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quinta-feira, 17 de julho de 2008

Chá Amargo ou cerveja quente?

Há anos que não tomo café com açúcar. Não posso dizer quantos, mas há muitos anos mesmo. Devo-o a uma amiga que, talvez por moda, não tomava nada com açúcar e um dia me desafiou para fazer o mesmo. Nesse dia até precisava mesmo de um bom café sem açúcar. Até talvez de dois cafés sem açucar... Fiquei a gostar, habituei-me e, desde esse dia, só gosto de café “ao natural” .

Não deixa de ser irónico o facto de, algum tempo depois desse episódio, me terem desafiado para tomar café com açúcar, sem sucesso. Lá continuei, com o café saboroso, que quem não conhece, chama amargo.

Há gostos para tudo e o café é um deles. Já no chá, seja ele o Earl Grey, o English Breakfast ou o Darjeeling, não dispenso um pequena colher de açúcar. Neste último talvez um pouco menos, mas nos outros tem que ser uma colher bem cheia... Abre o sabor e, como em tudo, torna-o mais doce, mais agradável. Por curiosidade, este chá deve o seu nome a uma localidade na India (leram o meu post sobre a Velha Albion?) e há quem lhe chame o Champagne dos Chás. Suponho que, entre outras razões, pelo facto de só poder ser produzido naquela determinada região. Também se pode confundir com o Chá do Nepal. Desses lado gostava mais de outras chás, mas enfim, ficamos por aqui.... Pois meus caros compatriotas, somos mesmo nabos nestas coisas comerciais, mas vai ficar para o planeta Ti-U essa questão...

Não sou capaz de beber café com açúcar e custa-me imenso beber chá sem ele!

O chá, como o café, um cocktail ou uma long drink é mais do que a bebida em si. É um pretexto (preciso tanto...) para uma boa conversa, para socializar enfim, para muitas coisas agradáveis. Estou a pensar no que me levou há dias a um Starbucks em Londres, ou naquela coisa tão gira, a Nightology do J&B, que também é um pretexto, para sair, ou entrar noutros universos, mesmo que por pouco tempo.

Cheguei a casa há dias, pensava que infelizmente sozinho... Depois de dar uma volta por casa, deparei com uma mensagem, que em vez de palavras tinha gritos. Em vez de conteúdo tinha desespero. Fiquei triste com o que li, fiquei contente por estar sozinho e pensei que não é o açúcar que nos faz doces ou amargos. É a vida que nos vai dando estas lições...

Pudesse eu escrever e dizer-lhe que tantas boas recordações se apagam com estes gritos! Que ficamos surdos de tanto ouvir, que a falta de luz ou o excesso dela também nos torna cegos. Que às vezes não encontramos razão para algumas atitudes, que o amor nos leva para caminhos que não imaginamos e a paixão também não é racional... Se pudesse dizia-lhe também que não há luar como o de Janeiro e beleza como a do interior...Que guardo num local especial do meu íntimo todos os dias que passámos juntos, todos os momentos em que imaginávamos um futuro a dois que não aconteceu.

Num mundo alternativo podíamos ter continuado a ser felizes e a descobrir um caminho que nunca quisemos fazer juntos. Porquê?
E foi assim o meu chá amargo, quando cansado de um dia terrível e quente, em vez da cerveja fresca, que me apetecia, recebi um banho de água gelada e um desgosto que acho que não merecia...

Ainda bem que estava sozinho. Pude imaginar-me a escrever-lhe, de forma diferente a pedir-lhe desculpa por me ter cruzado na sua vida. Ainda bem que somos adultos. Quem lesse a mensagem não acharia isso.

Então aqui vai o que pensei escrever-lhe:

“Desculpa ter-te encontrado e ter-me cruzado na tua vida.
Desculpa ter gostado de ti. Desculpa se não te fiz mais feliz! Desculpa-me ter, sempre, pensado em ti, enquanto estivemos juntos e depois disso durante muito tempo. Desculpa ter gostado desse tempo que vivemos juntos. Desculpa ter sonhado contigo. Desculpa não ter compreendido tudo o que me quiseste dizer e, duma maneira especial, peço que me desculpes por me ter sentido bem a teu lado.

Desculpa ter precisado da tua ajuda, da tua companhia e não a ter. Desculpa por não ter ido atrás de ti quando te quiseste ir embora. Desculpa por ter conseguido ultrapassar esse facto. Desculpa por ter conseguido sobreviver. Como sabes não foi fácil mas consegui...Desculpa.”

Desculpem também todos aqueles que me lerem, por ter escrito este post e vos ter cansado com este assunto. Desculpem os que me não me conhecendo ficam (com este post?) a imaginar que houve um homem que amou uma mulher e a relação não deu certo... Haverá mais algum caso assim? Desculpem, por tudo, está bem?

Às vezes sabe bem desabafar. Desculpem!

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