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quarta-feira, 18 de março de 2009

A cor do Bolonha, ou as Portagens da Brisa?

Há já algum tempo que percebi o que se passava no nosso ensino e na nossa sociedade. Os neurónios estão a ficar um bocado embotados (lembrem-me das promessas, que estamos em ano de eleições e não posso perder), mas deu para perceber.

Ainda estava nessa nobre arte do ensino, antes da reforma compulsiva e percebi o que todos, alunos e pais querem...Querem ser dótores, claro.

As escolas acham que os alunos são os clientes e toca de pseudo satisfazer as vontades dos meninos. É passá-los, sem fazer grandes exigências. Depois podem sempre voltar para umas pós graduações e ainda ganhamos mais umas massas com os tipos.

É ridículo que se chame licenciatura a um bacharelato, mas mais ridículo ainda é que se chame mestrado a uma licenciatura. Pronto, não há novidade nenhuma, já toda a gente sabe que cá o Tio, é muito prafrentex em tudo, mas nesta questão é um verdadeiro bota de elástico.

Bolonha como cidade tem tanto para ver, não sei que diabo de cores é que lá viram, que foram trazer cá para Portugal a pior...

Em vez dessa cor, que usaram para pintar todas as escolas, podiam ter colocado à saída dos recintos escolares as portagens da Brisa. Davam trabalho às empresas de construção civil e faziam novas portas em todas as escolas. Umas para entrar e outras para sair. Nas da saída colocavam aquele botão inteligente das portagens, com a indicação: “Retire o Título”.

Bastaria um botão, o título seria o de Dótor.

Quem quisesse ser Inginhero, bastaria ir à escola ao Domingo. Nesse dia o título a sair seria o de Inginhero.

Com o Plano tecnológico, aquelas maquinetas dos passaportes (ouvi dizer que dos novos cartões são iguais, mas ainda não chegaram cá à cidade), podiam ser colocadas logo a seguir e saía o cartão, já com fotografia e inscrição na desOrdem.

Fica dada esta aulinha, para quem cá esteve.

PS: O Bolonha é um apanha-bolas do Clube de Desportos de Maxaquene, que sonha ser guarda-redes do grande Sporting Club de Lourenço Marques, desde lhe deram o computador de nome M, onde pode ver DVDs sobre a história da Cidade... Será por isso que estou a ver tudo negro no nosso ensino? Ou será encino? Na dúvida é melhor escrever escola...

3 comentários:

  1. Fui professora toda a minha vida activa, por amor e por opção.
    Estou aposentada, palavra oficialmente correcta, horrível na sua pronúncia, penso sempre que querem que fique limitada aos meus aposentos.

    Estou muito triste com o que se passa no nosso ensino, detesto dizer isto mas, nem tudo é culpa dos vários governos, nem dos pais, nem dos alunos, há uma quota bastante significativa de culpa dos professores (alguns)que, ao longo dos anos se foram acomodando ao lugar, aceitando tarefas que não lhe deviam ser imputadas, aceitando ordens absurdas, emanadas superiormente com um encolher de ombros, "depois logo se vê", com o "medo" de serem avaliados.
    Hoje são tratados "abaixo de cão" e não se sabe como sair dessa situação.
    Este assunto apaixona-me e daria para muitas horas de conversa.

    Os conteúdos programáticos, as nomenclaturas dos cursos, as metedologias, a pedagogia, a didáctica,... está tudo metido
    no mesmo saco, num novelo de tal modo enredado, que não faço a mínima ideia como se vai encontrar uma ponta e, possivelmente, não quero saber.

    Tenho algumas saudades do contacto com os meus adolescentes, irreverentes, difíceis de "conquistar", amorosos quando bem "levados"...

    Começo a compreender o significado lato do "Portuguese Way". Aleluia!

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  2. *metodologias

    São efeitos nefastos do "encino"
    :)

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  3. Maria Tersa,
    Totalmente acordo...Eu pude autoaposentar-me, partir para outro planeta, mas compreendo o que me diz. É uma coisa que tem que se fazer com paixão, ou meno menso com gosto e vontade...

    E...ainda bem que sai dos seus aposentos e me faz uns comentários!!!!

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Hmmm! Let's look at the trailer...