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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Socras City

Não gosto de futebol e em especial de toda a entourage ligada a esse desporto…Estou-me nas tintas se a casa que determinado jogador do Porto tem no Algarve é melhor que a de outro do Benfica, ou se algum jogador do Sporting passa férias na Terra do Fogo. Não me incomoda absolutamente nada. Encontrá-los nos restaurantes, é improvável como também o é nos bares e afins. Quando acontece, como não os conheço, só dou por isso pela corte que os rodeia. Assim incomodam-me pouco. O que irrita mesmo são as pessoas que idolatram estes comportamentos extravagantes e que olham estas personagens com admiração.

Contextualizado o tema, devo dizer que a primeira vez que ouvi esta expressão “Socras City” imaginei que se tratasse de um estádio, com a forma de um pote, onde se cozinhassem umas valentes caldeiradas regadas com bom vinho da herdade do Jamé. Nesse recinto o jogo seria a “Grande Farra”, versão portuguesa e aportuguesada de “La Grande Bouffe ”, onde alguns comiam até rebentar e outros passassem fome. Erro tremendo.

Socras city é afinal uma espécie de bantustão (esta palavra é fantástica), não ao estilo de Sun City mas absolutamente virtual, onde a realidade não importa. O programa de desenvolvimento tecnológico veio possibilitar a criação desta nova realidade, cheia de oportunidades. Não importa o que se vê, nem o que se sente. Importa apenas o que alguém diz, e só ouve quem quer…Ganha quem conseguir apresentar melhor, representar com mais convicção e ser mais submisso (não fiquem com ideias, é a verdade…).

No início de cada jogo, escolhe-se um papel, à semelhança de uma conhecida cidade infantil, que existe no Dolce Vita Tejo, só que em Socras City, é a valer. Dependendo dos amigos pode progredir na carreira e até, ao fim de semana ou quando for oportuno, fazer um curso superior. As únicas acções obrigatórias são as aulas de artes dramáticas, de demagogia e de auto-estima. Os jantares de culto da personalidade são imprescindíveis para subir níveis no jogo, assim como a desfaçatez e o descaramento.

Em Socras City, nada acontece por acaso, se for positivo o personagem. É sempre fruto de uma estratégia de desenvolvimento, pensada a médio e longo prazo, mas que deu resultados até superiores ao esperado. Se correu mal, o contexto é que tem a culpa, como sempre.

Nada de novo em Socras City…É só um intervalo o jogo é o mesmo.

3 comentários:

  1. Mas isso é onde os nossos políticos tiram os diplomas?
    Da second life já tinha ouvido falar mas dessa "Socras City" em virtual... não sabia de nada :)

    Bjos

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  2. LOL! Tio este post está o máaaaaaximo!!

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  3. Isa,
    Esta city é muito melhor que o second life..Só é pena é ser real ;))
    Bjs

    Lu.a,
    Obrigado! Vamos todos sentindo um bocado estas coisas...
    Bjs

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Hmmm! Let's look at the trailer...