Sempre que ouço estas notícias
sobre aluz ao fundo do túnel, ou o fim da austeridade ou, melhor ainda, os
nossos sacrifícios chegaram ao fim, penso no apocalipse. No apocalipse, não como
as revelações feitas por Cristo a S. João Evangelista e cuja leitura recomendo
no Livro do Apocalipse, mas como um grande desastre, o fim do mundo tal como o
conhecemos, há alguns anos a esta parte
Em realidade, o fim não é uma
coisa que se determine num momento exacto, sobretudo no que respeita a relações
– e ralações também. É-nos muito fácil identificar o início de uma relação,
ligando-o a qualquer coisa agradável, tipo, aquele fim-de-semana, aquela tanda
ou, mais preciso ainda, aquele tango, ou um determinado jantar, saída ou até
aquela noite em casa... Já o fim é muito mais difícil de identificar. Melhor
dito, o princípio do fim.
Adorava ter mais tempo para sistematizar
este tipo de análises, mas é impossível e não quero ser maçador. Assim,
concentremo-nos nas revelações apoteóticas sobre o fim desta era de muitos sacrifícios
e poucas reformas. Não está em causa dizer se estamos melhores ou piores, se temos
os cofres cheios e os bolsos vazios. Está em causa sintetizar, de forma que
traduza de forma eficiente e de fácil e imediata compreensão o conceito. Julgo que
encontrei a palavra perfeita para descrever o período que vivemos, em que tudo
se desmorona e nós continuamos a viver, todos os dias entre ruínas de passados
efémeros e de sonhos de muitos que alguns decidiram derrubar. O que vivemos
nesta altura, neste mundo sujo onde, apesar de tudo, subsiste uma réstia de
esperança é o APORCALIPSE!