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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Excepção, exceção e excessão

Apesar do receio de me tornar aborrecido com estas postagens sobre o significado das palavras, à luz do dito Acordo Hortográfico e Urtografico, arrisco e decido continuar….Também me sinto um pouco compelido a tal, por razões que se prendem com as minhas relações afectivas com toda a pesada herança socretina e guterreica ou ponciana (do Pôncio Cavacus), em geral e muito em particular ao “Tratadão das Grafias, do Palavrão e das Sintaxias” (ler, por favor, com sotaque de português que passou uma semana em Fortaleza e já não se lembra como é que falava antes).

As três palavrinhas de hoje, são parónimas, não são homónimas nem homófonas e por isso não posso ser acusado de ser um perigoso fundamentalista, um sectário intolerante contra o prefixo homo. Tenho a certeza que as minhas leitoras e leitores já perceberam as minhas inclinações nesta matéria e espero que me aceitem como sou: Um hetero militante, um combatente em prol da diversidade. A língua é para ser usada de formas diferentes. Mas nada de modernices, como dizem os meus compadres do Alentejo, uniões de fato, sem fato, ou novidades ortográficas.

Depois deste devaneio com estas três meninas, a excepção, a exceção e a excessão, há que clarificar os conceitos, explicitar as diferenças… E deixemos o Menage para outra altura.

Excepção, é um substantivo do género feminino, significa um desvio da regra geral, uma restrição, um privilégio ou prerrogativa…

Exceção, é a forma brasileira da palavra excepção, não usada em Portugal, Angola Moçambique, S. Tomé e Príncipe, Timor, Cabo Verde e Macau (em Macau pode usar-se exception). “Essa gatinha tem uma bundinha que é uma exceção”, ou “O Lula não foi exceção no caso mensalão”, são exemplos, imaginários, de utilização dessa palavra, que também é um substantivo comum (ou incomum, depende da bundinha) e do género feminino.

“Excessão”, como o sufixo indica é um excesso muito grande. Um exemplo claro de utilização desta palavra pode ser observado na frase seguinte: “ As reformas dos políticos: tem muitos excessos, é um verdadeiro ’Excessão’! Outro exemplo de utilização comum deste vocábulo: Bebeu shots até cair para o lado, foi um “Excessão” de shots. “Excessão” é um substantivo do género masculino, cujo plural é: “Excessões”.

E se alguém chegou aqui por engano, sem ser uma excepção, leu o textículo todo, deve saber que esta é a casa do Grande Irmão Contra o Acordo Ortográfico, Plano Tecnológico, Especialmente o Migalhães, SCUTS, TGVs, Aeroportos e Outras Tolices Que Tais Que Agora Temos Todos Que Pagar Com Língua de Pau. Eu prefiro pagar com o pau e a língua, mas em separado e em suaves prestações.

PS: Refira-me ao lápis com que escrevo estas postas e às ditas.

Disclaimer (Nota de reserva não discriminatória): Não tenho nada contra os paulistas, cariocas baianos, gaúchos, de Curitiba, Ceará, Natal, Belém do Pará ou de Manaus, mas não me obriguem a escrever como eles, porque nunca conseguirei fazê-lo…. Saravá, meus irmãos aí desse lado do atlântico!!!

25 comentários:

  1. Como sabes, também eu sou avessa a tais modernices linguísticas e resisto a usá-las na minha chafarrica. O contrário se passa no meu contexto profissional, pois sou, por decreto, obrigada a escrever assim. Dito isto, eu serei uma das muitas pessoas que durante muitos anos, ao contrário do que aconteceu até este ano lectivo, passarei a dar com pau e com a língua erros na minha própria língua escrita. Daqui a 10 anos veremos no que é que esta fantochada resultou.

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  2. Eu também não entro nestas modernices :)
    Das três palavras apresentadas só conhecia a primeira, adorei conhecer a segunda e não gosto da terceira :)))

    beijinhos

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  3. Pseudo,
    Bem sei que sim, porque te leio com frequência. Ia escrever visito mas podia ser mal interpretado:). Neste momento não estou a leccionar em Portugal. Tenho pena, mas quando penso no acordo esse sentimento fica mais amenizado...

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  4. Fê,
    A terceira é que nos tira do sério... E ainda bem que gostou da segunda
    ;)
    Bjs

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  5. Bom...
    Ainda estou a começar... mas estou a adorar ler o que por aqui escreves.
    Depois de falarmos na casa da Malena em línguas e lambidelas... este post veio mesmo a propósito.
    ahahahahahah

    Já agora, a propósito de palavrões vi precisamente ontem este vídeo que por certo conhecerás (senão o vídeo em si pelo menos o texto do Miguel Esteves Cardoso) mas não resisto em te deixar o link:
    http://www.youtube.com/watch?v=2CKKpYqDgkk

    Beijinhos :)

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  6. Orquídea Selvagem,
    Ainda bem!
    A língua é muito traiçoeira...
    E obrigado pelo link do vídeo.
    bjs :)

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  7. Também odeio este Acordo Ortográfico e, como não sou obrigada a adopta-lo profissionalmente (até agora ninguém se queixou), nem me lembro dele. E assim pretendo continuar até que me comecem a cair em cima.

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  8. Há que continuar a escrever como deve ser e não utilizando uma lingua travestida, um crioulo pseudo-português!

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  9. Também odeio este Acordo Ortográfico e, como não sou obrigado a adopta-lo profissionalmente (até agora ninguém se queixou - e, acrescento, quando se queixar, o problema é dela/dela), nem me lembro dele.
    "E assim pretendo continuar até que me comecem a cair em cima" (?) Não, não... se me cairem em cima, caio eu em cima deles... com legislação. Curiosamente o Aborto Hortográfico acontece que é inconstitucional, por conseguinte, ilegal.

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    1. Não sei se é ilegal, mas que é disparatado, estúpido e no curo prazo vai levar que muita gente cometa mais erros ortográficos, é de certeza! E essas vergonhas das TVs ue desde o dia 1 de Janeiro que debitam acordês em tudo que é notícia? Vergonha!

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