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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Submarinos ao fundo e aviões no céu, a nova batalha aero-naval



Nem os comboios se salvam nesta nova batalha naval em 3D. As dimensões não são o comprimento, largura e altura, mas sim o mar, o ar e a terra, onde se digladiam adversários fantásticos que nos intervalos em off, como nos melhores jogos da antiga batalha naval, tomam o seu cafézinho e pastel de Belém tranquilamente. Pode ser na Benard, no Magestic, ou noutro qualquer local emblemático, mas o mais habitual é mesmo nos corredores da grande casa da dita democracia…

Com o mesmo à-vontade com que disparávamos os nossos tiros para o papel quadriculado do colega da outra fila de carteiras, os nossos sindicatólogos, trabalhatólogos, politólogos e outos logos, de pouco conhecimento e muita lábia e ciência de língua (tenho dúvidas que algumas sindicatólogas e sindicatólogos saibam fazer outras coisas com a língua), debitam atoardas para as câmaras dos vários canais, provocando o caos que todos vemos.

A cereja no topo do bolo, foi mesmo a dos aviões. À semelhança do que aconteceu no passado, greve marcada, milhões de euros de prejuízos e, depois de terem estragado as férias e os negócios a muita gente – será por isso que Alberto João diz que se vai demitir no dia 12? – a greve é cancelada…Os aviões andaram vazios, a rapaziada voou feliz, os portugueses pagaram, mais uma vez a factura e já está! Este ano a variante foi a requisição civil, mas o resultado é o mesmo.

Nos comboios, não houve greve. Não circularam porque a greve era da REFER, uma invenção de algum governantólogo que decidiu separar o que era inseparável, como já aqui referi. Assim conseguiram separar os carris das linhas do caminho-de-ferro, dos comboios, como que separa carros de linhas das linhas, depois de gastas… 

Para completar a trilogia, a outra notícia da semana foi o afundamento dos processos dos submarinos (os de quatro canos). Como se esperava, infelizmente! Parece que tão cedo não vêm à superfície. O Tio tem no entanto a secreta esperança, e partilho-a convosco, que esta questão do Banco Que Por Dentro Não Era Tão Bom Como Parecia Por Fora e Foi Dividido Em Dois, traga à tona mais umas folhas do Vergonhaço, o célebre livro dos feitos rouboléticos dos governantes portugueses…Não chegavam dez cantos para contar as histórias mirabolantes dos nossos dias! Esta não é a ditosa Pátria minha amada, terá dito o alegado autor do mítico livro.

O Tio, como plagiólogo descarado e descaradólogo, diria:


"Esta é desditosa Patria que eu amei,
de Céu agora negro e onde eu sem medo
incauto, inocente e despudorado regressei,
encontrando-a escondida em denso arvoredo.
Acabe eu já, se ao tentar libertá-la errei
Esta que foi Lusitânia é agora arremedo
de Luso, de Mercúrio ou de Hermes antigo.
Os primos, amigos e adversários são, ou parece, companheiros,
e nela a roubar são agora os primeiros."  

Como reconheceram, está é uma adaptação Tiológica do famoso trecho do canto III, dos Lusíadas. Parece que ainda se lê qualquer coisa dele nas nossas escolas.

8 comentários:

  1. Porque me falais Tio de tão impiedosa gente
    Não vedes que neles se instalou a tal cobiça
    que em qualquer discurso aquela gente mente
    fazendo de nós uns clamadores por justiça
    porque nunca nos sentimos seguros financeiramente.
    Arregacemos Tio as nossas limpas mangas
    caminhemos sem medos e em frente
    Afundemos então os submarinos nesses mares
    Esvoacem os aviões por outros longínquos ares

    Porque de famílias de ladrões andamos cheios
    Sacando-nos tudo no BPN ou no BES,
    nas estradas de Portugal ou nas redes sem rodeios
    sejam energéticas, ferroviárias ou outra que se desfez
    dedicada aos telefones, telégrafos e correios
    pois que o buraco da TAP se tape de uma vez
    com a imensidão de discursos feitos por corruptos
    Mas a minha alma já vislumbra ao longe propósitos
    de um ataque mortal a uma caixa geral de depósitos.

    Mariavaicomasoutras

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    1. Fantástico! Muito mais realista que o Camões! E premonitório....
      Deixas-me sem palavras ;-)

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  2. Ah, grande, grande Maria
    A tua inteligência é tanta
    que em todos os campos te sobrepões.
    Percebes de submarinos e aviões
    de corruptos banqueiros e d'outros ladrões
    E ainda és tão grande poeta como foi Camões!

    A Janitaamigaquenãoébonita.

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  3. Canudo! Aonde estava eu com a cabeça que nem elogiei do Tio a sua poética veia?

    Mil perdões, meu rico Tio! Para de tal falha me redimir, o meu testemunho Camoniano vou, também, repercutir...

    Alternados então do Reino se pisgaram
    Co'o ódio, que nos grandes peitos tinha,
    Absolutas cruezas, repelentes
    Tiraram do povo os voos por onde vinha;
    Afundando vão amigos e parentes
    Do mísero Conde e da Rainha,
    É na sua maioria corrupta e desonesta
    Que sem submarinos se vê e manifesta.

    Como podeis comprovar, senhor meu, é uma mui pobre adaptação do Canto IV dos Lusíadas.

    *-*

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    1. Janita, tu também? Que fantásticas veias poéticas que descobri! Quão envergonhado me deixais vós, por a versejar me ter atrevido...

      Festas Boas, que estamos em altura delas.

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  4. Sempre fui boa jogadora na "batalha naval", sim essa feita de cruzinhas em papel quadriculado!

    Mas é quase Natal... e por isso, trocadilhos à parte, hoje vim apenas trazer-te votos de um

    ……………¨♥*✫♥,
    ………,•✯´………´*✫
    …….♥*……………. __/\__
    .….*♥……………… .*-:¦:-*…
    …¸.•✫……… FELIZ NATAL…
    ...*♥………………………¨♥*✫♥…
    .,•✯´…………………………,•✯´……
    •♥……………………Muitos beijinhos
    ✯………………………Afrodite (^^)

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    1. Afrodite, agradeço a tua lembrança. Festas Boas, para ti também!

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Hmmm! Let's look at the trailer...