Já foi definido, pelo Tio do Algarve, o novo conceito de milionário. Para completar esta nova taxonomia da riqueza urge, por razões óbvias e decorrentes da nova classificação de milionário, definir o conceito de novo-rico.
Permitam-me os mais distraídos, um pequeno parêntese, sobre taxonomia. Taxonomia, é uma palavra que consta no Ticionário, com um significado novo: Taxonomia, palavra de origem inglesa é a classificação das vítimas dos impostos (tax, no original). Então, nesta nova taxonomia, se os pobres são os que ganham menos de quinhentos euros e os milionários são os que ganham mais de mil euros, os novos-ricos são os que ganham entre quinhentos e mil euros… Não são pobres, nem milionários. São ricos, mas como só muito recentemente chegaram a esse estatuto, são, obviamente, novos-ricos!
Estes novos-ricos também não vão ser poupados este ano, mas para o ano não escapam mesmo em nada. O novo-riquismo sempre foi motivo de chacota, quer dos muito e antigos ricos, quer dos pobres, novos ou antigos. Antes eram motivo de chacota, agora são chicoteados pelo governo…
Os que ganham menos de quinhentos são os pobres, e por isso estão excluídos destes novos impostos, concebidos para os ricos e novos-ricos.
Parece que também ficam excluídos os que ganham mais de quinhentos mil euros, em dois anos, se os receberem em duodécimos…Estes não são novo ricos nem milionários. São seres superiores, à margem das leis que regem o vil metal. São anjos, guardados por um arcanjo que se diz duplamente santo, ou seja ainda está para nascer quem seja mais santo que ele. Será daqui que vem a expressão santo de pau carunchoso?
Assim, esta é de facto a geração dos quinhentos euros, ordenado mensal auferido pelos velhos pobres e pelos recém-licenciados, os novos-ricos do conhecimento…
Os mais atentos reparam que há uma aparente lacuna nesta nova taxonomia: Os que ganham precisamente quinhentos euros, que tanto podem ser considerados pobres como novos-ricos! Esta situação é no entanto, propositada. Os que têm esse rendimento podem ser tudo o que os outros quiserem, em função da situação dos segundos e da necessidade dos primeiros…
São quinhentos euros, mas outros quinhentos… E, como sempre, os quinhentos quando chegam à conta bancária não são iguais para todos.
Nota sobre o uso do acordo ortográfico: Grafei (linda, esta palavra…) no início do texto “novo rico” sem hífen. À medida que fui escrevendo, pensei que se emprega o hífen, e passo a citar: “nos compostos em que entram, foneticamente distintos (e, portanto, com acentos gráficos, se os têm à parte), dois ou mais substantivos, ligados ou não por preposição ou outro elemento, um substantivo e um adjectivo, um adjectivo e um substantivo, dois adjectivos ou um adjectivo e um substantivo com valor adjectivo, uma forma verbal e um substantivo, duas formas verbais, ou ainda outras combinações de palavras, e em que o conjunto dos elementos, mantida a noção da composição, forma um sentido único ou uma aderência de sentidos”… Foi esta razão que me levou a usar o dito apêndice ortográfico.
A citação está devidamente identificada, e linkada (o k faz parte do nosso alfabeto), não se tratando por isso de plágio, ou tentativa de apropriação de propriedade intelectual de outrem… É de 1945? Nesse ano acabou a guerra mundial e eu nem era nascido (os pais - reparem que não uso o pronome possessivo - nem se conheciam, suponho que andariam na escola), mas deve ter sido um ano de muita alegria, em Paris e pelo mundo inteiro. Os factos citados não estão relacionados.
Mas olha que 500 euros é um dinheirão. Por exemplo, dá quase para 2 pneus dos Mercedes dos ministros, um casaco barato na Stivali e um jantar para 3 ou 4 no Eleven (se não pedirem vinhos). Portanto, as pessoas que não se queixem...
ResponderEliminarÉ, em Portugal as leis são muito versáteis, de facto.
ResponderEliminarQuanto ao AO, caga nele (and pardon my French).
Já que estamos numa de inventar palavras, descobri hoje que sou taxofóbico. Não preciso de explicar o significado, pois não? Abraço!
ResponderEliminarGeração à rasca <=> Geração dos zero aos quinhentos euros.
ResponderEliminarÀ pois é.........
Eu que sou taxado desde pequenino estou à rasca...
ResponderEliminarRecebo quinhentos em duodécimos. Assim, sou Anjo pelo lado do duodécimo e lixado e bem lixado, pelo lado dos quinhentos. É a vida.
Taxe-se bem mal...
ResponderEliminarOlga que se a tua criativade pagasse imposto ainda tinhas que ir trabalhar para aos pagar...lol
Além dos neologismos tens uma irreverência do... Já sabes:)
Essa do acima e abaixo dos 500 é uma aberração matemática que devia sanear de imediato o "ministro" que a inventou...Sou taxocumpridora o que é uma enorme chatice para mim...
ResponderEliminarAbracinho meu!
Daniel,
ResponderEliminarNão sei se será assim tanto. Quanto ao Eleven, coitados como é que podem comer sem vinhos? Só dá para dois almoços! Talvez tenhas razão quanto à roupa, carteiras e sapatos. Dá para dois pares Lottusse(depende dos modelos, mas enfim)...
Pseudo,
ResponderEliminarIsso e andando... (o gerundio vai ficar na moda ainda por cima...)
Rafeiro Perfumado,
ResponderEliminarE como não foste ao médico poupaste uma data de tempo e de massa!
Abraço
L.O.L.
ResponderEliminarTemos que ser rigorosos:
0 <= ordenado < 500.
Não podes por o igual do lado dos 500;)
Desculpa mas é deformação profissional!!
FMF,
ResponderEliminarHá sempre uma lado bom e um mau...É preciso trocar, ficar com a parte melhor do coisas boas e deixar a pior das más...
M.,
ResponderEliminarTaxe-se, taxe-se...E cada vez mais
;)
Não lhes dês ideias, please...
:)))
Maria Teresa,
ResponderEliminarè a velha questão do maior ou igual, da inclusão dos limites ou não nos conjuntos.
Eu também já estou pelos limites...
Bjs (ilimitados)
Se tu soubesses o que já tenho dito sobre os 500!!! País mais miserável, caraças!
ResponderEliminarMalena,
ResponderEliminarAcredito que sim...Estamos numa situação muito complexa, mesmo. E quem nos levou para lá diverte-se a fazer compras na loja dos 500 (euros)...
Os pneus dos próprios políticos é que devem ter custado muito mais do que mil euros a encher... lol
ResponderEliminarDaniel,
ResponderEliminarBem visto..Como há kilos e toneladas, devia haver também uma unidade monetária para medir o custo desses penus...Hecto-Euro? Contos de Euros? Tono-Eurso? Enfim, estou a darº-lhes ideis mas nºao recebo comissão!
E o teclado a fazer-me partidas...Ou serão os dedos?
ResponderEliminarLamento informar, e sei por experiência própria, que é a cabeça que prega partidas, não a cabeço... lol
ResponderEliminarQuanto a medir pneus, que tal um pneumómetro?