A título de curiosidade, mas motivado pela necessidade de partilha e também (não há nada como ser sincero) pelo sucesso, medido em comentários, das aventuras do Tio nos elevadores, aqui fica uma carta sobre o assunto. A resposta do condomínio será publicada em breve.
É também uma prova que a calma, a fleuma luso-britânica e o fairplay (para o nosso presidente da CE compreender), devem estar sempre presentes, independentemente da natureza da situação.
Aqui vai a missiva:
Exmo. Senhor Administrador do Condomínio do
Edifício Ti-U
Porto, 14 de Julho de 2010
Ao analisar o Relatório e as Contas do exercício de 2009, verifico ter sido gasta uma importância considerável na manutenção dos elevadores. No Relatório são mesmo referidas a reparação das guias, a substituição de roldanas e dos cabos, a afinação das portas e redução das folgas, no entanto parece que ficou tudo na mesma, a saber:
O elevador abana perigosamente entre o quarto e o sexto andar,
O barulho que faz, mais parece de um eléctrico ou de um comboio do que um elevador,
A iluminação interior frequentemente não funciona, ficando o elevador às escuras,
Sugeria ainda a colocação de um aviso, indicando aos nossos estimados condóminos que estas situações são normais, pois frequentemente são audíveis gritos, suspiros, exclamações, interjeições e outras expressões que indiciam grande tensão e ansiedade, nesse meio de transporte vertical.
Na expectativa da resolução do problema, subscrevo-me com os melhores cumprimentos.
António Bernardo Risos, 14º - A1
E a resposta:
Exmo. Senhor
António Bernardo Risos,
M.I. Condómino do 14 - A1
Edifício Ti-U
Porto, 16 de Julho de 2010
Acuso a recepção da comunicação de V. Exa. sobre os problemas sentidos no elevador, e que me cumpre responder.
Assim, começando pela sua última questão, como muito bem diz, o elevador é um transporte vertical, e como tal deve ser usado. Experiências que pessoas mais conservadoras costumam fazer na horizontal, não devem ser testadas nesse transporte vertical… Esse tipo de actividades introduz vibração adicional na cabine e essa é, sem dúvida, a causa do ruído e da trepidação que o estimado condómino diz sentir.
Quando ao facto deste fenómeno se manifestar entre o quarto e o sexto andar, mais parecendo um comboio, de acordo com as suas palavras, permito-me sugerir que V. Exa. troque o ascensor por um comboio. Naturalmente que não sugerimos esta troca para mais rapidamente chegar ao seu apartamento, mas para realização das suas experiências pessoais.
Uma nota final, sobre a luz da cabine. Como certamente sabe, por razões que se prendem com a redução de consumos de energia e consequente melhor preservação do ambiente, quando o elevador não está a ser utilizado, as luzes no interior desligam-se. Assim se pretender permanecer na cabine, com o elevador parado, sugiro que deixe a porta entreaberta. Este pequeno gesto não só tem vantagens ao nível da segurança, como também poderá proporcionar aos outros condóminos alguma formação adicional sobre um tema muito actual: “Novas perspectivas na utilização de elevadores” e que, certamente, seria muito apreciada.
Se o ruído dos outros condóminos a bater nas portas, nos vários andares, em desespero por haver apenas um elevador a funcionar ultrapassar os 50 dB, agradecemos o favor de o libertar, pois pode haver alguma necessidade mesmo urgente de utilização. Antecipadamente agradecemos que escolha o seu andar para realização dessas experiências…
Esperamos ter esclarecido completamente este assunto e, à disposição de V. Exa., subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos,
P’la Administração do condomínio
(assinatura ilegível, mas muito parecida com a do Tio…)
É também uma prova que a calma, a fleuma luso-britânica e o fairplay (para o nosso presidente da CE compreender), devem estar sempre presentes, independentemente da natureza da situação.
Aqui vai a missiva:
Exmo. Senhor Administrador do Condomínio do
Edifício Ti-U
Porto, 14 de Julho de 2010
Ao analisar o Relatório e as Contas do exercício de 2009, verifico ter sido gasta uma importância considerável na manutenção dos elevadores. No Relatório são mesmo referidas a reparação das guias, a substituição de roldanas e dos cabos, a afinação das portas e redução das folgas, no entanto parece que ficou tudo na mesma, a saber:
O elevador abana perigosamente entre o quarto e o sexto andar,
O barulho que faz, mais parece de um eléctrico ou de um comboio do que um elevador,
A iluminação interior frequentemente não funciona, ficando o elevador às escuras,
Sugeria ainda a colocação de um aviso, indicando aos nossos estimados condóminos que estas situações são normais, pois frequentemente são audíveis gritos, suspiros, exclamações, interjeições e outras expressões que indiciam grande tensão e ansiedade, nesse meio de transporte vertical.
Na expectativa da resolução do problema, subscrevo-me com os melhores cumprimentos.
António Bernardo Risos, 14º - A1
E a resposta:
Exmo. Senhor
António Bernardo Risos,
M.I. Condómino do 14 - A1
Edifício Ti-U
Porto, 16 de Julho de 2010
Acuso a recepção da comunicação de V. Exa. sobre os problemas sentidos no elevador, e que me cumpre responder.
Assim, começando pela sua última questão, como muito bem diz, o elevador é um transporte vertical, e como tal deve ser usado. Experiências que pessoas mais conservadoras costumam fazer na horizontal, não devem ser testadas nesse transporte vertical… Esse tipo de actividades introduz vibração adicional na cabine e essa é, sem dúvida, a causa do ruído e da trepidação que o estimado condómino diz sentir.
Quando ao facto deste fenómeno se manifestar entre o quarto e o sexto andar, mais parecendo um comboio, de acordo com as suas palavras, permito-me sugerir que V. Exa. troque o ascensor por um comboio. Naturalmente que não sugerimos esta troca para mais rapidamente chegar ao seu apartamento, mas para realização das suas experiências pessoais.
Uma nota final, sobre a luz da cabine. Como certamente sabe, por razões que se prendem com a redução de consumos de energia e consequente melhor preservação do ambiente, quando o elevador não está a ser utilizado, as luzes no interior desligam-se. Assim se pretender permanecer na cabine, com o elevador parado, sugiro que deixe a porta entreaberta. Este pequeno gesto não só tem vantagens ao nível da segurança, como também poderá proporcionar aos outros condóminos alguma formação adicional sobre um tema muito actual: “Novas perspectivas na utilização de elevadores” e que, certamente, seria muito apreciada.
Se o ruído dos outros condóminos a bater nas portas, nos vários andares, em desespero por haver apenas um elevador a funcionar ultrapassar os 50 dB, agradecemos o favor de o libertar, pois pode haver alguma necessidade mesmo urgente de utilização. Antecipadamente agradecemos que escolha o seu andar para realização dessas experiências…
Esperamos ter esclarecido completamente este assunto e, à disposição de V. Exa., subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos,
P’la Administração do condomínio
(assinatura ilegível, mas muito parecida com a do Tio…)
Adoro todos os seus posts de elevadores, aliás, eles são uma boa metáfora para a vida real, subindo, descendo, tremendo, encontrando as pessoas mais vulgares ou invulgares e até podem cair, por muitos cabos ou seguranças que se tenha.
ResponderEliminarAgora essa dos ruídos é comum, no meu já sei que, quando ouço gritaria na escada, vou com calma, passou a ser dia Sim, dia Sim, alguém ficou preso entre pisos dentro de um dos elevadores, a maior parte das vezes em pânico e lá aplico a minha frase do costume:
Está-me a ouvir? Alô Está-me a ouvir?
(Um sim tremido)
Tenha calma, espere só mais um minutinho e ele vai descer automaticamente até ao rés-do-chão. Okey?
(outro sim tremido)
Mal chega ao rez-do-chão ouço uma corridinha e a porta da rua a bater.
Depois preparo-me, se encravou uma vez, vou passar o dia... a acalmar os nervosos ;)
Bjos
Olá Isa,
ResponderEliminarObrigado! É um bocadinho isso mesmo, acima, abaixo..
Felizmente moro no último andar,p or isso não sou muito solicitado para essas ajudas!!
Bjs