Oncle's Facebook

domingo, 12 de abril de 2009

E-pistola aos plagiadores

E-pistola segundo S. António, o Galhofeiro

Naquele tempo preparavam-se os ímpios para o Pascoanço, tempo de grande alegria e júbilo, onde tradicionalmente eram perdoados todos os pecados de copianço a quem cumpria rigorosamente o jejum de 40 páginas por dia.

Eram os ímpios chamados pelos censores e verificado o jejum, poderiam caminhar livres desse ónus do copianço, que grassava na sociedade da altura.

O profeta António, professava a Verdade e com ela vivia, em todos os dias da semana, na sua casa e no seu ofício. Por esse facto o concubinato com a Verdade era encarado e aceite como um sacrifício e a bem do descanso de consciência e da pureza de vida que tinha como sua grande orientação. Verdade era uma mulher que havia sido abandonada por todos, pelo seu carácter recto e duro, apesar da sua beleza natural, e a quem António havia dado o nome da pequena aldeia do grande país da Tanga, pois que quando a encontrou estava tão maltratada que desconhecia o seu nome, as suas origens e a sua espécie.

Alguns ímpios das grandes tribos, para se evidenciarem aos seus censores, usavam textos de orações de páginas que não eram deles. E faziam-nos repetidamente, sem conhecimento dos seus autores que, em Verdade, desconheciam este uso das orações que com tanta devoção tinham construído, algumas também com a ajuda de António.

Um dia, nesse período da Copiresma, um grupo de peregrinos, viajava de terra em terra, com as orações que tinham ouvido no acampamento da grande Tribo. Eram discípulos do Tuíttero, um pregador que havia chegado de novo ao acampamento, e que também era conhecido por Língua de Mel, tão doces eram as suas palavras e tão bem instalado no governo do acampamento estava.

Chegou ao conhecimento de António que estes novos peregrinos tinham chegado a Verdade e lhe queriam falar, para com ele jejuar em conjunto, pois que já era grande a reputação de António, entre as tribos do Norte e do Sul.

Como era de bom uso e costume, António deu-lhes a palavra, pois que eram visitantes e, com surpresa de António e de Verdade, eis que começam a ler a página que ele próprio, em Verdade havia escrito tempos antes. Não os interrompeu, pois que era um homem ponderado - havia sido educado numa tribo das montanhas, lá para a Helvécia, a expensas de seu Pai e dele próprio - e porque também queria que, em Verdade, usassem a sua palavra.

Terminada a sessão, estranharam os visitantes que nada dissesse e insistiram, para dele ouvir alguma leitura das páginas sagradas. Após alguma insistência António levantou-se e brandido o seu cajado disse, com a sua voz forte, grave e serena:

Aqui, em Verdade e pela Verdade vos digo: Podeis ler e copiar as minhas páginas, quando por bem vos aprouver, se for para difusão da Verdade e para Homens e Mulheres justas, mas por bem haverão de referir a fonte dessas palavras e dessas páginas.

Se me citardes para vos agigantardes, ou sobressairdes aos outros irmãos e irmãs da vossa ou de outras tribos, qualquer que seja o vosso acampamento, há de cair sobre vós o opróbrio e vós, as vossas famílias e amigos serão classificados como Plagiadores, o que nalgumas tribos do Gov e da Uni é aceite, mas aqui, nos territórios de Verdade é motivo de vergonha e chacota.
Comei, bebei e descansai. Ide amanhã pela manhã, em paz, levando esta mensagem a todos os povos e tribos.

Se vos encontrar de novo citando as páginas da Verdade sem que a Verdade original seja referida, este cajado há de cair sobre as vossas páginas, marcando com o estigma do Plágio esses escritos.

Ouviram os visitantes num silêncio respeitoso, mas não temerário. Comeram, beberam e dançaram no banquete que em sua honra tinha sido preparado, não se tendo mais falado desse assunto. A partir dessa data, o profeta autor das páginas foi sempre citado.

E assim nasceu o culto da Verdade, naquelas terras, que antes eram dos ímpios e passaram a ser também da Verdade, desde essa altura e até ao presente.

Palavra da Internette.

3 comentários:

  1. Este seu texto humorístico, crítica satírica, a começar pelo título, fez-me rir.
    Eu tenho dificuldade em recriar palavras dando-lhes um sentido duplo ou aproximado.Encontro (será que encontro?)este tipo de "neologismos" em publicidade e nas histórias em quadradinhos do Walter Disney.
    Acho graça ao modo como mostra o seu repúdio pelo plágio, tão vulgar nos dias de hoje, tendo por base uma história que se aplica à quadra festiva que estamos atravessando.

    ResponderEliminar
  2. FA-BU-LO-SO!!!

    Não consigo dizer mais nada: FABULOSO!!!!

    ResponderEliminar
  3. Maria Teresa,
    Agradeço as suas simpáticas observações. A mim irrita-me mesmo o plágio...Acho que estou a gostar de escrever. Ainda bem que gosta de me ler!!! :)

    JS
    OBRIGADO!!!!

    Os vossos comments são o motor das meus post... ;)

    ResponderEliminar

Hmmm! Let's look at the trailer...