Há cerca de 150 anos uma disputa intelectual que ficou
conhecida pelo nome de Questão Coimbrã, agitou as águas de Coimbra e separou os
ultra românticos dos realistas. Separou os mais conservadores – a escola do
elogio mútuo, como os classificou Antero de Quental - dos jovens academistas. Artigos
constantes, de parte a parte e respectivas respostas foram o combustível que
alimentou a polémica entre o status quo e os novos escritores. Bom Senso e Bom
Gosto foi o título de um artigo do mesmo Antero de Quental, de 1865. Do outro
lado Pinheiro Chagas e António Feliciano de Castilho, padrinho dos aspirantes a
escritores do sistema, foram as figuras que mais se destacaram, num grupo que agitou
a intelectualidade da época e, mais do que na literatura, mexeu com a sociedade
da altura.
Bom Senso e Bom gosto seriam, segundo Castilho os predicados
que faltariam aos jovens e serviu de mote ao texto de Antero…
Hoje, noutro plano voltamos à questão, mas numa perspectiva
diferente: A visão Tiológica do assunto.
Bom senso e bom gosto faltam a quem nos governa, com a
agravante da geração de governantes imediatamente anterior, não ser melhor nem
pior. Estamos na nova geração de 70, também chamada de J que, contrariamente à
de dois séculos antes, não produz nada de válido, nem contribui positivamente
para o desenvolvimento intelectual da nação. Chamam-se de 70, porque nasceram nos
anos 70, não produziram nada nos anos 80, nem 90 e agora estão apostados em
destruir o que foi construído pelas gerações anteriores. Os mecanismos de
auto-defesa corporativos, criados pela geração imediatamente anterior, que se
instalou no poder nas décadas de 80 e 90, servem agora esta nova leva de inconseguidos
que chegados ao poder, por lá se vão fixar, irrevogavelmente!
Gastam o que não temos, cortam onde já não há para cortar,
contrariam a geração dos pais, que pouparam incansavelmente para lhes dar um
futuro. E deram! Perderam o presente para lhes dar futuro, mas esqueceram-se de
lhes pedir para não o tirarem aos outros…E eles, diligentemente, tiraram! E
continuam a tirar!
A famosa geração de 70 baptizou os intelectuais do
establishment como “a escola do elogio mútuo”, dadas as constantes referências mútuas
e auto elogios. E o que temos agora? Todos perderam a vergonha. Elogiam-se
mutuamente intragrupo - a última performance pública de Poncius Cavacus com o Mero a quem chamaram Cherne e o guisado que queria ser Lebre é um exemplo – e
digladiam-se intergrupos, até à exaustão, em debates estéreis, inconclusivos e
fúteis. Suponho que estas contendas acabem afogadas num bom Saint Emillion, num
faustoso repasto, numa assembleia qualquer.
Comparar esta geração
que nos governa com a verdadeira geração de 70, é como comparar alhos com bugalhos. Estes não
valem um bugalho, nem a rama de um alho!
Um pormenor, já não foi no final do séc passado, se não tinha sido Há pouco mais de 10 anos... ;)
ResponderEliminarMas realmente esta gente que por aí anda... nem tenho adjectivo.
Tens toda a razão! Obrigado pela nota. Foi um acto falhado (...), mas vou corrigir!
EliminarPessoalmente, só entrei no séc XXI há uns dois ou três anos. ;)
EliminarNão tenhas pressa...Há que tenha entrado em 2000 e houve outros que só entraram em 2001m :-)
EliminarDesculpe-me a franqueza mas, afirmar que a geração de 70 é toda igual pela negativa, ofende-me a mim e não posso de todo concordar consigo. Não tenho complexos de superioridade nem de inferioridade relativamente a ninguém. Acho que quem faz tais afirmações não está a fazê-lo de boa fé. Este blog é seu e respeito os valores de liberdade de expressão e não só que me foram transmitidos pela gerações anteriores à minha. Pessoalmente espero num futuro próximo ter a oportunidade de demontrar-lhe mais uma vez, ou as vezes que forem necessárias que a sua observação está errada e que a única coisa que você consegue com isto é criar conflitualidades decabidas. Uma coisa que lhe posso garantir face à evidência das suas palavras é que a educação que me deram é superior à sua.
ResponderEliminarNão foi essa a minha intenção. Em qualquer geração há gente excelente e gente menos boa. Referia-me em particular aos que nos governam, e aos que nos pretendem governar, não à generalidade dos portugueses, como é evidente para quem me lê habitualmente.
EliminarEu próprio vivi nos anos 70 e tenho excelentes amigos e amigas que nasceram nessa década mítica! E outros que nasceram depois e outros ainda que nasceram antes.
Não precisa de demonstrar nada, mas pode dizer tudo o que lhe apetecer, nesta casinha, mesmo que ache que quem aqui escreve é menos educado que outros que aqui comentam.