Nem os comboios se salvam nesta nova batalha naval em 3D. As
dimensões não são o comprimento, largura e altura, mas sim o mar, o ar e a terra,
onde se digladiam adversários fantásticos que nos intervalos em off, como nos
melhores jogos da antiga batalha naval, tomam o seu cafézinho e pastel de Belém
tranquilamente. Pode ser na Benard, no Magestic, ou noutro qualquer local
emblemático, mas o mais habitual é mesmo nos corredores da grande casa da dita
democracia…
Com o mesmo à-vontade com que disparávamos os nossos tiros
para o papel quadriculado do colega da outra fila de carteiras, os nossos
sindicatólogos, trabalhatólogos, politólogos e outos logos, de pouco
conhecimento e muita lábia e ciência de língua (tenho dúvidas que algumas sindicatólogas
e sindicatólogos saibam fazer outras coisas com a língua), debitam atoardas
para as câmaras dos vários canais, provocando o caos que todos vemos.
A cereja no topo do bolo, foi mesmo a dos aviões. À semelhança
do que aconteceu no passado, greve marcada, milhões de euros de prejuízos e,
depois de terem estragado as férias e os negócios a muita gente – será por isso
que Alberto João diz que se vai demitir no dia 12? – a greve é cancelada…Os
aviões andaram vazios, a rapaziada voou feliz, os portugueses pagaram, mais uma
vez a factura e já está! Este ano a variante foi a requisição civil, mas o
resultado é o mesmo.
Nos comboios, não houve greve. Não circularam porque a greve
era da REFER, uma invenção de algum governantólogo que decidiu separar o que era inseparável,
como já aqui referi. Assim conseguiram separar os carris das linhas do caminho-de-ferro,
dos comboios, como que separa carros de linhas das linhas, depois de gastas…
Para completar a trilogia, a outra notícia da semana foi o afundamento
dos processos dos submarinos (os de quatro canos). Como se esperava,
infelizmente! Parece que tão cedo não vêm à superfície. O Tio tem no entanto a
secreta esperança, e partilho-a convosco, que esta questão do Banco Que Por Dentro
Não Era Tão Bom Como Parecia Por Fora e Foi Dividido Em Dois, traga à tona mais
umas folhas do Vergonhaço, o célebre livro dos feitos rouboléticos dos
governantes portugueses…Não chegavam dez cantos para contar as histórias mirabolantes
dos nossos dias! Esta não é a ditosa Pátria minha amada, terá dito o alegado
autor do mítico livro.
O Tio, como plagiólogo descarado e descaradólogo, diria:
"Esta é desditosa Patria que eu amei,
de Céu agora negro e onde
eu sem medo
incauto, inocente e despudorado regressei,
encontrando-a escondida em denso arvoredo.
Acabe eu já, se ao tentar libertá-la errei
Esta que foi Lusitânia é agora arremedo
de Luso, de Mercúrio ou de Hermes antigo.
Os primos, amigos e adversários são, ou parece, companheiros,
e nela a roubar são agora os primeiros."
Como reconheceram, está é uma adaptação Tiológica do famoso
trecho do canto III, dos Lusíadas. Parece que ainda se lê qualquer coisa dele
nas nossas escolas.
Porque me falais Tio de tão impiedosa gente
ResponderEliminarNão vedes que neles se instalou a tal cobiça
que em qualquer discurso aquela gente mente
fazendo de nós uns clamadores por justiça
porque nunca nos sentimos seguros financeiramente.
Arregacemos Tio as nossas limpas mangas
caminhemos sem medos e em frente
Afundemos então os submarinos nesses mares
Esvoacem os aviões por outros longínquos ares
Porque de famílias de ladrões andamos cheios
Sacando-nos tudo no BPN ou no BES,
nas estradas de Portugal ou nas redes sem rodeios
sejam energéticas, ferroviárias ou outra que se desfez
dedicada aos telefones, telégrafos e correios
pois que o buraco da TAP se tape de uma vez
com a imensidão de discursos feitos por corruptos
Mas a minha alma já vislumbra ao longe propósitos
de um ataque mortal a uma caixa geral de depósitos.
Mariavaicomasoutras
Fantástico! Muito mais realista que o Camões! E premonitório....
EliminarDeixas-me sem palavras ;-)
E Festas Boas, mariavaicomasoutras!
EliminarAh, grande, grande Maria
ResponderEliminarA tua inteligência é tanta
que em todos os campos te sobrepões.
Percebes de submarinos e aviões
de corruptos banqueiros e d'outros ladrões
E ainda és tão grande poeta como foi Camões!
A Janitaamigaquenãoébonita.
Canudo! Aonde estava eu com a cabeça que nem elogiei do Tio a sua poética veia?
ResponderEliminarMil perdões, meu rico Tio! Para de tal falha me redimir, o meu testemunho Camoniano vou, também, repercutir...
Alternados então do Reino se pisgaram
Co'o ódio, que nos grandes peitos tinha,
Absolutas cruezas, repelentes
Tiraram do povo os voos por onde vinha;
Afundando vão amigos e parentes
Do mísero Conde e da Rainha,
É na sua maioria corrupta e desonesta
Que sem submarinos se vê e manifesta.
Como podeis comprovar, senhor meu, é uma mui pobre adaptação do Canto IV dos Lusíadas.
*-*
Janita, tu também? Que fantásticas veias poéticas que descobri! Quão envergonhado me deixais vós, por a versejar me ter atrevido...
EliminarFestas Boas, que estamos em altura delas.
ResponderEliminarSempre fui boa jogadora na "batalha naval", sim essa feita de cruzinhas em papel quadriculado!
Mas é quase Natal... e por isso, trocadilhos à parte, hoje vim apenas trazer-te votos de um
……………¨♥*✫♥,
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…¸.•✫……… FELIZ NATAL…
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•♥……………………Muitos beijinhos
✯………………………Afrodite (^^)
Afrodite, agradeço a tua lembrança. Festas Boas, para ti também!
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