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quarta-feira, 25 de março de 2020

Epitáfio ou certidão de nascimento?


Não sou vaidoso nem convencido, considero-me um Tio simples e despretensioso, por isso este epitáfio não é nenhuma lição de moral, nem corolário de vida, mensagem transcendente e, menos ainda, instruções para descendentes. É apenas uma tese e um resumo, que deveria ter como subtítulo: Epitáfio do Homem mais Triste do Mundo.


A questão a postular é esta: Será que alguém que já morreu pode escrever sobre a sua morte? Parece que sim. Contra toda a evidência, e não se trata de ressuscitar, ou de segunda ou terceira vida, como nos jogos da X-Box, Nintendo ou Play Station. É melhor clarificar…

Numa não qualquer quinta-feira, enquanto se comemorava o desembarque dos aliados na Normandia, e a libertação da Europa ( e por falar nisso, bem precisamos agora de nos libertar do jugo Europeu), alguém se encarregava de sabotar a festa de libertação. Mas, como sempre acontece nestes casos, o tiro saiu pela culatra e o alvo, que sofreu o embate da bala, acabou por sobreviver e ficar mais forte, como muitas vezes acontece! Sim, foi isto que aconteceu. Levei um tiro no passado dia 6 de Junho. Acidental, pelo que me disseram. Eu acredito como também acredito no coelhinho da Páscoa, Peter Pan e no Pai Natal mas, ficou bem dizer, foi um acidente: São rosas meu senhor, são rosas meu amor…

Mas como na vida nada acontece em vão, esse tiro acabou por me libertar de um fardo e passados meses, em que vi o céu cinzento e negro, e me assumi como o homem mais triste do mundo, recuperei a consciência e passei a dar mais valor à vida… parece tanta coincidência que nem acredito. Estatisticamente seria impossível e para mim, simplesmente, foi. E como foi, já não está. Desapareceu! Estaca zero!

Pensei que os sonhos tinham morrido, mas agora vejo que não. Mudaram as personagens, mas os sonhos ficaram. Uff… o que seria a vida sem sonho!

O que não nos mata, deixa-nos mais fortes! Esta é a conclusão.

O epitáfio poderia ser: Aqui jazia o homem que do paraíso, foi atirado para o inferno. Atravessou-o, e despertou para um novo mundo onde vive feliz, no mais perfeito anonimato. 

PS: Voltei e mudei para a minha outra casinha… 😉


2 comentários:

  1. Olhem, bem; o nosso Tio do Algarve está de volta!
    Que alegria imensa, que coisa boa nos trouxe este recolhimento obrigatório!

    Quero crer que isso do tiro é uma metáfora que usas para exemplificar um choque, um abanão que a vida te deu, mas não te derrubou.

    Agora, diz-me Tio: qual essa tal outra casinha? Não me digas que é o FB!! :(
    Espero que fiques por aqui, durante muito tempo.

    Um forte abraço, Tio e sê muito bem-vindo! :)

    PS- Ah, carago, que já me ia esquecendo. Espero que ainda possas dançar o Tango. 😉

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  2. Olá Janita! Sim, levei um abanão daqueles que nem é bom lembrar e não desejo a ninguém. Mas é verdade que nunca conhecemos verdadeiramente as pessoas.
    Uso o FB penas por razões profissionais, é demasiado devassador, mas tinha outro blog, que vou recuperar ;-) depois envio-te o link. E sim, o Tango é a minha redenção, também.
    Obrigado pelo teu acolhimento! Beijinho e até muito breve!

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Hmmm! Let's look at the trailer...