á mesma conclusão de sempre. Depende, não é? Mas neste caso. Definitivamente é a forma e o conteúdo da surpresa que em conjunto a torna, ou não, agradável. E do agradável ao excitante a distância não é grande e o sentido é parecido.

Se por acaso, com paciência, alguém ler o que já escrevi sobre supresas, pode também ficar a saber que, neste campo, também gosto de retribuir...E retribuo.

O que é a vida sem supresas?

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Viagens

Tem um sido um tema recorrente nas minhas notas. Há tempo decidi por umas etiquetas nestas notas, e chamei-lhes viagens.

Três coincidências, hoje, sobre este tema: Um texto muito giro sobre o assunto (travelling together forever) e uma breve conversa sobre as minhas constantes viagens. Chamar-lhes-ei antes deslocações, pois passo a vida a andar de um lado para o outro, sem poder dizer que realmente viajo, no sentido que gosto de fazer.

Viajar é muito mais do que ir de um lado para o outro, como turista é mais do que aquele que permanece fora do seu domicílio por mais de 24 horas. Vou para a Galiza hoje, ao fim do dia. Uma deslocação é de certeza, será uma viagem?

Nestas deslocações gosto de ir sozinho. Encontra-se uma série de gente nas mesmas circunstâncias, que frequenta diferentes sítios. Podemos sempre escolher locais, ambientes e companhias. Acaba por ser extremamente divertido e compensa o esforço das reuniões e a atenção constante durante o dia.

Para viajar gosto de companhia Já não gosto de viajar sozinho e tenho saudades desses hábitos deliciosos, cerimoniais que se repetem com prazer. Pensar em destinos itinerários, enfim uma série de questões que são o aperitivo da “piéce de resistance”: A viagem em si.
Já perceberam que gosto de preliminares e de percursos. Depois da decisão do destino e do itinerário, a parte da roupa. Cada vez menos coisas. Para quê mais?

E a terceira coincidência? O mail do Club Med, que abri esta manhã, com umas promoções irresistíveis nuns sítios fantásticos. Não há nada melhor que começar um dia a sonhar. Pensar, temos sempre que o fazer, sonhar nem sempre podemos.

Vamos? Pelo menos podemos sonhar...

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Blogs

Tinha a ideia que os blogs tinham alguma função mais ou menos definida, dependendo da vontade dos seus autores e dos outros intervenientes da blogosfera. Partilhar alguma coisa, o escape de frustrações, a procura de alguém, a busca de contactos, a criação literária, a produção cultural, os desabafos pseudo-políticos ou pseudo-culturais.

Alguns mais fechados ou criados com um objectivo concreto, como uma bolinha de ping-pong saltariam, até que inevitavelmente ficariam numa dessas caixinhas. Não sei este pedacinho estará nalguma dessas classes, ou se irá ficar activo durante muito tempo, vamos ver.

Comecei este conjunto de notas, por puro prazer. Um pequeno desafio e já está. Espero que me visitem e se divirtam a ler.

O que nunca poderia esperar era que os blogs servissem como adjectivo. Há dias, numa reunião, um dos meus interlocutores, querendo referir-se negativamente a alguém usou a palavra com uma asserção que desconhecia: “Esse tipo é estranho, ligado aos blogs ... ”.

Impávido e sereno não pude deixar de contestar: Nem toda a gente da blogosfera se enquadra nessa categoria...
A pessoa que estava ao meu lado sorriu. Um sorriso cúmplice? Espero que sim.

Bolas, na minha terra não há destas mentalidades. Cada vez me sinto mais estrangeiro.