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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Rapazes e Rapaces, uma questão de boys



Estas recentes nomeações – e não deixa de ser curioso que a tese de doutoramento de um dos membros do governo tenha como assunto as nomeações políticas – revelam mais uma infeliz coincidência da nossa querida língua portuguesa.

A língua é uma ferramenta fundamental de comunicação, é traiçoeira, mas também é verdade que é pela boca que morre o peixe…E hoje, deixo-vos outra pérola da nossa língua.

Uma única letra distingue estas duas palavras: rapazes e rapaces. Rapaces, como todos sabemos, significa ávidos de lucro, que rapinam. Rapazes, são jovens… Ora quando traduzimos jobs for the boys, devemos traduzir por tachos para os rapazes ou tachos para os rapaces?

Serão os boys os rapaces, ou contentam-se com a migalhas que os mais velhos lhes deixam petiscar?

Em todo o caso acredito que estes passarinhos, são afinal uns passarões e parece-me até que estamos em presença de necrófagos…

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Penalizar e panalizar


Mais uma entrada do Ticionário que partilho com as minhas estimadas leitoras e leitores (a política está a voltar “ao de cima”), e onde também pretendo mostrar que as teorias Freudianas se aplicam a muito mais situações que o próprio Freud poderia imaginar…

A palavra panalizar, foi um lapsus linguae de um político que há dias visitou a terrinha, nessas viagens que servem para justificar os custos de deslocações, as ausências no parlamento e uma data de tretas e que aproveitei para interpretar de forma tiosiana.

Penalizar, significa causar dor, castigar, infligir castigo ou sanção. O significado de PANALIZAR, de acordo com o Ticionário é bem mais complexo. Panalizar significa atribuir tachos (tacho é um sinónimo de panela). Por isso quando ouvirem alguém dizer que o povo fica panalizado por deixar de se construir determinada estrada, scut, metro de superfície, auto-estrada, ou mesmo por ser extinta alguma entidade reguladora de qualquer coisa (excepto a aquela a que julgo já me ter referido, a ERSEx -Entidade Reguladora do Sexo), significa que ganhou um tacho em detrimento dessa obra, que talvez não beneficiasse ninguém a não ser um grupo muito restrito, para deixar de fazer barulho ou pressão…

Por outro lado a complexidade de utilização desta palavra advém também do facto contrário, da utilização com sentido oposto, isto é: se essa estrada, scut, metro de superfícies, ponte Europa – ou outra - se construísse, então também alguém iria ficar panalizado…

Panalizar é muitas vezes ouvido em vez de penalizar. Pensei que podia ser um problema de dicção mas, depois de se saber o significado, o Freud explica o porquê…

Assim penalizado e panalizado não são antónimos, nem sinónimos, são afinal parónimos nesta parvónia a que dou o nome de República dos Platónimos (mais um neologismo derivado do castelhano plátano, ou em português: banana) …

E assim fica explicado o que o político quis dizer quando referiu estarmos todos panalizados, e também mais um contributo para a justificação do nome república das ditas.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Sintagma e paradigma


Sintagma é um segmento linguístico que expressa uma relação de dependência, onde existe um elemento determinado e outro determinante, estabelecendo um elo de subordinação entre ambos.

Fui ao Brasil buscar esta definição, com o propósito de ilustrar o que me parece que se passa na Grécia, verdadeiro paradigma da ditadura dos ditos agentes europeus, na realidade os mandatários dessas figuras mitológicas a que chamam Mercados.

É óbvio que os gregos têm um governo que não elegeram, chefiado por um primeiro-ministro que não foi eleito, mas sim nomeado pela comissão europeia. De igual forma, também na Itália o chefe de governo foi nomeado pela mesma comissão europeia depois da inevitável demissão do Burlasconi.

O povo grego não quer as reformas que o governo pretende para, supostamente, evitar a bancarrota. Não temem a famigerada bancarrota, porque sabem que já não é a primeira vez que tal acontece e também porque têm consciência que já estão lá. O governo sabe que não consegue fazer nada sem a massa que vem da Europa, pese embora também saiba que vão deixar o país hipotecado para os próximos séculos, ou talvez milénios….Os mandatários dos mercados também sabem que nunca mais vão receber a massa, mas insistem numa solução, que não é solução, falando em solidariedade, em união, em espírito europeu e para isso estão dispostos a perder a massaroca que lá meteram, sendo que parte dela já estão, e vão continuar a receber de outra forma, como todos nós sabemos.

Assim todos sabem o que sabem, mas ninguém tem o que quer. O elemento euro continua a ser determinante e a auto-determinação dos povos, a que tanto apelavam os europeus no século passado a propósito de países africanos colonizados, está agora esquecida. O futuro está determinado pelo dito duro euro, a ditadura dos mercados. E este é o nosso paradigma de desenvolvimento, a que se atrevem a chamar espírito de solidariedade europeu, a democracia… Ironia do destino, uma palavra de origem grega! Ironia, sintagma é paradigma do momento actual, da repressão pelo dinheiro, da ganância desmesurada de alguns e da impotência de muitos.

E os cronistas, quando mandados calar, calam e não falam da Islândia, da Suécia, da Noruega, da Dinamarca, nem da Praça Sintagma. Falam de Homs, curiosamente a cidade cujo nome se confunde com Ohm, o físico que descobriu a relação entre tensão e intensidade da corrente eléctrica e cujo nome serve para unidade de medida da resistência, no Sistema Internacional. Muitas vezes dizemos Ohms, em vez de usarmos o singular Ohm, e seu símbolo é o ómega maiúsculo, simbolicamente, o fim.

Esta tragédia já não é só grega e pan-europeia, como aqui disse. É uma tragédia greco-latina, pan-europeia!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A sopa dos pobres

Depois de algumas críticas à Medida que ficou imediatamente conhecida como sopa dos pobres, o governo acaba de reformular esse programa de distribuição de refeições.

Assim, o programa passou a ter 5 eixos e várias medidas, de forma a abranger o maior número possível de cidadãos: Vichyssoise dos necessitados, Creme Dubarry dos menos favorecidos, Creme Embaixador, para os menos felizes, Creme Parmentier dos minus 500 e Boullabaisse des petites.

Foi entretanto nomeada uma comissão para avaliar a implementação do programa e das várias medidas. Na apresentação destes eixos, o ministro vespa só ares rejeitou liminarmente as comparações com o infelizmente célebre comentário de Marie Antoinette, sobre o povo, o pão e os brioches. “Não se trata de sopa nem de pobres. Trata-se de cremes e pessoas, que temporariamente têm algumas dificuldades”, foi o comentário do assessor de cozinha do ministério do chazinho e dos pobrezinhos.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Quem tramou Peter Pan

 
Quando me falam de serviço público na RTP, penso imediatamente nos programas de entretenimento geral, cheios de interesse e para toda a família, como as telenovelas da tarde, ou as televendas encapotadas a meio dos excelentes programas da manhã, onde se anunciam coisas tão fantásticas como a gelatina que incha no estômago e tira o apetite, recomendada com um sorriso de orelha a orelha por um respeitável apresentador da televisão pública. E penso também que vão longe os tempos em que um jornalista teve um processo disciplinar por ter feito um anúncio, que se parecia com um telejornal…

Tive a pouca sorte, numa semana que deve ter sido das piores que me lembro, de ter ligado a TV e me ter saído um programa que me parecia um remake do, felizmente já extinto (espero eu), Quem tramou Peter Pan, como o sugestivo nome desta posta.

O nome é um monumento ao mau gosto mas, em parte, contribuiu para que tivesse visto alguns minutos, talvez enquanto tomava um café, de pé, ao balcão. Até onde iria o mau gosto?

Este gesto não se pode confundir com aquela curiosidade mórbida dos condutores que param para ver os acidentes dos outros, apenas mostra a inércia típica de alguns espectadores de televisão e, como já várias vezes tenho referido, demonstra que o Marshall McLuhan tinha razão quando se referia aos meios de comunicação e às massagens…

Em todo o caso recordo ter visto um “apanhado” com dois miúdos a quem é pedido para segurar um gelado enquanto a professora (?) se ausenta da sala. Os miúdos, não sabem o que fazer ao gelado que se vai derretendo até que acaba por cair na mão, sendo então comido por eles, em desespero, e como único recurso para não cair no chão….Nesse momento entra a professora, que os acusa de ter comido o gelado! Enfim, talvez tenha sido o único a não achar nenhuma graça a este tipo de utilização das crianças e, menos ainda, quando sujeitas a este tipo de situações perfeitamente lamentáveis. Não tenho medo que fiquem traumatizadas ou com complexos de estrela de novela. Também não estou com inveja do ordenado da apresentadora, que também é escandaloso para uma empresa pública que acumula prejuízos que todos suportamos. Apenas me perece mal…

Como é possível que esse programa possa ter tido uma audiência média de 9,2%, e 24,9% de share? Não somos piegas, somos masoquistas…

E tramado estou eu e todos nós que suportamos estes devaneioscaríssimos. Reduzir os ordenados, escandalosos, dessas estrelas em 10%? Só? Enquanto a generalidade dos trabalhadores do Estado viu os seus cortados em, pelos menos 14%? Estão a brincar, só pode ser. E reparem que é a primeira vez que uso esta palavra tramar cá na casa...

Olha Sininho, e se fôssemos para a caminha? Está na hora…

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Aos Domingos, paciência…


Como adepto do Sporting, é-me indiferente o lugar ocupado no campeonato, que a taça esteja perdida, ou que se perca um, dois, três ou quatro de futebol jogos seguidos. Alternados, nem damos conta.

É evidente que não gosto de futebol e todo o negócio à volta desse desporto me deixaria quase indiferente, não tivesse eu que pagar impostos como toda a gente, ou desconhecesse o que algumas câmaras municipais fazem...

É também evidente que o futebol tem um papel importante na sociedade, como o fado, pese embora me entristeça um pouco - estou a ficar piegas - ver miúdos que têm como única ambição ser jogadores de futebol, para terem dinheiro a rodos e miúdas boas. Até podem ser objectivos legítimos, mas entristecem-me tanto quanto vejo alunos dizerem que não têm que saber escrever, que as secretárias sabem e os computadores têm corrector ortográfico…São sinais de uma época e fruto dos exemplos que têm. Fiquem descansados que não vou dar uma seca sobre o “ser” e o “ter”… Apenas estou a ficar piegas, não por me tirarem da minha zona de conforto, mas porque simpatizava com o Domingos Paciência, que me parece um treinador sério e correcto….

Sei que o meu outro Sporting, o Olhanense também perdeu por dois a zero. Será destino? Não sei, mas estas chicotadas psicológicas fora de sítio e de oportunidade, mal dadas, caem mal e não dão o efeito pretendido… E no caso do leão, é a selva a mandar na fera, o que não devia acontecer…

No entanto, como sempre, fico com esperança, e desta vez acrescida. Fico com esperança que o novo treinador, certamente muito competente e grande sportinguista, para além de treinar a equipa e de a levar a ganhar qualquer coisa, possa também dar umas bolachadas a alguns adeptos e dirigentes desportivos, sobretudo do Sporting que parece que precisam mais!

Isto tudo porque não quiseram mandar vir os chineses! Ou será de alguma chinesinha, que caiu mal? Sempre disse para terem cuidado com o fumo…

domingo, 12 de fevereiro de 2012

I Will Always Love You...

Afinal, somos piegas ou não?



E diga-se o que se disser, goste-se muito ou pouco, esta senhora tinha uma voz espantosa...

Pronto, consegui resistir a dizer que os duetos com a Amy vão ser uma coisa do outros mundo, não só porque tive mesmo pena que não tivessem acontecido neste, mas também porque me recordam todos os amigos que vi partir por razões semelhantes...

Ironia do destino, esta paródia é de 2007. Hoje acho-a de um mau gosto fatídico.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Carnaval e Mascarada


Esta notícia do fim do feriado do Carnaval, vem a despropósito da época em que estamos, as vésperas do Carnaval… É certo que o Carnaval talvez não fosse um feriado da lista de feriados oficiais, religiosos ou políticos, mas era, e é, um Feriado social. Um Feirado com F grande, de pleno direito. A palavra com F, aplica-se a Feriados, F. !

Este ano, num gesto revivalista do melhor período cavaquista (um período da magistratura de intolerância de Poncius Cavacus), resolveu o nosso primeiro, quinze dias antes do dito, anular essa réstia de esperança de podermos brincar ao Carnaval. F.! Não tive acesso ao telemóvel do Carvalho dos Segredos e, como tal não sabia de nada! Foi um balde de água fria. Outro F.!

O Carnaval é brincadeira, mas é brincadeira séria, não pode ser levado a brincar por quem toma decisões deste tipo, a brincar connosco quanto estávamos a preparar-nos para brincar a sério! Assim nem é uma mascarada. É um filme de terror, com choques, imprevistos, facas a saírem por trás das cortinas… E tão em cima da hora, que nos deixam o coração aos pulos! F.!

O arzinho de que nunca se engana, comeu a papinha toda, e se portou bem na aula da Merquela, estava lá, todinho. Assim a intolerância, com ponto alemão, mas sem sabor a Colónia (terra de grandes tradições carnavalescas), substituiu a tolerância de ponto para a visita à corte do Rei Momo… F.! E este F. não é de Fasching!

Este ano não há coelhinho da Páscoa. Ficamos pelo do Carnaval! E dura, e dura, e dura… Isto se não nos fizer uma visita de estudo a Loulé, desta próxima terça-feira a oito dias. Aí já não posso garantir nada…


PS. Parece que afinal foi à aulas da Merquela, mas estava distraído. Queremos Carnaval e uma mulher a sério, no poder. E Weiberfastnacht, já!

A Coelheira


Os coelhos são animais herbívoros, comem erva Alguns vivem na relva, os coelhos de luxo…O coelhinho da Páscoa é de Chocolate, é comido com grande alegria nessa altura do ano e em muitas outras. O coelhinho da Duracell tem pilhas que nunca mais acaba: Fala, fala, fala… Mesmo que ninguém ouça, ele continua a falar. Os coelhinhos de peluche, contrariamente aos patinhos de borracha, não gastam pilhas.
Há no entanto muitas espécies de coelhos, e nem todos são de peluche ou herbívoros. Alguns são carnívoros e outros são mesmo omnívoros, comem tudo, e de tudo.
Outra característica dos coelhos é a facilidade com que se reproduzem. A gestação demora cerca de 4 semanas e cada macho fecunda várias fêmeas. Reproduzem-se todo o ano, embora entre Março e Maio sejam mais activos.

Nós portugueses, temos o hábito e a capacidade de criar nomes que classificam automaticamente as pessoas, de forma bastante certeira, bem ao espírito da caricatura do Rafael Bordalo Pinheiro. E assim apareceram os bovinos de raça barrosã, pardos por fora e vermelhos por dentro, com aquela carne suculenta, de quem se alimenta só com ervinha boa de pasto do extremo noroeste do distrito laranja, ou os socretinos, famosos filósofos da treta.

Agora, depois destas duas tipologias, dadas estas características do coelhos, como seja a facilidade com que se reproduzem, o curto tempo de gestação, o serem omnívoros mas apreciarem muito as relvas, parecerem de peluche por fora mas terem pilhas, não alcalinas mas ácidas por dentro, modestamente atrevo-me a dizer que é tempo não dos coelhinhos, mas da coelheira! Habemus coelheira!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Nova Lei do Cinema

A sério. Hoje não vou falar de filmes de cowboys, goatboys, bitchboys, nem dos boys dos filmes habituais, mas sim da Nova Lei do Cinema que está em consulta pública. O Cine Clube de Faro, como não podia deixar de ser -noblesse oblige - já postou sobre o assunto. É só seguir o link...Do Algarve é tudo bom, bom vento, bom casamento, boas laranjas, boas velas....Já  que falei nos Bitchboys e do Algarve deixo-vos com os verdadeiros Beach Boys e Boas Vibrações!