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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Desejos de Natal…

Apesar de fleumático por natureza e indiferente por opção, não posso deixar passar esta data em branco. A neve que avisto ao longe, reforça este lado sentimental que os tios vão tendo (com conta peso e medida!).
E depois destra introdução, talvez desnecessária, os votos do Tio do Algarve:

Desejo que não tenham feito muitas compras de Natal, e se as fizeram que não tenha sido em Catedrais do Consumo, nesta época do ano a abarrotar de crentes.

Desejo que não tenham estado muitas horas em filas de trânsito, ou à procura de lugar para estacionar em centros comerciais, mas se foi esse o caso, que a vossa paciência tenha sido suficientemente grande para ultrapassar todos esses incómodos.

Desejo que possam perdoar aos condutores que desconhecem em absoluto a função do pisca nos automóveis, mas que fazem frequente uso do travão, sem que para tal haja motivo aparente. Desejo ainda que possam perdoar aqueles que circulam o 70 km/hora nas auto-estradas e a 140 nas avenidas onde não há radares.

Desejo que não me leiam num Migalhães (traz más recordações), mas sim num outro PC ou Mac.

E agora o meu lado lamechas:

Desejo que as prendas que ofereceram tenham algum significado para quem as recebeu,

Desejo que possam passar este dia simbólico, com que gostam de estar,

Desejo que recordem, por um minuto que seja, as pessoas boas que gostávamos que estivem convosco e não estão, e que por algumas horas nos esqueçamos daquelas que merecem ser esquecidas,

Em especial desejo que, nesta quadra, nos possamos esquecer deste desgoverno que se governa, mas que depois nos lembremos deles todos os dias, em especial nos dias de eleições.

Boas Festas e Festas Boas, porque a vida vive-se a cada instante e não tem as funções Copy, Past, FastForward e menos ainda a de Rewind…

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Quilometro ou milímetro do Mondego?

Tendencialmente sou cada vez mais pessimista, quando ouço falar de PECs, de medidas de contenção da despesa pública, de medidas de relançamento da economia, de apoio às exportações, de incentivos à Inovação, e outras tantas que agora não me recordo...

De tanto ouvir a mesma cantilena, sem resultados práticos, tornei-me um sério descrente de medidas. De todas e quaisquer medidas anunciadas com pompa e circunstância, no telejornal das 8, mas sem qualquer resultado prático, a não ser afundarmo-nos cada vez mais e o Tio tornar-se cada vez mais descrente.

Chego a pensar se esta minha alergia a medidas terá algo a ver com o meu passado nas unidades do SI, ou do drama da Hidráulica, a que já me referi…Penso que não.

Como não há bela sem senão, também houve um fruto das penúltimas (ou antepenúltimas) medidas que, não tendo tido o atingido o objectivo de redução de despesa como previsto, sempre acabou por ter um efeito redutor…Ou, no mínimo, uma conversão de unidades.

Refiro-me ao fantástico Metro do Mondego, a empresa com uma relação administradores/trabalhadores de 1,3, rácio fantástico para uma empresa que gastou Quilhões (uma unidade derivada do Quilómetro e do Milhão, usada em Grandes Empresas Públicas) de Euros em projectos e outras mordomias (gastos operacionais, de acordo com a terminologia oficial), mas não construiu sequer um milímetro de carril ferroviário…

Os brilhantes gestores desta empresa, certamente foram reconduzidos para outras, em lugares de grande responsabilidade e pequenos ordenados (ou será o contrário?), certamente mantendo as mesmas mordomias. Foi pena que não tenham ido para empresas congéneres do mercado europeu ou, melhor ainda, de países emergentes, mas pelo menos espero que não tenham tido a indecência de lhes dar umas reformas douradas, da cor das pílulas que nos enviam pelos olhos nas notícias…

É caso para dizer, fujamos do Sistema Internacional, voltemos ao CGS, ou rejeitemos todos que se baseiam numa unidade acima do milímetro…

Nem quilometro, nem metro, nem milímetro. Mícron do Mondego, já! E parece que desta lá se foi: Pouca terra, pouca terra, Muita massa, muita massa, é a onomatopeia desta desventura…

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Afinal há excepções boas...

Ontem o representante da República nos Açores vetou a orçamento do Governo Regional, onde se incluía a excepção número dois, ou três, já não estou certo, aos cortes nos ordenados da função pública.
Agora a lei volta ao parlamento regional e como o pequeno César tem maioria absoluta, de certeza que vai ser aprovada ...

Pelo menos fez o que era correcto fazer e as declarações não foram dúbias, ou contraditórias, como estamos habituados: Eu até nem concordo, mas já que querem, eu promulgo… Não foi assim, e é caso para se dizer, assim vale a pena estar representado!

Se não tivesse outra utilidade ou função o representante da República nas Regiões Autónomas (Ilhas Adjacentes que nos absorvem uma parte significativa dos nossos impostos para viver à Grande e à Gaulesa), mostrou que tem carácter e não tem Cerelac na língua, nem medo do Pequeno César!

Claro que há possibilidade de, num telefonema prévio ter havido aquela pequena conversa, é pá desculpa, mas tenho mesmo que fazer isto. É para salvar a honra do convento, e também aquela coisa a que se chama consciência, desculpa, lá pá… Vocês depois aprovam isso e eu sou obrigado a assinar… Claro que há esta possibilidade, mas que o anúncio caiu bem, caiu! E eu dou-lhe o benefício da dúvida.

Vampiros em série. Televisiva e não só…

Mete nojo o meu país, governado por uma Parceria Patético-Palerma, com uma hárpia como testemunha impávida, num menage surrealista a que vamos assistindo, exangues e já sem forças para resistir, enquanto este bando de vampiros, já sem vergonha, nos vai chupando o pouco que ainda temos.
Acabou um dos programas de televisão mais interessantes dos últimos anos. Talvez estivesse a ser incómodo? Não sei, mas que tinha graça tinha, o Contra Informação. Ao bom estilo desta clique governativa (leia-se que se sabe governar), muda-se o horário, várias vezes, até conseguir que ninguém saiba a que hora vai passar….Quanto maior for a amplitude da variação, mais bem sucedida é a manobra. Pode ser de manhã, ao fim de semana, passar para o fim da emissão e voltar para antes do “Preço Certo”, como exemplo. Até acabar. Estava esgotado o formato e a paciência, mas não a vontade de nos divertirmos e de assistir a humor inteligente.

Em contrapartida as séries de vampiros são cada vez mais frequentes. É sangue por todos os lados e a todas as horas, às vezes com mais mamas, outras com menos. À noite, sangue fresco com mamas à brava, a seguir ao jantar, sangue mais docinho, em versão portuguesa, a seguir ao almoço, sangue mas místico, enfim, a toda a hora… Ainda bem que não tenho TVCabo, nem tempo para ver, mas imagino que ainda há mais que desconheço, como grupos de fans, etc.

Será que a carne substitui o espírito, ou é mais uma gracinha irónica de quem, depois de comer a carninha e chupar o sangue, já nos está roer os ossinhos?
Hoje começa o julgamento do Banco para as Negociatas. Assim lhe chamavam, com mais justiça no CO, mas a quem também já baptizei de Banco Para Néscios…Dois anos para começar o julgamento, enquanto em terras do Tio Sam, o escândalo homólogo, de proporções incomparavelmente maiores já tem, há seis meses, o principal responsável preso, a cumprir 150 anos de prisão e as vendas/doações, que tinha feito para tentar salvaguardar a imoral fortuna, anuladas.

Não tenho dúvidas que no nosso país ninguém vai ser condenado ou se o for, vai ser como é habitual, com penas leves, para dormir confortável, as viúvas, ex mulheres, sobrinhas e quejandas vão ficar milionárias!
Call me Onlce Sam, please, and show me some Chuck Norris films, instead off this Twilight based movies…E juro que nunca pensei vir a dizer isto, mas apetece mesmo o “Round the house kick”, não apetece?

sábado, 11 de dezembro de 2010

Hot and fever

Será o calor que provoca a febre, ou a febre que traz o calor? Fico na dúvida, mas com uma certeza: A Beyoncé derrete qualquer gelo e aquece qualquer um…

E agora que estamos no Natal é uma boa inspiração para as prendinhas, como que a dizer FESTAS BOAS!



terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O pequeno César e o grande Calígula

Uma excepção nunca vem só, e o problema está no precedente… Depois da excepção número um, feita à medida para um grupo de patrícios de um conhecido banco do estado, da excepção número dois para os curadores dos hospitais, pouco hospitaleiros e outras que se irão conhecer, chegou a vez dos eunucos dos sobas das ilhas atlânticas.

Começou pela província mais distante de Roma (que abrange territórios desde Londres até ao Brasil), mas mais próxima do poder pela cor rosada da sua bandeira.

O pequeno César, com a sua cara de sapo mas com todo o despudor, veio anunciar uma compensação para os servidores públicos com ordenados abaixo dos 2000 sestércios. A compensação é de montante igual ao corte, ou seja: ficam na mesma, quiçá até com benefícios fiscais…

O grande Calígula sobe da novidade e logo se pronunciou sobre ela, mesmo antes de ouvir o grão-vizir, logo se apressou a dizer que a César o que é de César e que ele não tinha nada a ver com isso: Assuntos das colónias.

O Patrício Mor veio ler um auto sobre o assunto. Era imoral, os deuses não podiam aceitar aquela discriminação, que todos os romanos eram iguais à luz das leis.

O pequeno César ficou furioso e espumando lá disse que o Patrício andava à procura de apoios para a recandidatura. O assunto era do governo da província e não de Roma. Alguns tribunos e escribas vieram em socorro do Patrício, pois que a economia daquela região desértica era tão débil que os sestércios de Roma é que os sustentavam. Como podiam eles querer viver à grande e à moda da Gália, com os sacrifícios dos seus irmãos da Lusitânia?

O grande Calígula, finalmente (imagino com ajuda do seu grão-vizir), lá percebeu que aquilo era uma facada nas costas. Os seus correligionários afinal eram uns sicários, que só queriam aproveitar-se dele, e manda ler novo auto desancando o pequeno César…

Ficamos sem saber como acaba esta história, mas não tenho dúvidas que vão acabar todos com razão, na boa Pax Romana….

Precisamos urgentemente de um Viriato!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O sindroma da cigarra na gestão

Esta classe de sintomas não surge isoladamente, mas habitualmente é um dos primeiros sinais evidenciados pelos Ti-Us, quando chegam ao planeta Emp-Reza.

A fábula da cigarra e da formiga faz parte do imaginário das pessoas da minha geração que nasceram antes da entrada do Jardim Zoológico na economia nacional. Não me refiro à empresa da XS, mas sim à primeira referência, que me recordo, a animais na economia: A vaca. Foi com a vaca, sagrada nalguns países, que começou este rosário de animais, até chegar aos vampiros dos dias de hoje.

Tenho ideia de ter sido em 1973, com a dita primavera marcelista que chegou o tempo das Vacas Magras, e partir daí, é vê-los a falar de animais sem parar. A cigarra e a formiga inserem-se nesse contexto romântico de fazer passar determinada mensagem de forma simples e doce, apesar da amargura do tema. Perdoem-me o trocadilho… Pois foi nesse contexto do estábulo, quentinho (nessa altura já tinham percebido as potencialidades da biomassa), que recebi a mensagem da cigarra e da formiga, que é simples: devemos trabalhar para amealhar de forma a termos disponível quando precisarmos, como a formiguinha. A história também mostra o negativo, neste caso personificado pela cigarra que passa o verão a cantar e quando chega o Inverno, não tem nada guardado e passa fome…

São precisamente assim os nossos gestores com esta patologia. Chegam às empresas, começam a cantar de galo (outro animal na gestão…), a gastar como e a falar como a cigarra, trabalhar é que nada, ou talvez seja como a preguiça, para continuar no tema zoológico.

Normalmente quando mais cantam menos fazem ou sabem fazer, e não é preciso ser um entendido nestes comportamentos cada vez mais comuns, para se perceber isso logo no início.

No fantástico mundo de Emp-Reza, estas cigarras são animais que mais tarde revelam a sua essência, normalmente com ciclos de um ano. Começam como cigarras em época alta, com o calor do verão, e à medida que a temperatura vai arrefecendo transformam-se em sanguessugas. Este sindroma por vezes é confundido com o da águia, mas a última fase do ciclo de vida é diferente. O gestor com sindroma da cigarra, batendo as asas com todo o orgulho de uma borboleta, abandona o hospedeiro na fase do frio, na época baixa, passando para outro hospedeiro mais promissor.