Desde o "10 Uma mulher de sonho", que deixei de sentir a sensualidade do Bolero de Ravel. A música é fantástica, o crescendo é avassalador, mas vem-me à memória o Dudley Moore a levantar-se para ir por o disco no início e lá se vai a imagem da Bo Derek, com as trancinhas, na praia, a rebolar na areia…. A utilização do repeat, teria facilitado a tarefa, e eu continuaria a ter essa peça como uma as mais fantásticas músicas para o mesmo fim que a Jenny Hanley… mas nessa altura não deveria haver CDs...
O filme é uma comédia divertida, sobre a crise da meia-idade. E como já falei sobre o assunto, dispenso-me de o repetir. Mantenho o que disse, enquanto me vou deliciando com umas saladas, alternadas com pratos mais condimentados, os meus preferidos. Tenho que fazer um pedido, neste momento, a quem me lê. Se chegaram até aqui peço-vos, por favor, um pequeno esforço adicional e tentem ler o post com o título o Peixe, A Carne e a Meia-idade, aqui linkado….
O Bolero, ritmo de dança, não faz parte do menu das clássicas nem das latinas, mas também se dança. Não tem a sensualidade de outros ritmos latino-americanos, como a Kizomba ou a Bachata, mas dança-se com agrado. É leve e romântico, talvez adequado a essa faixa onde ainda não me revejo, mas já devo estar.
Inscrevi-me numa MobDance, mas foi cancelada! Não há relação entre os factos mas entretanto recebi este vídeo de uma FlashMob, em Copenhaga, na Central Station, que aqui partilho. É a Sjællands Symfoniorkester, a Orquestra Filarmónica de Copenhaga, numa ideia fantástica e divertida. Será que algum dia vamos ver algo do género na Estação do Rossio, em Santa Apolónia ou em São Bento? Entretanto espero que a imagem do George Webber, personagem interpretado pelo Dudley Moore desapareça de vez, enquanto penso nas potencialidades da Bolero e recordo a quantidade de músicas fantásticas do “Les uns et les autres” do Lelouche…
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Equidade matemática: Um novo teorema
Confesso (podem tirar o cavalinho da chuva que não abri um novo tag para confissões), que me fascina o descaramento de alguns políticos. Fascina na mera perspectiva da análise social, tentar compreender como é que o povo suporta, sustenta, admira e até reverencia aqueles que sistematicamente o enganam, roubam, esbulham e esmagam.
Recordo-me de uma máxima que não sabia tão bem aplicada às massas populares: “As pessoas acreditam no que querem acreditar”. E assim é este um dos suportes onde assenta o discurso político de muitos. Outro alicerce também é, infelizmente, fácil de encontrar, mas vai ficar para próxima oportunidade. Próxima, mas não nova.
Recentemente veio à baila esta questão da equidade. E recordo um conhecido político português há uns anos, antes de ter emigrado e com muitos quilos a menos, que não conhecia em português a palavra equidade. Fairness, foi o que usou na altura, porque (segundo ele) não havia em português uma palavra para dizer o mesmo. Poucos se recordarão desses primeiros discursos do que na altura era cherne e agora é mero, eurocrata de peso. Refiro-me ao peixe, o mero, da família do cherne, da garoupa e do badejo, mas podem tirar a vírgula se assumirem a responsabilidade pela alteração do sentido da frase.
Havia contudo um erro, nessa questão do fairness. A palavra equidade existe em português, em Portugal é que não lhe conhecemos o significado. Era uma questão de mera semântica …
Depois deste pequeno devaneio linguístico (a língua pode ser muito traiçoeira), voltemos ao teorema da equidade matemática, que posso enunciar da forma seguinte:
1/14 = 2/14, dado que 2/14 =1/12
Considerando que 14=12 e 1=2, este Teorema pode também ser apresentado na forma evoluída, decorrente da forma canónica:
1/12=2/14, dado que 12=14 e 1=2
É com base neste teorema que se define a equidade aplicada às subvenções vitalícias dos detentores de cargos políticos e aos vencimentos da função pública, ou seja um catorze avos da subvenção vitalícia é igual a dois catorze avos do rendimento anual dos funcionários públicos. Da aplicação prática deste teorema decorrem os valores dos famosos subsídios que alguns já sabem que não vão ter, enquanto outros acham que na pior hipótese vão perder entre 1/12 e 1/14…
Poderíamos ainda definir uma função real de variável “p”, Real ou Imaginária F(p), mas já seria muita matéria para uma só sessão.
Recordo-me de uma máxima que não sabia tão bem aplicada às massas populares: “As pessoas acreditam no que querem acreditar”. E assim é este um dos suportes onde assenta o discurso político de muitos. Outro alicerce também é, infelizmente, fácil de encontrar, mas vai ficar para próxima oportunidade. Próxima, mas não nova.
Recentemente veio à baila esta questão da equidade. E recordo um conhecido político português há uns anos, antes de ter emigrado e com muitos quilos a menos, que não conhecia em português a palavra equidade. Fairness, foi o que usou na altura, porque (segundo ele) não havia em português uma palavra para dizer o mesmo. Poucos se recordarão desses primeiros discursos do que na altura era cherne e agora é mero, eurocrata de peso. Refiro-me ao peixe, o mero, da família do cherne, da garoupa e do badejo, mas podem tirar a vírgula se assumirem a responsabilidade pela alteração do sentido da frase.
Havia contudo um erro, nessa questão do fairness. A palavra equidade existe em português, em Portugal é que não lhe conhecemos o significado. Era uma questão de mera semântica …
Depois deste pequeno devaneio linguístico (a língua pode ser muito traiçoeira), voltemos ao teorema da equidade matemática, que posso enunciar da forma seguinte:
1/14 = 2/14, dado que 2/14 =1/12
Considerando que 14=12 e 1=2, este Teorema pode também ser apresentado na forma evoluída, decorrente da forma canónica:
1/12=2/14, dado que 12=14 e 1=2
É com base neste teorema que se define a equidade aplicada às subvenções vitalícias dos detentores de cargos políticos e aos vencimentos da função pública, ou seja um catorze avos da subvenção vitalícia é igual a dois catorze avos do rendimento anual dos funcionários públicos. Da aplicação prática deste teorema decorrem os valores dos famosos subsídios que alguns já sabem que não vão ter, enquanto outros acham que na pior hipótese vão perder entre 1/12 e 1/14…
Poderíamos ainda definir uma função real de variável “p”, Real ou Imaginária F(p), mas já seria muita matéria para uma só sessão.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Novo riquismo: Outros quinhentos
Já foi definido, pelo Tio do Algarve, o novo conceito de milionário. Para completar esta nova taxonomia da riqueza urge, por razões óbvias e decorrentes da nova classificação de milionário, definir o conceito de novo-rico.
Permitam-me os mais distraídos, um pequeno parêntese, sobre taxonomia. Taxonomia, é uma palavra que consta no Ticionário, com um significado novo: Taxonomia, palavra de origem inglesa é a classificação das vítimas dos impostos (tax, no original). Então, nesta nova taxonomia, se os pobres são os que ganham menos de quinhentos euros e os milionários são os que ganham mais de mil euros, os novos-ricos são os que ganham entre quinhentos e mil euros… Não são pobres, nem milionários. São ricos, mas como só muito recentemente chegaram a esse estatuto, são, obviamente, novos-ricos!
Estes novos-ricos também não vão ser poupados este ano, mas para o ano não escapam mesmo em nada. O novo-riquismo sempre foi motivo de chacota, quer dos muito e antigos ricos, quer dos pobres, novos ou antigos. Antes eram motivo de chacota, agora são chicoteados pelo governo…
Os que ganham menos de quinhentos são os pobres, e por isso estão excluídos destes novos impostos, concebidos para os ricos e novos-ricos.
Parece que também ficam excluídos os que ganham mais de quinhentos mil euros, em dois anos, se os receberem em duodécimos…Estes não são novo ricos nem milionários. São seres superiores, à margem das leis que regem o vil metal. São anjos, guardados por um arcanjo que se diz duplamente santo, ou seja ainda está para nascer quem seja mais santo que ele. Será daqui que vem a expressão santo de pau carunchoso?
Assim, esta é de facto a geração dos quinhentos euros, ordenado mensal auferido pelos velhos pobres e pelos recém-licenciados, os novos-ricos do conhecimento…
Os mais atentos reparam que há uma aparente lacuna nesta nova taxonomia: Os que ganham precisamente quinhentos euros, que tanto podem ser considerados pobres como novos-ricos! Esta situação é no entanto, propositada. Os que têm esse rendimento podem ser tudo o que os outros quiserem, em função da situação dos segundos e da necessidade dos primeiros…
São quinhentos euros, mas outros quinhentos… E, como sempre, os quinhentos quando chegam à conta bancária não são iguais para todos.
Nota sobre o uso do acordo ortográfico: Grafei (linda, esta palavra…) no início do texto “novo rico” sem hífen. À medida que fui escrevendo, pensei que se emprega o hífen, e passo a citar: “nos compostos em que entram, foneticamente distintos (e, portanto, com acentos gráficos, se os têm à parte), dois ou mais substantivos, ligados ou não por preposição ou outro elemento, um substantivo e um adjectivo, um adjectivo e um substantivo, dois adjectivos ou um adjectivo e um substantivo com valor adjectivo, uma forma verbal e um substantivo, duas formas verbais, ou ainda outras combinações de palavras, e em que o conjunto dos elementos, mantida a noção da composição, forma um sentido único ou uma aderência de sentidos”… Foi esta razão que me levou a usar o dito apêndice ortográfico.
A citação está devidamente identificada, e linkada (o k faz parte do nosso alfabeto), não se tratando por isso de plágio, ou tentativa de apropriação de propriedade intelectual de outrem… É de 1945? Nesse ano acabou a guerra mundial e eu nem era nascido (os pais - reparem que não uso o pronome possessivo - nem se conheciam, suponho que andariam na escola), mas deve ter sido um ano de muita alegria, em Paris e pelo mundo inteiro. Os factos citados não estão relacionados.
Permitam-me os mais distraídos, um pequeno parêntese, sobre taxonomia. Taxonomia, é uma palavra que consta no Ticionário, com um significado novo: Taxonomia, palavra de origem inglesa é a classificação das vítimas dos impostos (tax, no original). Então, nesta nova taxonomia, se os pobres são os que ganham menos de quinhentos euros e os milionários são os que ganham mais de mil euros, os novos-ricos são os que ganham entre quinhentos e mil euros… Não são pobres, nem milionários. São ricos, mas como só muito recentemente chegaram a esse estatuto, são, obviamente, novos-ricos!
Estes novos-ricos também não vão ser poupados este ano, mas para o ano não escapam mesmo em nada. O novo-riquismo sempre foi motivo de chacota, quer dos muito e antigos ricos, quer dos pobres, novos ou antigos. Antes eram motivo de chacota, agora são chicoteados pelo governo…
Os que ganham menos de quinhentos são os pobres, e por isso estão excluídos destes novos impostos, concebidos para os ricos e novos-ricos.
Parece que também ficam excluídos os que ganham mais de quinhentos mil euros, em dois anos, se os receberem em duodécimos…Estes não são novo ricos nem milionários. São seres superiores, à margem das leis que regem o vil metal. São anjos, guardados por um arcanjo que se diz duplamente santo, ou seja ainda está para nascer quem seja mais santo que ele. Será daqui que vem a expressão santo de pau carunchoso?
Assim, esta é de facto a geração dos quinhentos euros, ordenado mensal auferido pelos velhos pobres e pelos recém-licenciados, os novos-ricos do conhecimento…
Os mais atentos reparam que há uma aparente lacuna nesta nova taxonomia: Os que ganham precisamente quinhentos euros, que tanto podem ser considerados pobres como novos-ricos! Esta situação é no entanto, propositada. Os que têm esse rendimento podem ser tudo o que os outros quiserem, em função da situação dos segundos e da necessidade dos primeiros…
São quinhentos euros, mas outros quinhentos… E, como sempre, os quinhentos quando chegam à conta bancária não são iguais para todos.
Nota sobre o uso do acordo ortográfico: Grafei (linda, esta palavra…) no início do texto “novo rico” sem hífen. À medida que fui escrevendo, pensei que se emprega o hífen, e passo a citar: “nos compostos em que entram, foneticamente distintos (e, portanto, com acentos gráficos, se os têm à parte), dois ou mais substantivos, ligados ou não por preposição ou outro elemento, um substantivo e um adjectivo, um adjectivo e um substantivo, dois adjectivos ou um adjectivo e um substantivo com valor adjectivo, uma forma verbal e um substantivo, duas formas verbais, ou ainda outras combinações de palavras, e em que o conjunto dos elementos, mantida a noção da composição, forma um sentido único ou uma aderência de sentidos”… Foi esta razão que me levou a usar o dito apêndice ortográfico.
A citação está devidamente identificada, e linkada (o k faz parte do nosso alfabeto), não se tratando por isso de plágio, ou tentativa de apropriação de propriedade intelectual de outrem… É de 1945? Nesse ano acabou a guerra mundial e eu nem era nascido (os pais - reparem que não uso o pronome possessivo - nem se conheciam, suponho que andariam na escola), mas deve ter sido um ano de muita alegria, em Paris e pelo mundo inteiro. Os factos citados não estão relacionados.
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Milionário
Recentemente a palavra milionário adquiriu um novo significado, no famoso Pacionário, bem conhecido cá na casa.
Milionário é o indivíduo que aufere mais de 1000 euros de remuneração mensal...
O Tio agora não pode continuar este post, mas prometo em breve voltar ao tema. Espero que seja antes do sorteio do próximo Portumilhões, previsto para a semana que vem, na maior parte dos quiosques portugueses. E vejam como utilizo o acordo ortográfico, sinal de recente modernidade.
Milionário é o indivíduo que aufere mais de 1000 euros de remuneração mensal...
O Tio agora não pode continuar este post, mas prometo em breve voltar ao tema. Espero que seja antes do sorteio do próximo Portumilhões, previsto para a semana que vem, na maior parte dos quiosques portugueses. E vejam como utilizo o acordo ortográfico, sinal de recente modernidade.
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Prémio em segredo. Full disclosure…
Recebi há dias um prémio. Coisa rara nos dias de hoje, apenas permitida a alguns. A blogosfera tornou possível a atribuição, a partilha e a divulgação em simultâneo. Falei na Maria Bolacha e eis que sou presenteado com um pacote. Não um pacote qualquer, o pacote da rainha! Das bolachas, claro.
E logo eu que não posso ver um pacote à minha frente! Suponho que não tenha sido com as reacções a um pacote que Pavlov se inspirou para o estudo dos reflexos condicionados, mas poderia muito bem ter sido, que funciona na perfeição. Mostrem-me um pacote apetitoso e eis que as glândulas salivares começam a dar sinal….
O que é certo que ganhei este prémio que divido com a Julie d’Aiglemont com muita satisfação, pois foi ela a vencedora. Assim, para além do primeiro prémio fica também com metade do segundo. A origem do nome Aiglemont não vem da célebre Rua do Porto, perto da Rotunda da Boavista, mas sim do Honoré (também não é do Faubourg St Honoré - só pensam em compras!!!!) mas sim do Balzac, claro.
Voltando ao suculento prémio. La Femme de trente ans não era o que a Pseudo estava a ler. Era segredo, mas não o era sétimo. Era o Terceiro. Como dei mais do dobro que o esperado (um pouco à maneira de quem espera dar mais, para surpreender o cliente), acabei por ser contemplado e o segredo foi finalmente revelado. Este verso foi acidental, mas verdadeiro e como um agradecimento, só o é de facto quando tornado público, aqui vai a revelação total do prémio ganho com tanto esforço (foram várias tentativas...). Sem mais delongas, aqui vai o pacote das minhas bolachinhas preferidas,
Sensibilizado e reconhecido,
António Bernardo Risos, aka Tio do Algarve
E foi este o pacote:
E logo eu que não posso ver um pacote à minha frente! Suponho que não tenha sido com as reacções a um pacote que Pavlov se inspirou para o estudo dos reflexos condicionados, mas poderia muito bem ter sido, que funciona na perfeição. Mostrem-me um pacote apetitoso e eis que as glândulas salivares começam a dar sinal….
O que é certo que ganhei este prémio que divido com a Julie d’Aiglemont com muita satisfação, pois foi ela a vencedora. Assim, para além do primeiro prémio fica também com metade do segundo. A origem do nome Aiglemont não vem da célebre Rua do Porto, perto da Rotunda da Boavista, mas sim do Honoré (também não é do Faubourg St Honoré - só pensam em compras!!!!) mas sim do Balzac, claro.
Voltando ao suculento prémio. La Femme de trente ans não era o que a Pseudo estava a ler. Era segredo, mas não o era sétimo. Era o Terceiro. Como dei mais do dobro que o esperado (um pouco à maneira de quem espera dar mais, para surpreender o cliente), acabei por ser contemplado e o segredo foi finalmente revelado. Este verso foi acidental, mas verdadeiro e como um agradecimento, só o é de facto quando tornado público, aqui vai a revelação total do prémio ganho com tanto esforço (foram várias tentativas...). Sem mais delongas, aqui vai o pacote das minhas bolachinhas preferidas,
Sensibilizado e reconhecido,
António Bernardo Risos, aka Tio do Algarve
E foi este o pacote:
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
A palavra amiga
A verdade vem muitas vezes por um mero acaso, um pouco como as grande descobertas aconteceram por meros acidentes. Desde a banheira de Arquimedes à macieira de Newton, muita coisa se tem descoberto por casualidade. Até o tipo que, sem avisar, chega um dia mais cedo a casa pode fazer descobertas interessantes…
No meu caso e como já devem ter reparado, tenho uma tendência enorme para comer letras. Não me refiro outra coisa que não às constantes falhas ao digitar as letras das palavras. Umas vezes faltam, outras vezes estão fora de ordem. Foi o que me aconteceu hoje ao escrever a palavra amiga. A palavra “amiga” e não a “palavra amiga”.
Habitualmente escrevo bastante depressa e quando reli, encontrei magia, onde tinha escrito amiga. Terei trocado assim tantas letras? Terá sido o corrector ortográfico?
Não sei e também não importa. Importa é que na nossa vida haja magia.
No meu caso e como já devem ter reparado, tenho uma tendência enorme para comer letras. Não me refiro outra coisa que não às constantes falhas ao digitar as letras das palavras. Umas vezes faltam, outras vezes estão fora de ordem. Foi o que me aconteceu hoje ao escrever a palavra amiga. A palavra “amiga” e não a “palavra amiga”.
Habitualmente escrevo bastante depressa e quando reli, encontrei magia, onde tinha escrito amiga. Terei trocado assim tantas letras? Terá sido o corrector ortográfico?
Não sei e também não importa. Importa é que na nossa vida haja magia.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Excepção, exceção e excessão
Apesar do receio de me tornar aborrecido com estas postagens sobre o significado das palavras, à luz do dito Acordo Hortográfico e Urtografico, arrisco e decido continuar….Também me sinto um pouco compelido a tal, por razões que se prendem com as minhas relações afectivas com toda a pesada herança socretina e guterreica ou ponciana (do Pôncio Cavacus), em geral e muito em particular ao “Tratadão das Grafias, do Palavrão e das Sintaxias” (ler, por favor, com sotaque de português que passou uma semana em Fortaleza e já não se lembra como é que falava antes).
As três palavrinhas de hoje, são parónimas, não são homónimas nem homófonas e por isso não posso ser acusado de ser um perigoso fundamentalista, um sectário intolerante contra o prefixo homo. Tenho a certeza que as minhas leitoras e leitores já perceberam as minhas inclinações nesta matéria e espero que me aceitem como sou: Um hetero militante, um combatente em prol da diversidade. A língua é para ser usada de formas diferentes. Mas nada de modernices, como dizem os meus compadres do Alentejo, uniões de fato, sem fato, ou novidades ortográficas.
Depois deste devaneio com estas três meninas, a excepção, a exceção e a excessão, há que clarificar os conceitos, explicitar as diferenças… E deixemos o Menage para outra altura.
Excepção, é um substantivo do género feminino, significa um desvio da regra geral, uma restrição, um privilégio ou prerrogativa…
Exceção, é a forma brasileira da palavra excepção, não usada em Portugal, Angola Moçambique, S. Tomé e Príncipe, Timor, Cabo Verde e Macau (em Macau pode usar-se exception). “Essa gatinha tem uma bundinha que é uma exceção”, ou “O Lula não foi exceção no caso mensalão”, são exemplos, imaginários, de utilização dessa palavra, que também é um substantivo comum (ou incomum, depende da bundinha) e do género feminino.
“Excessão”, como o sufixo indica é um excesso muito grande. Um exemplo claro de utilização desta palavra pode ser observado na frase seguinte: “ As reformas dos políticos: tem muitos excessos, é um verdadeiro ’Excessão’! Outro exemplo de utilização comum deste vocábulo: Bebeu shots até cair para o lado, foi um “Excessão” de shots. “Excessão” é um substantivo do género masculino, cujo plural é: “Excessões”.
E se alguém chegou aqui por engano, sem ser uma excepção, leu o textículo todo, deve saber que esta é a casa do Grande Irmão Contra o Acordo Ortográfico, Plano Tecnológico, Especialmente o Migalhães, SCUTS, TGVs, Aeroportos e Outras Tolices Que Tais Que Agora Temos Todos Que Pagar Com Língua de Pau. Eu prefiro pagar com o pau e a língua, mas em separado e em suaves prestações.
PS: Refira-me ao lápis com que escrevo estas postas e às ditas.
Disclaimer (Nota de reserva não discriminatória): Não tenho nada contra os paulistas, cariocas baianos, gaúchos, de Curitiba, Ceará, Natal, Belém do Pará ou de Manaus, mas não me obriguem a escrever como eles, porque nunca conseguirei fazê-lo…. Saravá, meus irmãos aí desse lado do atlântico!!!
As três palavrinhas de hoje, são parónimas, não são homónimas nem homófonas e por isso não posso ser acusado de ser um perigoso fundamentalista, um sectário intolerante contra o prefixo homo. Tenho a certeza que as minhas leitoras e leitores já perceberam as minhas inclinações nesta matéria e espero que me aceitem como sou: Um hetero militante, um combatente em prol da diversidade. A língua é para ser usada de formas diferentes. Mas nada de modernices, como dizem os meus compadres do Alentejo, uniões de fato, sem fato, ou novidades ortográficas.
Depois deste devaneio com estas três meninas, a excepção, a exceção e a excessão, há que clarificar os conceitos, explicitar as diferenças… E deixemos o Menage para outra altura.
Excepção, é um substantivo do género feminino, significa um desvio da regra geral, uma restrição, um privilégio ou prerrogativa…
Exceção, é a forma brasileira da palavra excepção, não usada em Portugal, Angola Moçambique, S. Tomé e Príncipe, Timor, Cabo Verde e Macau (em Macau pode usar-se exception). “Essa gatinha tem uma bundinha que é uma exceção”, ou “O Lula não foi exceção no caso mensalão”, são exemplos, imaginários, de utilização dessa palavra, que também é um substantivo comum (ou incomum, depende da bundinha) e do género feminino.
“Excessão”, como o sufixo indica é um excesso muito grande. Um exemplo claro de utilização desta palavra pode ser observado na frase seguinte: “ As reformas dos políticos: tem muitos excessos, é um verdadeiro ’Excessão’! Outro exemplo de utilização comum deste vocábulo: Bebeu shots até cair para o lado, foi um “Excessão” de shots. “Excessão” é um substantivo do género masculino, cujo plural é: “Excessões”.
E se alguém chegou aqui por engano, sem ser uma excepção, leu o textículo todo, deve saber que esta é a casa do Grande Irmão Contra o Acordo Ortográfico, Plano Tecnológico, Especialmente o Migalhães, SCUTS, TGVs, Aeroportos e Outras Tolices Que Tais Que Agora Temos Todos Que Pagar Com Língua de Pau. Eu prefiro pagar com o pau e a língua, mas em separado e em suaves prestações.
PS: Refira-me ao lápis com que escrevo estas postas e às ditas.
Disclaimer (Nota de reserva não discriminatória): Não tenho nada contra os paulistas, cariocas baianos, gaúchos, de Curitiba, Ceará, Natal, Belém do Pará ou de Manaus, mas não me obriguem a escrever como eles, porque nunca conseguirei fazê-lo…. Saravá, meus irmãos aí desse lado do atlântico!!!
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Temporária
Esta palavra assume, desde ontem, novos significados que levaram à sua inclusão no Pacionário, o conhecido Dicionário da Paciência e do Paços, com ç, à antiga…Como sabem os meus leitores mais atentos este Pacionário é uma recolha de vocábulos empreendida pelo Tio do Algarve, publicada em adenda ao Ticionário, mas não faz parte dos neologismos da sua responsabilidade. Nesse compêndio o Tio apenas divulga as criações artísticas dos outros …
Temporária, no DILPAC, o Dicionário da Língua Portuguesa Antes do Acordo, significa coisa não duradoura, efémera, eventual, de curta duração. Um exemplo de utilização: “Esta medida de aumento do IVA para 21% é temporária”. E assim ficámos todos a saber que a aplicação dessa taxa de 21% duraria pouco tempo.
No Pacionário o significado é completamente diferente. Temporária significa uma coisa que aconteceu num determinado tempo, num momento concreto. Temporária, neste novo contexto, não tem qualquer ligação com a duração dos efeitos ou com o prolongamento no tempo da acção. O melhor exemplo que encontro para ilustrar este significado do vocábulo “temporária”, no novo Pacionário, é a frase: “O corte nos subsídios de férias e Natal dos funcionários públicos é uma medida temporária”.
É agora claro para quem me lê, que o que se pretende dizer é que esse corte ocorreu num determinado momento, num tempo concreto….
Temporária, no DILPAC, o Dicionário da Língua Portuguesa Antes do Acordo, significa coisa não duradoura, efémera, eventual, de curta duração. Um exemplo de utilização: “Esta medida de aumento do IVA para 21% é temporária”. E assim ficámos todos a saber que a aplicação dessa taxa de 21% duraria pouco tempo.
No Pacionário o significado é completamente diferente. Temporária significa uma coisa que aconteceu num determinado tempo, num momento concreto. Temporária, neste novo contexto, não tem qualquer ligação com a duração dos efeitos ou com o prolongamento no tempo da acção. O melhor exemplo que encontro para ilustrar este significado do vocábulo “temporária”, no novo Pacionário, é a frase: “O corte nos subsídios de férias e Natal dos funcionários públicos é uma medida temporária”.
É agora claro para quem me lê, que o que se pretende dizer é que esse corte ocorreu num determinado momento, num tempo concreto….
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Arquitetos e arquitetas
Depois da modesta, mas clara e concisa, explicação sobre tetos e tetas, eis que julgo haver necessidade de clarificar outros dois conceitos relacionados: O de arquiteto e de arquiteta, que de forma alguma se podem confundir como as parónimas, Arquitecto e Arquitecta. E quem disser que são homófonas, fica já excluído da guest list cá da casinha….
Sabendo que o prefixo “arqui” é um aumentativo, a explicação é simples e o significado fica ao alcance de todos…Uma arquiteta é uma teta muito grande, quiçá como tem acontecido na nossa república de Los Plátanos, para muitos filhos queridos. Arquiteto, como o nome indica, é um teto de grande amplitude, como tento mostrar na frase seguinte: “O teto salarial dos operadores de caixa das grandes superfícies é pequeno, contrariamente ao arquiteto salarial dos gestores de empresas públicas…”.
Poderá surgir a dúvida na utilização da palavra Arquitecto, que designa a profissão de alguém que exerce arquitectura (a organização do espaço e a definição das formas), ou dos seus derivados, e o neologismo arquiteto. Para que não restem quaisquer dúvidas depois da explicação anterior, aqui vai um exemplo para ilustrar a diferença de significado: “O arquiteto salarial das empresas públicas de transporte foi arquitectado por alguém que não teve em conta os interesses do comum dos cidadãos e do estado, mas apenas o bem-estar e o conforto material dos trabalhadores dessas empresas” Esta citação foi retirada de um trabalho académico do reputado (para alguém que chegue até aqui por engano, tenho que dizer que reputado não é aquele que anda com putas, mas o que tem reputação) investigador da Universidade do Allgarve, o Ti António de Olhão, da Armona e do Farol, na sua dissertação de Mestrado em Vela de Cruzeiro, com o sugestivo título: Lusitânia Perdida: vê-la a dormir ou à vela?”.
Sabendo que o prefixo “arqui” é um aumentativo, a explicação é simples e o significado fica ao alcance de todos…Uma arquiteta é uma teta muito grande, quiçá como tem acontecido na nossa república de Los Plátanos, para muitos filhos queridos. Arquiteto, como o nome indica, é um teto de grande amplitude, como tento mostrar na frase seguinte: “O teto salarial dos operadores de caixa das grandes superfícies é pequeno, contrariamente ao arquiteto salarial dos gestores de empresas públicas…”.
Poderá surgir a dúvida na utilização da palavra Arquitecto, que designa a profissão de alguém que exerce arquitectura (a organização do espaço e a definição das formas), ou dos seus derivados, e o neologismo arquiteto. Para que não restem quaisquer dúvidas depois da explicação anterior, aqui vai um exemplo para ilustrar a diferença de significado: “O arquiteto salarial das empresas públicas de transporte foi arquitectado por alguém que não teve em conta os interesses do comum dos cidadãos e do estado, mas apenas o bem-estar e o conforto material dos trabalhadores dessas empresas” Esta citação foi retirada de um trabalho académico do reputado (para alguém que chegue até aqui por engano, tenho que dizer que reputado não é aquele que anda com putas, mas o que tem reputação) investigador da Universidade do Allgarve, o Ti António de Olhão, da Armona e do Farol, na sua dissertação de Mestrado em Vela de Cruzeiro, com o sugestivo título: Lusitânia Perdida: vê-la a dormir ou à vela?”.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Baixar e abaixar. Uma conversa de tanga
O nosso Pôncio Cavacus resolveu dar mais uma prelecção aos Lusitanos onde, perorando sobre as virtudes da raça lusa, os exortou a resistir e a lutar contra os fariseus: Os Lusitanos não podem baixar os braços! Foi a frase que retive e uso esta terminologia para me adequar ao discurso…
Já estamos habituados a esta nova versão do Pôncio, que quer os Lusitanos a poupar, que prefere produtos portugueses, que os incentiva a passar férias no dito jardim à beira mar e a cultivar as terras, mas esta novidade de baixar os braços foi a cereja no topo do bolo. Cereja do Fundão, da Cova da Beira.
Claro que os Lusitanos não podem baixar os braços! Então se estão com as calças na mão, a bater à porta dos bárbaros que têm por hábito ficar com os despojos dos vencidos, como podem baixar os braços? Nem para ajudar um irmão desavindo dos países eslavos, a baixar também as calças.
Mas não estávamos de tanga? Os nossos representantes não são mestres da tanga?
Então o aforismo tem que ser actualizado: Quem mais se abaixa mais mostra a tanguinha…
Já estamos habituados a esta nova versão do Pôncio, que quer os Lusitanos a poupar, que prefere produtos portugueses, que os incentiva a passar férias no dito jardim à beira mar e a cultivar as terras, mas esta novidade de baixar os braços foi a cereja no topo do bolo. Cereja do Fundão, da Cova da Beira.
Claro que os Lusitanos não podem baixar os braços! Então se estão com as calças na mão, a bater à porta dos bárbaros que têm por hábito ficar com os despojos dos vencidos, como podem baixar os braços? Nem para ajudar um irmão desavindo dos países eslavos, a baixar também as calças.
Mas não estávamos de tanga? Os nossos representantes não são mestres da tanga?
Então o aforismo tem que ser actualizado: Quem mais se abaixa mais mostra a tanguinha…
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
O ponto G
Há já algum tempo que não leio nada sobre o ponto G e não conheço nenhuma nova teoria na comunidade científica, ou outra, sobre o assunto. Também não me recordo de ter entrado, pelo menos recentemente, nalguma discussão sobre esse Eldorado do prazer feminino e por arrastamento, do prazer a dois…
Não tem aparecido a Happy Woman lá em casa... Será que a Galp já deixou de oferecer a quem lhes apresenta o cartão Galp Woman? A mim nunca me ofereceram a FHM, GQ, Maxmen, nem nada do género, apesar de já ter passado dos 5000 pontos. Será discriminação? Enfim, algumas fontes de pesquisa adicionais talvez dessem jeito ou melhor, talvez fosse conveniente ter à mão, ou na ponta dos dedos para escrever sobre este assunto do ponto G.
O que não significa que não tenha encontrado ou que continue, incansavelmente, à procura. Até porque ficará sempre o dilema: Haverá mais do que um ponto G?
Sinto que não estou suficientemente preparado para responder, fundamentadamente, a esta questão e vejo também que há séculos que não escrevia nada sobre percursos o que me deixa triste… E a tristeza contrasta todos os sentimentos relacionados com o assunto.
Mas descobri o ponto G, e acho que devo partilhar como as minhas leitoras e leitores!
Encontrei o ponto G, num local escuro e apertado, mas que me tem proporcionado viagens excelentes e altamente excitantes. Descobri-o num país onde se usa a língua de forma diferente. Descobri o ponto G, onde não podia deixar de o fazer: Num elevador e em terras de Sua Majestade, onde tenho feito umas viagens inesquecíveis. Como esta, aliás, também foi. Viagens com bastante humidade, muito molhadas, mas sempre com muito, muito prazer.
Para que não restem dúvidas aqui fica a fotografia do ponto G, que atingimos em seis etapas.
Como é óbvio, não publico a fotografia da minha inseparável e indispensável companheira de pesquisa, a quem aproveito para agradecer a colaboração. A sua disponibilidade e empenho foram imprescindíveis para o bom sucesso deste percurso e prova evidente que as melhores descobertas acontecem a dois.
Boas viagens!
Não tem aparecido a Happy Woman lá em casa... Será que a Galp já deixou de oferecer a quem lhes apresenta o cartão Galp Woman? A mim nunca me ofereceram a FHM, GQ, Maxmen, nem nada do género, apesar de já ter passado dos 5000 pontos. Será discriminação? Enfim, algumas fontes de pesquisa adicionais talvez dessem jeito ou melhor, talvez fosse conveniente ter à mão, ou na ponta dos dedos para escrever sobre este assunto do ponto G.
O que não significa que não tenha encontrado ou que continue, incansavelmente, à procura. Até porque ficará sempre o dilema: Haverá mais do que um ponto G?
Sinto que não estou suficientemente preparado para responder, fundamentadamente, a esta questão e vejo também que há séculos que não escrevia nada sobre percursos o que me deixa triste… E a tristeza contrasta todos os sentimentos relacionados com o assunto.
Mas descobri o ponto G, e acho que devo partilhar como as minhas leitoras e leitores!
Encontrei o ponto G, num local escuro e apertado, mas que me tem proporcionado viagens excelentes e altamente excitantes. Descobri-o num país onde se usa a língua de forma diferente. Descobri o ponto G, onde não podia deixar de o fazer: Num elevador e em terras de Sua Majestade, onde tenho feito umas viagens inesquecíveis. Como esta, aliás, também foi. Viagens com bastante humidade, muito molhadas, mas sempre com muito, muito prazer.
Para que não restem dúvidas aqui fica a fotografia do ponto G, que atingimos em seis etapas.
Como é óbvio, não publico a fotografia da minha inseparável e indispensável companheira de pesquisa, a quem aproveito para agradecer a colaboração. A sua disponibilidade e empenho foram imprescindíveis para o bom sucesso deste percurso e prova evidente que as melhores descobertas acontecem a dois.
Boas viagens!
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Actividades circum-escolares
É espantoso o que se pode aprender com a televisão a propósito do acordo urtográfico (vou passar a usar esta grafia, deixando cair o “h” mudo que ironizava o quanto gosto do dito cujo e passar a usar a vogal “u”, para enfatizar o meu gosto pelo norte de Portugal)!
Para além das notas diárias para os tele-especto-consumidores mais matutinos, do “Em bom Português”, também agora um programa que não vejo mas até gosto, o “Sociedade Civil” tem uma pestana (adoro esta expressão espanhola) sobre o dito cujo, a que deram o nome de “de Acordo com o acordo”. Propositadamente troquei as maiúsculas aos acordos…
Ora hoje, de raspão, lá pisquei o olho à pestana sobre o assunto da nova grafia e fiquei a saber que na palavra circum-navegação se mantém o hífen, como também nas palavras compostas cujo primeiro elemento acabe em “b” ou em “d”. Pelo que percebi, a justificação advém da dificuldade de leitura…
Tenho que dizer que não posso concordar de forma alguma com a manutenção do hífen, independentemente das razões que possam existir para tal, nem com a manutenção de palavras tão próximas do latim, como “circum”... Como é possível manter essa palavra balofa e fascizante, lembrando as actividades da Mocidade Portuguesa e as tardes desportivas de quarta-feira nos antigos liceus? Essa palavra “circum”, tresanda a campeonatos interescolas (Fica bem sem o hífen? Bem me parecia…), a deslocações a Espanha e a França a representar Portugal, em jogos de inspiração militar e militarista, como o Hóquei em Patins, o atletismo, o basketball (devia ser bolanocesto, para estar de acordo com o regime castrador da diversidade linguística), ou futebol (esta sim, não tão boa como pénabola, mas está melhor). Cheira ainda a jogos florais, a prémios de mérito em que o cheque ou a bolsa de estudo chegava mesmo aos alunos. Circum fede a récitas e teatros nas escolas, a professores respeitados e a alunos interessados noutra coisa que não em modelos de telemóvel, guest-list (fiquem lá com o hífen, ò alunos-que-não-podem-esforçar-a-memória-senão-apanham-um-esgotamento), penteados da Pink, fatos da Madonna, casamentos da Betinha da série que ainda há-de (sim também vai acabar aqui o hífen) ser um sucesso, ou namorados da Qualquer Coisa da Silva, que mostrou as mamas numa telenovela e já antes tinha mostrado as coxas noutra coisa qualquer…
Abaixo o circum! Abaixo o saudosismo! É ridícula a utilização desta palavra, quando temos outra muito mais actual, mais abrangente, mais fácil de escrever e dizer, e perfeitamente integrada no espírito do acordo: O circo!
A partir de hoje acabaram-se as actividades circum-escolares (de acordo com o acordo), ou circumescolares (em desacordo com o acordo). A partir de hoje, só temos actividades circo escolares, ou seja actividades de circo nas escolas.
Nota: Este textículo vem atrasado. Penso que há já alguns anos que o circo chegou à escola, resta saber é quando se vai embora…
Para além das notas diárias para os tele-especto-consumidores mais matutinos, do “Em bom Português”, também agora um programa que não vejo mas até gosto, o “Sociedade Civil” tem uma pestana (adoro esta expressão espanhola) sobre o dito cujo, a que deram o nome de “de Acordo com o acordo”. Propositadamente troquei as maiúsculas aos acordos…
Ora hoje, de raspão, lá pisquei o olho à pestana sobre o assunto da nova grafia e fiquei a saber que na palavra circum-navegação se mantém o hífen, como também nas palavras compostas cujo primeiro elemento acabe em “b” ou em “d”. Pelo que percebi, a justificação advém da dificuldade de leitura…
Tenho que dizer que não posso concordar de forma alguma com a manutenção do hífen, independentemente das razões que possam existir para tal, nem com a manutenção de palavras tão próximas do latim, como “circum”... Como é possível manter essa palavra balofa e fascizante, lembrando as actividades da Mocidade Portuguesa e as tardes desportivas de quarta-feira nos antigos liceus? Essa palavra “circum”, tresanda a campeonatos interescolas (Fica bem sem o hífen? Bem me parecia…), a deslocações a Espanha e a França a representar Portugal, em jogos de inspiração militar e militarista, como o Hóquei em Patins, o atletismo, o basketball (devia ser bolanocesto, para estar de acordo com o regime castrador da diversidade linguística), ou futebol (esta sim, não tão boa como pénabola, mas está melhor). Cheira ainda a jogos florais, a prémios de mérito em que o cheque ou a bolsa de estudo chegava mesmo aos alunos. Circum fede a récitas e teatros nas escolas, a professores respeitados e a alunos interessados noutra coisa que não em modelos de telemóvel, guest-list (fiquem lá com o hífen, ò alunos-que-não-podem-esforçar-a-memória-senão-apanham-um-esgotamento), penteados da Pink, fatos da Madonna, casamentos da Betinha da série que ainda há-de (sim também vai acabar aqui o hífen) ser um sucesso, ou namorados da Qualquer Coisa da Silva, que mostrou as mamas numa telenovela e já antes tinha mostrado as coxas noutra coisa qualquer…
Abaixo o circum! Abaixo o saudosismo! É ridícula a utilização desta palavra, quando temos outra muito mais actual, mais abrangente, mais fácil de escrever e dizer, e perfeitamente integrada no espírito do acordo: O circo!
A partir de hoje acabaram-se as actividades circum-escolares (de acordo com o acordo), ou circumescolares (em desacordo com o acordo). A partir de hoje, só temos actividades circo escolares, ou seja actividades de circo nas escolas.
Nota: Este textículo vem atrasado. Penso que há já alguns anos que o circo chegou à escola, resta saber é quando se vai embora…
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