Tenho lido com frequência a frase “um desejo incontrolável…”
E sem reflectir, mas sentindo esse mesmo desejo, eis-me a
dissertar sobre o tema. Dissertar, em Tiologia (ciência que se dedica a estudar os Tios e as suas relações), vem do inglês desert, por isso dissertar é
escrever sobre coisas doces ou, por vezes, menos doces (e não estou a falar do
ruibarbo).
O desejo para mim é sempre incontrolável. É quase aquela
pulsão freudiana do eros, que nunca controlo mas às vezes contenho. Por isso,
na minha perspectiva, desejo incontrolável é uma figura de estilo que dá pelo
nome de pleonasmo…
É incontrolável quando adivinho aquele perfume que conheço
tão bem e que me desperta os sentidos para um mundo de sedução. Incontrolável
quando, num jantar tranquilo, me pergunta, de forma discreta, mas com a maior
naturalidade do mundo, se sei o que tem vestido. Incontrolável quando sinto os seus
lábios nos meus, os meus no seu corpo e também nos seus lábios.
É incontrolável quando sinto aquele corpo tão perto do meu
que o abraço surge como natural, fechado. E quando o abraço e envolvo, sinto-me
também envolvido. Agarro, fico agarrado e juntos libertamo-nos do presente,
voamos até ao limite da nossa vontade, sem amarras nem limites. E o tempo perde
dimensão, nessa vontade incontrolável…
Incontrolável é pouco. Indomável, talvez.
E há séculos que não escrevo nada sobre elevadores…
Viagens pelo país do sim... Sim, quero!
ResponderEliminarBeijinhos Marianos, Tio! :)
Sim, pela positiva! E com a firmeza que só a liberdade no dá...
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