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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Novos destinos

Na falta de novos rumos, precisamos de novos destinos. Um pouco como o país. Sem rumo, mas com metas cada vez mais ambiciosas e objectivos mais falaciosos. Fuga para a frente, há quem diga, e também ficou famosa aquela citação do político brasileiro: "O país está à beira do abismo, é preciso dar um passo em frente”. Ele disse, e nós fazemos.

Os espanhóis já desistiram do TGV até Badajoz (alguém acreditou que iam fazer, agora?). Mas nós insistimos, em levar a linha do Poceirão até ao Caia. Lisboa é a praia de Madrid, como disse o Senhor Ministro. Sim, o mesmo que disse que os encargos dessa brincadeira seriam sessenta milhões de euros no primeiro ano. E nós acreditamos…

Então aqui ficam algumas sugestões para novas linhas:

1. Alcoutim-Monchique, com construção de um ramal, em bitola europeia, Monchique-Aljezur. Esta linha permite que Aljezur seja a praia dos habitantes de Sanlucar de Guadiana, acaba com a discriminação a que Monchique tem sido submetido, por ser o único concelho do Algarve sem praias. No troço Aljezur Monchique, há carruagem especial para transporte de pranchas de surf, com possibilidade ainda de transportar pranchas de body board.

2. Barca de Alva-Moledo. Trás-os-Montes tem sido esquecido pelos governos centrais, zarolhos que só olham para o umbigo. O ex ministro com nome de conjunto de porcos, bem chamou a atenção para esta bonita região, mas foi logo caluniado por um sucateiro. Esta linha tem ainda a grande vantagem de servir as populações de Viana do Castelo nas suas deslocações às vindimas, bem como assegurar as deslocações pendulares dos cidadãos de San Martiin de Arteaga às Festas da Senhora da Agonia. Por despiciendo que é, não referimos a diminuição da sinistralidade, imputada ao consumo de álcool na terceira semana de Agosto, no Parque Internacional do Douro Internacional. Nota: O pleonasmo não é meu, mas sim do parque.

3. Vilar Formoso.Cantanhede, com ligação, nesta cidade dos marialvas ao ramal da Figueira da Foz. A grande vantagem desta linha prende-se com a redução das assimetrias regionais, uma vez que Viseu era a única capital de distrito sem ferrovia. Agora já há outras que se livraram desse pesadelo de ter o comboio, a fazer barulho, quando toda a gente precisa de descansar, mas os habitantes de Viseu nunca poderiam ir apanhar o comboio a Mangualde. Seria desprestigiante. Outra grande vantagem deste troço é que a praia de Viseu passaria ser a Figueira da Foz e não a Barra, dando a liberdade de escolha aos habitantes da Beira Alta, até agora condicionados por uma só praia. Finalmente, “the last but not the least”, uma expressão que não existe em Portugal, o Tio passaria a usar o TGV, a saborear um imperial fresquinho nas suas deslocações ao Festival Dixie, que está aí à porta. Nota: recomendo vivamente este festival.

4. Olhão-Trofa. Linha de grande arcaboiço, verdadeiro projecto de visão, permite juntar duas localidades que têm cidades geminadas em França. Se têm em França, mais razão para se geminarem em Portugal ou, como alguém disse: São cidades germinadas. Quer dizer, germinaram, desenvolveram-se e tornaram-se mulheres. Penso até que foram elevadas a Cidade no mesmo dia, mas não posso garantir. Esta linha, implicaria ainda a construção de uma nova travessia do Tejo na Chamusca, factor adicional de desenvolvimento para todo o Ribatejo. Em Olhão liga à linha do Algarve e na Trofa à linha do Minho e de Guimarães. Esta linha permitiria que as irregulares viagens do Tio para a Fuzeta, se agilizassem, garantindo importantes ganhos ecológicos, poupando 645 gramas de CO2 por ano. Numa segunda fase, Olhão seria ligado a Sevilha, com paragem na Maestranza. Neste troço as composições estão preparadas para levar touros e toureiros. Esta linha obviamente seria inaugurada pela Presidente da Câmara Municipal da Trofa (tem melhor imagem nos cartazes).

Nota Final: Estudos realizados provam a rentabilidade destas linhas no espaço de 5,4 anos. Garantem 5600 novos postos de trabalho em ano cruzeiro e 53.457 postos de trabalho durante os vinte e seis meses da construção. É completamente infundada a notícia divulgada por fonte desconhecida que na semana passada, este vosso dedicado escriba tinha viajado num voo FR qualquer coisa, entre FAO e OPO por 26 euros. Confirma no entanto a deslocação no Alfa Pendular 180, a 19º de temperatura interior, onde contraiu forte resfriado, dado o grande tempo de exposição. O custo da viagem não foi divulgado, mas rumores apontam para valores superiores a 70 euros.

4 comentários:

  1. Cada vez que penso nesse retalho de TGV, até fico agoniada, será mais um belo elefante banco.
    Quanto à receitinha dos caracois, já está no meu blogue dos cozinhados :)

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  2. É incrível como andam sempre com as prioridades trocadas...acho que não tem solução, cada vez tenho menos esperança. Kiss

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  3. Grande descrição!
    O viagem 70 euros? Em Julho vai pagar mais.
    Aliás,o que é que não vamos pagar?

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  4. Cantinhodacasa,
    També acho! Mesmo os 70 euros é publicidade enganosa. Obrigado pela visita.

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Hmmm! Let's look at the trailer...