Circulava relativamente devagar numa rua sem trânsito, num
dia de inverno com sol forte. Quando me aproximei da única passadeira no
horizonte, um mulherão decide começar a atravessar a rua. Com ar seguro mas
petulante, avança lentamente pela passadeira, transformada por momentos numa
passerelle improvisada. Pensei que aquela oscilação do corpo não se devia ao
piso em paralelo da rua, nem aos saltos das botas, bem altas, que tapavam os
joelhos mas deixavam antever um pouco das coxas, onde as faíscas das leggings
encandeavam. Estava parado, calmo e tranquilo, enquanto o desfile na catwalk
continuava. De repente parou, mesmo à minha frente, olhou-me por detrás dos
óculos de sol grandes, espetou o braço e vi que tinha o que parecia ser um
comando que, apesar de facilmente poder ejectar o banco do meu carro, apenas
fez os piscar as luzes de um outro carrão estacionado, precisamente em cima da
passadeira, a menos de dois metros de mim.
O carro, era de um modelo que estamos pouco habituados a ver
em mulheres. Pelas suas dimensões e características é normalmente usado por gajos.
Há até quem defenda existir uma relação de proporcionalidade inversa entre o
tamanho do carro e outra medida, mas não comento, não vão tirar-se ilações
pouco abonatórias da rapaziada, sem qualquer fundamento científico.
O comando não fez ejectar o meu banco, nem mudou a música do
meu rádio, mas para além dos piscas do carro estacionado, fez com que um tipo
se movimentasse em direcção ao bólide, abrisse a porta do lado direito e se
sentasse. A portadora do comando terminou o passeio na passerelle, olhou
longamente para a direita, deixando-me quase em transe (fiquei a pensar que me
tinha diagnosticado alguma coisa na radiografia) e sentou-se ao volante. Fiquei
com a esperança que, complementarmente, estivesse a fazer uma análise entre o
tamanho do meu carro e outra coisa qualquer e precisasse de dados. Pelo tempo
que demorou na passerelle teve tempo de fazer uma correlação linear usando o
método dos mínimos quadrados…
Apesar de me apetecer ficar parado enquanto recuperava o
ritmo cardíaco, achei que era muito óbvio, ficar à espera que arrancasse. Ficaria
numa situação de ir atrás e achei que não era adequado. Decidi arrancar e deixar
de interromper a rua, continuando o meu caminho. Os outros carros que
entretanto estavam atrás do meu seguiram-me e já não vi mais nada…
Os carros são os substitutos dos cavalos e daí o título
deste post. Não lhe faltavam cavalos debaixo do capot nem, seguramente, vontade
de os domar. O meu lado selvagem ficou em stand by… Curiosa circunstância, voltei
a encontrar esta domadora passados dois dias e … a história não acaba aqui.
ResponderEliminarSó agora dei conta desta tua publicação, ou devo antes dizer, teaser... como se costuma usar em linguagem cinematográfica!?
Curiosamente quando li o título (e ainda sem mais nada ter lido) dei-lhe a interpretação correcta apesar do duplo sentido que da frase se pode retirar (és mestre em duplos sentidos).
Dizem que a curiosidade matou o gato, mas como não pertenço à família não temo admitir que estou curiosa da continuação da "saga" da domadora sem chicote.
(essa do tamanho do carro fez-me dar uma enorme gargalhada... e deves saber porquê)
Beijinhos (tele)comandados
(^^)
Afrodite,
EliminarÉ mesmo isso: Um teaser...e não estou a relacionar com os posts anteriores sobre teses e atenção ;-)
Boa comparação, domadora, bem observado!
Ainda bem que agora tenho um carro mais pequeno, não vá alguém querer fazer alguma inferência estatística ;-)
Beijos à distância.
Ah... até me esqueci ao que vinha.
ResponderEliminarÉ que como o natal está mesmo a chegar... vim renovar os votos de...
……………¨♥*✫♥,
………,•✯´………´*✫
…….♥*……………. __/\__
.….*♥…………….....*-:¦:-*..
…¸.•✫…....… FELIZ NATAL...
...*♥...........................¨♥*✫♥.......
.,•✯´................................,•✯´........
•♥............................Muitos beijinhos
✯...................................Afrodite (^^)
LOOOL...
EliminarComo já passou o Natal, só te posso desejar Festas Boas!
Eliminarheheheh
Obrigada!! Vêm sempre a calhar!
(^^)