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domingo, 10 de maio de 2009

Cavalos, Galinhas, Porcos, Dragões e Passarões

Depois dos vírus ditos dos nuestros hermanos terem levado a sua “influenza” para todo o mundo, no final da primeira guerra mundial, houve outras epidemias ao longo da história. A de 1918 foi das mais graves de sempre (julga o Tio, que não fez grande pesquisa), mas tenho algumas dúvidas sobre a comparação, em termos relativos, com os mortos atribuídos à Peste Negra, no século XIV. A gripe asiática, no final da década de 50 e a de Hong-Kong apesar de consideradas pandemias foram, felizmente, muito menos mortíferas.

O maior conhecimento da doença, o desenvolvimento dos fármacos, o incomparável estádio de desenvolvimento da sociedade no que respeita a hábitos de higiene e consciência social, por certo contribuíram para isso.

Imaginemo-nos a explicar há 100 anos atrás, a diferença entre as várias estirpes do vírus e as suas mutações. Certamente que os nossos interlocutores, nos indicariam o Rilhafoles como o local ideal para o tratamento preventivo, não dos doentes, mas nosso.

Não é a doença infecto-contagiosa de origem viral e bastante contagiosa que está em causa. Também não é o risco da Pandemia. As notícias alarmistas que vão surgindo um pouco por todos os meios de comunicação mas sobretudo pela nossa querida TV é que preocupam o Tio. Estamos numa Panhisteria e por favor não confundam com as lojas espanholas de venda de pão.

Será possível comparar o ambiente das trincheiras da primeira guerra mundial, com o que se vive agora? Será necessário que a opinião pública esgote o medicamento de nome “Toma-o tú” das farmácias, que parece não ser garantidamente eficiente neste caso?

Os nossos queridos governantes, e até os alarmistas do costume, apressaram-se a dizer que esta estirpe não era tão perigosa como a H5N1, que não havia porcos doentes, que era um exagero e que as novas autoridades da saúde já tinham tomado as precauções possíveis e necessárias. Já tinham definido todos os planos necessários ao combate dessa eventual pandemia. Também já tinham planos de contingência...

Esqueceram-se, nessa fase inicial, dum aspecto muito importante. Felizmente já despertaram. Estas notícias vendem jornais, vendem medicamentos, fazem mais pessoas ir aos hospitais e muita gente ganhar dinheiro. Mas, na opinião do Tio, há mais qualquer coisa a considerar: Enquanto se espalham estas notícias fantásticas, não se fala de outros assuntos, esquece-se a realidade e mostra-se a eficiência do governo a lidar com situações que a opinião pública conhece profundamente (esta foi forte...), e acha que são verdadeiras calamidades.

Acho que fui mordido pela víbora com o vírus da ironia, nestas férias.

E assim o nosso vírus (este meu ódio de estimação à demagogia será de origem viral?), dos cavalinhos, passou para os passarinhos, e agora para os porquinhos. Pelo meio ainda tivemos a ameaça das vacas loucas, sem ser em forma de vírus...

Com estas notícias alarmantes e alarmistas perderam-se muitas pequenas empresas e outras floresceram, meteoricamente.

Hoje perguntaram-me se não acreditava que estávamos todos em risco nível 4 ou 5 (nem sei). Claro que acredito. Se o famoso presidente clube dos dragões disse que desde que viu um porco a andar de bicicleta acreditava em tudo, eu também acredito. Se ele viu, é verdade. Eu vi vários porcos a andarem de avião. Não vi nenhum com máscara e cachecol, mas se me disserem que usam eu acredito.

Até acredito em passarões, tipo abutre à espera da morte da inteligência, do livre pensamento e do bom senso, para nos roerem os ossinhos devidamente esburgados da carninha, entretanto devorada. Aí já há não gripe nenhuma. Parece até que, agora, as vacinas para a outra estirpe, que não davam grande efeito nas outras, afinal até aumentam as resistências dos indivíduos. Talvez seja verdade. Esta habilidade de dizer a verdade como quem mente e de mentir como quem diz a mais pura das verdades, deixa qualquer um confuso.

Uma pergunta maliciosa, de quem é leigo nestes assuntos:
Não seria bom, uma nova campanha de vacinação nacional ou, melhor ainda mundial para esta estirpe, sobretudo agora que se prevê que volte em Outubro? Milagrosamente, a vacina para esta estirpe vai estar pronta no Verão e disponível para o mercado... Mesmo a tempo!
Nada que se compare à famosa fábrica das vacinas, prometida há três anos, por três ministros e que iria cobrir 63,25% das necessidades nacionais de vacinas? (os 0,25% a mais são do Titi, para dar uma imagem de credibilidade)

Concluindo: Mesmo agora que esta onda de perigo já está mais calma, nas viagens à Riviera Maya nada de beijinhos nas cidadãs locais, com tosse. E um bocadinho de criatividade nunca fez mal a ninguém...

Cuidadinho é com os perdigotos e já agora com os perdigões, abutres e outros passarões...
E Migalhões, claro.

3 comentários:

  1. Caro Tio (sem tios)

    Devo confessar que gosto de ler as suas dissertações sobre problemas da actualidade, neste caso em que a sua atenção se prende na ex-gripe suína ( de curta duração, não fosse o consumo da carne de porco baixar desastrosamente), actual gripe do tipo A (H1N1) e num tom bastante irónico mas pragmático, atinge o centro do alvo, na "mouche" como diria mon ami Jean Claude. Há muitos interesses políticos, económicos, sociais, ... aproveitando-se de acontecimentos, que de um modo ou de outro podem provocar um certo desequilíbrio social, saindo incólumes e triunfantes (???).
    Tem toda a razão!

    Talvez por os vírus sejam conhecidos há, relativamente, pouco tempo, menos de 100 anos, a comunidade científica ainda não chegou a acordo, se eles devem ser considerados como seres vivos ou não. A sua origem não é inteiramente clara.

    Sabe-se para além do que citou e muito bem que os vírus:
    - não são constituídos por células, embora dependam delas para a sua multiplicação (replicação)
    - não tendo estrutura celular, são normalmente tão pequenos que atravessam os poros dos filtros.
    - são partículas basicamente proteicas que podem infectar organismos vivos.
    - são parasitas intracelulares o que significa que eles somente se replicam pela invasão e possessão dos mecanismos de auto-reprodução celular. Devido a esta invasão das células do hospedeiro, tornam-se difíceis de matar.
    -" atacam forte" mas são frágeis.

    As mais eficientes soluções médicas para as doenças virais são, até agora, as vacinas para prevenir as infecções, e os medicamentos que tratam os sintomas das infecções virais.

    Com este seu texto fez-me recordar um livro científico, que li há muito e que ainda existe mas na minha casa de Lisboa, sobre vírus: " Os vírus no limiar da vida". Foi o meu primeiro contacto com este assunto que muito me apaixona, tenho que o reler.

    Os objectivos do seu blogue, não sei se tem consciência disso, têm uma imensa polivalência (pelo menos para mim)
    MT

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  2. MT,
    Os seus comments são autênticas lições...que gosto de ler!
    Tento ser abrangente de uma forma divertida, utilizando a ironia que nem sempre se pode no "thirdlive". Ainda bem que gosta!
    Mas cuidado, porque ainda não conhece as viagens todas, cá de casa... ;)
    E algumas são mais condimentadas (para que a carne não se estrague). LOL

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  3. Com condimento ou sem condimento, este lugar é seu! Naturalmente que escreverá o que lhe aprazar.
    E eu cá estarei, se não estiver viajando por esse mundo, que me aguarda e me chama todos os dias, para opinar e talvez seja altura de eu dizer: cuidado pode ser surpreendido

    Vovó Tê-Tê

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Hmmm! Let's look at the trailer...