Vão-se os anéis fiquem os dedos, sempre ouvi esta frase que
serviu de justificação popular para muita asneira no que toca a decisões…E,
infelizmente até as privatizações não escaparam à sanha justificativa do nosso
desgoverno, mesmo que na realidade tenha sido cortar os dedos e deixar os
anéis…Veja-se a Empresa Devidamente Phodida, a Raios Eléctricos Nacionais, a Para
Tudo, ou até os Como Tínhamos Tanto…Foram, dedos, mãos e braços, para ficarmos
com uns anéis de fancaria.
Curioso, nunca terem pensado na CP, no Metro de Lisboa e do
Porto – por mim até podem agrupá-los - na Refer, na TAP, na CARRIS ou nos STCP
(do Porto) quando se trata de vender os anéis. Será que o contrato com os
credores internacionais que obrigaram a vender umas, não obrigou a vender outras?
Ou
não haveria lugares para consultores, regiamente pagos, nessas empresas?
Até posso acreditar nas semelhanças dos comboios com as estradas
– afinal os índios, nos quadradinhos do Lucky Luke – também chamam ao comboio o
cavalo de ferro e nós próprios também nos referimos à ferrovia como o “caminho
de ferro”, mas não consigo perceber qual a vantagem de fundir as duas coisas.
Até percebi a lógica aparente (e a escondida também, mas não
vou falar dessa), do Banco Mau e do Banco Bom, a que chamaram de Novo, para
resolver o problema do Banco Verde por fora, mas negro por dentro. E não
aplicaram essa receita ao Banco Para Néscios ou ao BPP? A imaginação consegue
tudo, mas eu, talvez limitado pela realidade, não consigo perceber quem é que
vai ficar com as acções do Banco Mau…Alguém as vai querer?
Outra novidade de aplicação da receita da separação do Bom e
do Mau vai acontecer, nos comboios. Claro que de forma idêntica, apesar de
aparentemente inversa:
A linha de Cascais, comercialmente das mais interessantes,vai ser privatizada, as outras ficam para nós, bem pagantes…Seremos os Maus ou
os Bons?
Percebi finalmente o interesse de fundir as Estradas de
Portugal com a Refer. Afinal é a mesma via! E até chega a ser surpreendente que
não fundam a TAP com a Companhia Nacional de Navegação…
- Tio, já não existe Companhia Nacional de Navegação…
- Ah, então está tudo explicado. E a Companhia Colonial de
Navegação também não?
- Também não…
- Não? E a Insulana de Navegação?
- Também não…
- E a Companhia Portuguesa de Transportes Marítimos?
- Também não Tio, também já foi extinta…
- Então não podem fazer a fusão dos navios com os aviões! E
agora?
- Tio, temos os submarinos…
-Ah! Estou muito mais descansado! Podemos patrulhar esses
mares dantes navegados por nós, não vá aparecer alguém a querer fundir Portugal
com uma República das Bananas. É bom separar as águas. Nós somos um país de
bananas, já não somos República e sim uma Oligarquia de Bananas Caturras. Ou, como
dizem os espanhóis, um Pais Bananero! República das Bananas, nunca!!!