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sábado, 12 de julho de 2008

Não sou santo...

Dei comigo a ouvir-me dizer esta frase e resolvi reflectir um pouco sobre as várias possibilidades que esta frase contém. Está a tornar-se um vício este tipo de reflexões. Ainda bem que é só aqui, pois podia correr o risco de passar para a classe dos indecisos, ou ainda pior que isso dos Ti-Us, que começam todas as frases onde vão cagando sentenças (desculpem o vernáculo, mas é o mais apropriado), com um “não sei se...” Se não sabem calem-se, bolas.

“Não sou um santo” quererá dizer que sou um pecador? Haverá algum grau entre os Santos e os Pecadores? Será possível umas vezes não ser santo nem pecador e noutras não ser santo, mas só um bocadinho pecador? Não sei. Acho que o melhor é lançar este desafio. A resposta não é difícil. De certeza que não quereria (o condicional é propositado) dizer que não é “fan” (ou fã?) de uma banda rock com nome relacionado.

Este tipo de frases, são promessas e intenções e servem muito mais que a função fática da linguagem (ai o tio..). Transportam desejos, vontades e disponibilidade. É um pouco como aqueles significados atribuídos ao não e ao talvez das senhoras...

Dizer que não se é santo, pode significar isso mesmo... Pois claro que pertenço a essa classe dos homens onde a fama de sermos pouco sensíveis e delicados às vezes é verdadeira. No caso talvez quisesse fazer uma promessa. Julgo que é isso que acontece na maior partes das vezes. Afinal também não me considero tão linear e directo como o Homem das Cavernas. Querendo arriscar apenas um pouco (a idade não perdoa...) julgo que a frase se poderia traduzir nessa promessa de “se tu pecares eu também peco...”, mais do que o desafio “pecamos?”

Não seria aquele pensamento gótico, giro, mas complicado do “se tu quisesses e eu pudesse...”, porque queremos e podemos, se o desejarmos muito e a ocasião se proporcionar.

Se pudesse por uma música neste texto colocaria aquela música com poema de Moraes Moreira,
“Pão e poesia”:

“Felicidade é uma cidade pequenina
é uma casinha é uma colina
qualquer lugar que se ilumina
quando a gente quer amar

Se a vida fosse trabalhar nessa oficina
fazer menino ou menina, edifício e maracá
virtude e vício, liberdade e precipício
fazer pão, fazer comício, fazer gol e namorar

Se a vida fosse o meu desejo
dar um beijo em teu sorriso, sem cansaço
e o portão do paraíso é teu abraço
quando a fábrica apitar ...”

Há séculos que não ouvia a Simone e estava com saudades...No Fim-de-Semana passado estive no Estoril e também estava cheio de saudades...

Desculpem, mas não sou santo... Bom fim-de-semana!

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