Tenho visto imensa formação sobre empreendedorismo. Ele é cursos de empreendedorismo para licenciados em Gestão, em Direito, em Engenharia, em tudo e mais alguma coisa. São pomposamente anunciados para jovens com vontade de criar o seu futuro brilhante. Ou ainda mais brilhante, mesmo que seja só aparentemente. No século XXI certamente será mais adequado ao plano de desenvolvimento tecnológico o sucesso virtual. Do género “de vitória em vitória até à derrota final”. Veremos.
A palavra em si é horrível. Empreendedorismo: A repetição de sílabas de som semelhante (deve ter um nome, técnico para além de mau gosto, mas não sei qual), causa arrepios e lembra, pelo oposto, “parabeneizar” outra palavra que há dias recebi de alguém que, supostamente, me queria felicitar. Suponho, pois com palavras deste calibre nunca se sabe...
Conhecendo o Ensino Privado no presente como conheço, devem ser cursos onde a todos os formandos, senhores doutores com letra pequena, são dadas competência nessas áreas do alegado (desculpem o inglesismo) empreendedorismo. Alguns professores desta disciplina, ciência, técnica corrente filosófica ou venha lá o diabo e escolha, certamente usarão “entrepeneurship” metade pronunciado à francesa e metade à inglesa. Soa melhor e é mais adequado a essa plêiade de mais ou menos jovens que pretendem ser empresários e já não parece tanto o nome de uma doença crónica como artrite, ou outra coisa qualquer do género.
Só há um pequeno problema nestes formandos e daí o meu post, qual panfleto libertário que alerta as mentes adormecidas por excessos consumistas deste jovens. É que deviam ter começado mais cedo. Já é demasiado tarde, por eles e pelo país. Portugal qual colónia desta Europa decadente (tenho que fazer uns posts sobre o grande Guerra Junqueiro), não tem grandes possibilidades no momento. E estas políticas são um pouco como a Dinâmica de Sucesso Educativo. No fim é que se vê o resultado. Os meus cozinhados não são assim. Na preparação está metade do prazer e mesmo que não fiquem muito bem, sempre nos divertimos imenso.
Bem, como enquanto há vida há esperança, fica uma sugestão, inspirada num filme aparentemente sem grande graça, cujo título original é Sky High. Um filme com a marca Walt Disney, de 2005 realizado por Mike Mitchell e com Kurt Russell e Kelly Preston nos principais papéis. Já passou diversas vezes nos brilhantes canais portugueses. O filme, para quem não tenha tido paciência ou vontade de ver (é melhor do que parece), é sobre uma escola de super heróis, onde vão aprender a desenvolver as suas capacidades e habilidades. Essa escola tem uma grande virtude. No início são escolhidos, de forma isenta, mediante as suas capacidades, os alunos que vão para “super heróis” e ou que vão para “ajudantes de super heróis”, uma espécie de “supporting actor”, no caso designado por “sidekick”. Nem o filho do super-hiper-mega herói escapa a esse filtro.
Chegámos à questão fundamental da Ti - U High. Nesta super escola da galáxia Ti – U, os tius vão directamente para Super heróis, por parentesco ou pelos factores a que já me referi em post anteriores. Nessa super escola são ensinadas aos alunos, apesar de muito jovens, essas nobres artes da gestão. A mesma coisa se faz aos ajudantes de heróis, gente com muita qualidade mas que estão à partida, pelo seu nascimento, parentesco etc, votados a serem número dois.
É neste princípio básico que assenta Ti – U High.
Desse facto resultou a falência dessa sociedade, pretensamente evoluída do planeta Emp-Reza. Não tendo capacidades ou qualidades os Super Heróis estudantes, são alunos maus e vão tornar-se uns péssimos super heróis, o que aliás também é habitual. Com a Dinâmica do Sucesso Educativo, acabam o liceu num instante e a faculdade ainda mais depressa. Vão para as empresas e como Super Heróis começam pelo topo. Como se dizia antigamente “assentam praça em general”. A sociedade vai involuindo, pelas repetidas práticas de ingestão e ficam todos a perder. Os eternos “número dois” acumulam frustrações e dão uns óptimos clientes de psicanalistas que, conhecendo a realidade, não a podem explicar aos pacientes, menos ainda justificar.
O sistema piora à medida que se vão sobrepondo gerações de heróis.
Haveria que aprender com os erros e aproveitar o melhor deste sistema do planeta Emp-Reza. A minha sugestão é que se faça como no Sky-high. Em função das capacidades, a carreira, havendo a possibilidade de, por mérito ou demérito passar dum secção da escola para a outra.
Ficávamos todos a ganhar e deixávamos de ter umas figuras ridículas com uma capinha maricas, aos gritinhos “up up in a way”, que traduzido para o nosso planeta é qualquer coisa como: “então vá” , dito por tudo e por nada, com um sorriso palerma nos lábios, a querer liderar processos de que não percebem nada e sem jeito nenhum, ainda por cima.
Como ajudantes só teriam que abanar o copo ou a cabeça concordando com o que se lhe diz, numa sombra discreta. Talvez até pudessem ser excelentes número dois, quem sabe? Quem não precisa de um?
A bem do ensino e da nação, directamente de Emp-Reza, o vosso tio e primo dedicado,
António Bernardo Risos y Risos, Marquês de Gargalhada, Duque de Sarcasmo e Conde do Vale da Ironia
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