Levanta-te, já são oito diz uma cidadã brasileira ao seu
companheiro de cama que, estremunhado lhe pergunta: O quê, entrou outro golo?
As réplicas do terramoto germânico no Brasil são muitas,
surgiram por todo o lado e, apesar do tradicional humor brasileiro, vão deixar
marcas. Somos irmãos: Estádios a mais, disparate a mais, despesas sumptuárias e
para fazer fraca figura…Acho que leses também são bons no humor!
Uma simples explicação tiológica sobre o jogo diria que o
equipamento usado pela Alemanha tem as cores do leão olhanense, o rubro e negro
da equipa da minha terra foi determinante. O Brasil com o seu equipamento
amarelo, a lembrar a doença ou o Paços de Ferreira (o amarelo do Estoril deve
ser mais giro), nunca teve hipóteses.
Também é verdade que o Scolari deu uma ajuda no resultado,
mas isso não pesou. Se os teutões tivessem aparecido com aquelas fardinhas
brancas imaculadas, não teriam chegado aos cinco. O equipamento assustou os
brazucas!
Mas nada é assim tão simples. Há uma explicação alternativa
ligada à dança. A alegria contagiante do Samba, não distraiu os alemães da sua tão
tecnicamente exigente valsa vienense. Nesta perspectiva, a Áustria é aquela
espécie de Alentejo e Algarve independente porque nós deixámos, uma maneira de
se poder ir ao estrangeiro e falar a mesma língua…Por isso a valsa vienense é
alemã!
Ora, entre esta valsa e a inglesa, prefiro de longe a
última. Ritmo mais lento, mais tranquilo, mais subtil e figuras mais graciosas…
Para domingo espero que o improviso e a sedução do Tango
Argentino, a que me rendi há alguns anos, desconcentre os adversários e os
ponha aos pulinhos tipo polka!
Eu que não percebo nada de futebol, e torci pela Alemanha
desde que nos ganharam, fui hoje recordado com precisão germânica que, em 1990,
a final foi entre a Argentina e Alemanha, que ganhou 1-0.
E ainda bem que é já Domingo que acaba esta tourada, para
voltarmos ao nosso Fado do dia-a-dia. E eu que prometi que não
falava do mundial!!!