Sim, até a geografia mudou, porque tudo pode ser o que
queremos que seja.
Detesto festas destas – deveria
dizer estas festas - e este populismo forçado ainda mais, mas era verão e há
anos que o nonsense se instalou e veio para ficar nessa altura do ano. Também
sei que, nos tempos que vivemos, nada é o que parece ou, melhor, o que queremos
parecer é o que somos. E esta festa do Pontal, que também já foi no Pontal e
num hotel de um Parque Aquático, talvez prenúncio da água que metem, virou-se agora
para o “calçadão” de Quarteira. Tudo certo. O nome é uma marca (faltam alguns
atributos, mas tudo bem) e querem manter a marca, daí vai que o nome se mantém
e se sobrepõe ao lugar. É a velha história da forma ser mais importante que o
conteúdo.
Na famosa Região dita autónoma da
Madeira, sobejamente conhecida pelos excessos do seu imperador, também há uma
festa semelhante, com populismo qb, o Chão da Lagoa, onde se estreou este ano o
nosso ex-primeiro. É uma verdadeira première, onde não faltou o Big Mack,
juntamente com o picadinho, as ponchas, o bolo do caco e as “espetadeinhas”. A
esta hora até marchava a espetadinha e umas lapinhas, mas não dá. Diga-se a
propósito desta festa que o imperador este ano não discursou, e era pa nair mas
fue…Encontrando-se “casualmente com o “rapazinho que chegou a
primeiro-ministro” e agora “já na é”. A
festa perdeu com a falta da atracção principal, o rei do nonsense, anti-cubano…
Esta mania de chamar cubanos aos continentais deve ser um síndroma de Oslo, o
equivalente ao Síndroma de Estocolmo, para os caciques.
Ar fresco nem com a janela aberta!
Do lado xuxialista, também houve
novidades: O acampamento, muito anos 70, não sei se uma reminiscência de algo
hippie ou se da sequência do hambúrguer e da viagem a Veneza, num comprimento
de onda semelhante. Deu resultado, com as miúdas giras e inteligentes do Bloco
à mistura. Tudo muito hippie e resultou.
Dispenso festas destas, mas vão
continuar a passar-nos a mão pelo pêlo, discutindo em público, enquanto em
privado, em perfeita sintonia, vão fazendo festas uns aos outros, enquanto o
povinho apanha as canas dos foguetes lançados… Agora não foi um foguete, foi
mais um foguetão que todos vamos apanhar!
Quanto às novidades, gosto delas
frescas, como na Madeira, só com um fio de azeite, sem sal, mas agora não há
novidades nenhumas. Na vida política portuguesa, não há nada de novo. Nada se
cria, muito se perde e tudo é transformado para ficar com ar de mais
apresentável, para o povinho engolir. O exemplo do novíssimo banco mau é isto
mesmo. Há que tomar muito Kompensan (não recebo dividendos deste laboratório),
para digerir isto tudo!