Claro que detesto o dito acordo ortográfico. Em detrimento
dessa anedota preferia, de longe, um acordo ortogáffico, onde se colocassem na
normalidade as gaffes constantes dos novel-eruditos e pseudo modernos
governantes…
Ao ouvir (não, não leva h) alguns discursos recentes sobre o
fim do acordo que era para nos salvar do incumprimento aos pagamentos e que
muito nos tem custado, vejo sem alegria que a memória do homem é curta, mais pequena
do que a dignidade de muitos que reclamam e exigem dos outros o que nunca
fizeram ou fazem…
Por isso não estou na expectativa, nem na expetativa e,
menos ainda, na espetativa de melhorias. Espetativa, em Tiologia, no novo
aborto ortográfico do inconseguimento (esta vai ficar para os próximos anos), significa esperar sem esperança, um
esperar absolutamente passivo, sem nada vislumbar, nem exigir.
É este o objectivo último da abjecta norma que pretende
uniformizar o que não é uniforme nem pode ser: deixar-nos na espetativa, mortos
no pensamento, inertes na acção e estúpidos no todo…Pasmados em frente a uma
televisão, de boca aberta ou amarrados a uma destas modernas “lousas” a que
eufemisticamente chamam tablet. Sim não confundir com tablette, ou com
charrette puxada por um animal. Se fossem redondas e brancas chamavam-lhe comprimido!
Ah McLuhan como tinhas razão a propósito dos media, das
mensagens e das massagens!
Reajamos, pois a esse atentado linguístico que mata a nossa
língua mãe, a nossa Pátria – como tão bem disse Fernando Pessoa – não o usando.
Rejeitar sem olhar para trás!