Fui desafiado pela JS, para responder à questão sobre a página 161. Normalmente encaro estes desafios, com galhardia e respondo. Hoje estou com vergonha. Talvez a quarta maior vergonha da minha vida…
Já sabem porquê, imagino. Lê-se na cara, ou nas teclas neste caso… E há séculos que não leio um livro. Não porque não queira sonhar os sonhos dos outros, porque também quero… Tenho relido imensa coisa, e era isso que estava a fazer. Estava a reler a “Terapia” do David Lodge, a minha última (há bastante tempo…) grande descoberta em leitura: já li tudo dele. Mas como estou quase a ver-me livre da minha terapia, achei que devia reler essa fina peça de ironia.
E levantei-me da cadeira, agarrei no livro que tem mais de 200 páginas (uff) e vi a página 161.
A correr, como sempre deixei o livro lá para as terras da Eleuzinha e agora não sei o que dizer…
Mas não podia deixar a JS pensar que não liguei nada ao desafio.
Assim, com as minhas desculpas, aqui vai a justificação. Tenho aqui o Tango, do Hugo Pratt à mão mas, em texto, não chega à página 161, nem de longe. Falta-lhe em páginas o que lhe sobra em sonho…
A página 1,61 da minha terapia pessoal, diz qualquer coisa do género:
“Olhou mais uma vez para o monte de papéis que tinha à sua frente, em dois tabuleiros, cuidadosamente arrumados e rodeados por pequenos montes de folhas soltas, numa aparente meticulosa desarrumação. Os tabuleiros eram o referencial, a montanha sagrada que ainda tinha que percorrer naquele dia. Respirou fundo olhando para o oráculo, onde cinco novas mensagens, tinham chegado, propositadamente para lhe estragar o jantar.
Sabia que vinham com aquela horrível notificação do aviso de recepção que caracteriza os homens de pouca fibra e grande insegurança. Sem os ler, abriu-os e, ao contrário de sempre, clicou no sim dos avisos da vergonha tímida.
Decidiu-se por preparar um gin tónico e ligar para a sua psicóloga de sempre.
O oráculo ficou sem resposta, a montanha sagrada por percorrer, mas sentia-se feliz. Calmamente feliz.
Nem tudo o que começa mal acaba mal, pensou com um sorriso.”
Assim a quinta frase, será qualquer coisa do género: “numa aparente meticulosa desarrumação”, como as ideias do Tio, acrescento eu.
Obrigado JS!
Gostei! Gostei e muito...como da sua aparente desarrumação. Acredito sempre na harmonia do caos.
ResponderEliminarAgora fiquei curiosa...
Concordo inteiramente consigo quando diz: "numa aparente desarrumação meticulosa, como as ideias do tio".
ResponderEliminarP.S.:
1)Não acredito que a JS o tenha desfiado embora, pelo que afirmou, talvez a ideia não fosse totalmente despropositada.
2) Peço desculpa se me excedi nas apreciações mas deduzo que aqui é um espaço onde se pode brincar.
3)E com esta despeço-me por uns tempos. Vou voar até uma ilha no Mediterrâneo e vou misturar o lazer com o estudo de ventos, correntes e marés que podem ser úteis para o seu doutoramento.
JS, Obrigado! Ainda bem que gostou.
ResponderEliminarPergunte, que eu respondo!
Maria Teresa,
Brinque à vontade, que este é um espaço para isso...
Desejo-lhe boa viagem e agradeço toda as observações e tammbém informação dessas correntes e ventos do Meterrâneo. Um dos meus locais de pesquisa, profunda é atenta é Djerba. La douce, claro.
O desfiar, vem a propósito do desfilar! Ou será do desfraldar das velas?
Upps:
ResponderEliminarO debbuger já desfiou o desafio..LOL
O Mediterrâneo é que engoliu o di (Será um primo do Ti, de origem dipolar?).
O MM era para lembrar levar na bagagem algo para petiscar!
Djerba conheço, já lá passei uns dias quando fui à Tunísia. Vou a uma ilha maior, perto de uma "bota". Obrigada pelos "mm" de preferência com amendoins no seu interior, são um delicioso "petisco"
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