Também dizemos quando alguém olha para o lado, fingindo que
não quer ver que faz vista grossa. A
vista grossa, se usada com frequência, passa a ser um estado inicial da cegueira
provocada por não querer ver… Quanto mais repetimos esse estado de vista grossa,
mais perto estamos da cegueira voluntária. Como o hábito faz o monge – e aqui
vai um outro aforismo – é óbvio que quem muita vista grossa faz, cedo lhe vem a
cegueira!
Esta dissertação sobre a vista vem na sequência das
autárquicas e dos comentários dos leaders partidários. Tal como previa todos
ganharam. Bem, os laranjinhas talvez não, mas de resto todos ganharam, até o
esfrangalhado Bloco, ou o Penta CDS. Sugiro que em vez de Penta CDS lhe passem
a chamar Pinta CDS pois as conclusões do Paulinho são verdadeiramente
assombrosas.
Fiquei triste com o Bloco. Não por esperar que fossem a
algum lado, mas porque a Catarina é mais gira que os outros leaders e faz uns
olhinhos que arrastam muita gente. Não funcionaram desta vez. Acho que o
eleitorado vez vista grossa aos argumentos da miúda…
O PBX, Partido Berdadeiramente Xuxialista ganhou em Lisboa,
subiu o número de Câmaras e o ego do Tozé ficou tão inchado que já aumentou uns
números na camisa. De certeza que já mandou dois emails para a loja onde manda
fazer as camisas e já twitou o assunto. Só marcou uma conferência de imprensa,
para não cansar.
O que realmente me incomoda são os profissionais de
presidência de câmara. Se o Relvas se tivesse lembrado disto, tinha tirado uma
licenciatura em Presidência de Câmara e estava resolvido... Mas não, preferiu o
caminho das pedras e foi pelo folclore que se resolveu especializar. Resultado:
O povo não perdoou. Não fez vista grossa às trapalhadas…
Oh Eiras, Oh Eiras, onde andas tu, sem eiras nem beiras,
podia ter sido um slogan de campanha. Não foi. Em Oeiras, preferiram um Vistas,
que no espírito do seu mentor Isaltino, faz vista grossa ao bom senso, mas
ganha as eleições. Vai fazer o Prision Brake 25 rodado no Oeiras Parque.
Promessa eleitoral do sobrinho taxista, cheio de massa.
Mas nem tudo foi mau. O povinho mostrou que está farto que
lhe dêem a mesma palha a comer, mas reciclada de outros lados…Os candidatos que
alguém chamou de trânsfugas foram rechaçados. Gostei particularmente do Porto.
Os porcos assados nos bairros sociais não levaram a nenhum lado e o Menezes
levou um banho como nunca esperou. Sinal que não conhece as gentes do Porto.
Oferecer tripas a portistas, é como levar areia para o deserto…No Porto ninguém
fez vista grossa. Põe-te fino, carago!
E a justificação laranja, como sempre do pior. A falta de
estratégia política, de bom senso e de discernimento na escolha dos candidatos
levou ao desaire total. Como diria o povo, fez-lhes bem mas, a avaliar pelas
reacções, não compreenderam a mensagem. Não a compreenderam por fazerem vista
grossa, mas porque não a quiseram ver. E o pior cego, como diz o povo, é o
que não quer ver…
E chega de política por hoje que vou ver outra coisa mais
agradável e limpinha.
ResponderEliminarO que escreveste não é uma dissertação... é um verdadeiro "ensaio sobre a cegueira"...
Beijinhos de olhos fechados
(^^)
Bem visto!
ResponderEliminarBeijos sem ver...