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sábado, 19 de abril de 2014

E porque a altura é de libertação...

... Libertango!

Bom Senso e Bom Gosto



Há cerca de 150 anos uma disputa intelectual que ficou conhecida pelo nome de Questão Coimbrã, agitou as águas de Coimbra e separou os ultra românticos dos realistas. Separou os mais conservadores – a escola do elogio mútuo, como os classificou Antero de Quental - dos jovens academistas. Artigos constantes, de parte a parte e respectivas respostas foram o combustível que alimentou a polémica entre o status quo e os novos escritores. Bom Senso e Bom Gosto foi o título de um artigo do mesmo Antero de Quental, de 1865. Do outro lado Pinheiro Chagas e António Feliciano de Castilho, padrinho dos aspirantes a escritores do sistema, foram as figuras que mais se destacaram, num grupo que agitou a intelectualidade da época e, mais do que na literatura, mexeu com a sociedade da altura.

Bom Senso e Bom gosto seriam, segundo Castilho os predicados que faltariam aos jovens e serviu de mote ao texto de Antero…

Hoje, noutro plano voltamos à questão, mas numa perspectiva diferente: A visão Tiológica do assunto.

Bom senso e bom gosto faltam a quem nos governa, com a agravante da geração de governantes imediatamente anterior, não ser melhor nem pior. Estamos na nova geração de 70, também chamada de J que, contrariamente à de dois séculos antes, não produz nada de válido, nem contribui positivamente para o desenvolvimento intelectual da nação. Chamam-se de 70, porque nasceram nos anos 70, não produziram nada nos anos 80, nem 90 e agora estão apostados em destruir o que foi construído pelas gerações anteriores. Os mecanismos de auto-defesa corporativos, criados pela geração imediatamente anterior, que se instalou no poder nas décadas de 80 e 90, servem agora esta nova leva de inconseguidos que chegados ao poder, por lá se vão fixar, irrevogavelmente!

Gastam o que não temos, cortam onde já não há para cortar, contrariam a geração dos pais, que pouparam incansavelmente para lhes dar um futuro. E deram! Perderam o presente para lhes dar futuro, mas esqueceram-se de lhes pedir para não o tirarem aos outros…E eles, diligentemente, tiraram! E continuam a tirar!

A famosa geração de 70 baptizou os intelectuais do establishment como “a escola do elogio mútuo”, dadas as constantes referências mútuas e auto elogios. E o que temos agora? Todos perderam a vergonha. Elogiam-se mutuamente intragrupo - a última performance pública de Poncius Cavacus com o Mero a quem chamaram Cherne e o guisado que queria ser Lebre é um exemplo – e digladiam-se intergrupos, até à exaustão, em debates estéreis, inconclusivos e fúteis. Suponho que estas contendas acabem afogadas num bom Saint Emillion, num faustoso repasto, numa assembleia qualquer.

Comparar esta geração que nos governa com a verdadeira geração de 70, é como comparar alhos com bugalhos. Estes não valem um bugalho, nem a rama de um alho!

terça-feira, 1 de abril de 2014

Audistas e Autistas



Usa-se frequentemente a classificação de autista político para designar aqueles políticos que vivem afastadas da realidade, numa realidade alternativa… Agora temos uma nova denominação: Audistas. Os meus leitores decerto identificariam muito facilmente – não faço publicidade encapotada, apenas Product Placement –  aqueles que se lembrassem de sortear carros de valor superior a 40.000 euros entre os seus concidadãos.

Audimetria não é a medição de audiências, mas sim o exame que permite determinar o nível de audismo de cada um….