Tive um sonho. Tive o sonho que os nossos governantes e
outros quejandos, vestiam as calças que habitualmente têm nas mãos, e cumpriam o
que, entrelinhas, eram as convicções em campanha eleitoral, sobre o aborto
ortográfico.
O sonho foi tão real que acordei, liguei o PC, entrei no Google
(patrocinador oficial deste sítio de internet), coloquei acordo ortográfico,
nova ortografia e…. cliquei, perdão clikei no primeiro link, perdão linque,
aliás ligação (ou será enxufação?), que me apareceu. Cheguei a pensar que tinha
sido um sonho, que não estaria acordado.
O título era sugestivo: Guia Prático da NOVA ORTOGRAFIA. Apressado
na leitura (sublinho o na leitura, e apenas na leitura) não me dei conta do
subtítulo. Como gostei do pequeno texto que se seguiu, passei ao “alfabeto” onde
percebi que iria ter 26 letras, com a reintrodução do k, w e y. Achei imensa
graça ao detalhe “As letras k, w e y, que
na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua,
são usadas em várias situações”
Aí o bicho começou a achar estranho, viu? Tinha saído, mas a
galera usa, né? E passei às diferenças:
Como era Como
fica
agüentar aguentar
argüir arguir
bilíngüe bilíngue
cinqüenta cinquenta
delinqüente delinquente
eloqüente eloquente
ensangüentado ensanguentado
eqüestre equestre
freqüente frequente
lingüeta lingueta
lingüiça linguiça
qüinqüênio quinquênio
sagüi sagui
seqüência sequência
seqüestro sequestro
tranqüilo tranquilo
Ora bem, afina penso que a coadoção do acordo é mais
necessária nos nossos irmãos do Brasil, já que o nosso trema, foi acordado,
perdão adormecido no início do século passado… Assim não temos que defender a
coadoção de uma coisa que já fazemos, né, oh galera? Uma solução à Portuguesa
(para além do cozido, também temos soluções, carne de porco e sopa), seria uma
coadoção a dois ritmos: O Brasil tira os tremas e nós continuamos como
estávamos. Pode ser?
Há um ponto que me deixou preocupado, será até de sugerir um
referendo sobre este aspecto importantíssimo do acordo. Para o acordo em si,
não se justifica, claro, mas para o ponto 4., é imprescindível a realização de
um referendo. Aqui vai a transcrição do famigerado:
4. Não se
usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/pela(s),
pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.
Como era
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Como fica
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Ele pára o carro.
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Ele para o carro.
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Ele foi ao pólo Norte.
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Ele foi ao polo Norte.
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Ele gosta de jogar pólo.
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Ele gosta de jogar polo.
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Esse gato tem pêlos brancos.
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Esse gato tem pelos brancos.
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Comi uma pêra.
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Comi uma pera.
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Era de ouvir a Miss Polo Norte, sobre o assunto, talvez
convidá-la a presidir a uma comissão de especialistas, para iniciar uma
reflexão profunda e ver até onde vamos parar…Porque ninguém para estes boys, é
completamente diferente antes e depois da coadoção do dito aborto ortográfico…
Assim é que ninguém agüenta mesmo!
Post Sriptum (para não haver, digo, a ver, digo, haver dúvidas, escrevo no original): O artigo é do Professor Douglas Tufano e vale a pena ler. A sério. E não pensem que é pelo nome...
Tio, já sabes a minha opinião sobre esta Aberração Ortográfica. Então aquele ponto4. é de bradar aos céus!
ResponderEliminarTwo of a kind! E não percebi a pressa que toda a gente - televisões, jornais, etc - teve em aderir a esta bosta.
ResponderEliminarEditoras, principalmente as dos manuais....negócio do Brasil! :)
ResponderEliminarTambém me quer parecer...que é um negócio de reais... :-(
EliminarAcho do pior! Ainda me recuso a usar!
ResponderEliminarBeijinhos Marianos! :)
Eu também! E também me tenho recusado a usar. Parece que na escola vamos mesmo ser obrigados...Deixa ver.
EliminarBem vinda cá ao tasco, Maria tu.
Bjs
Eu a pensar que fosses falar na palermice do presumível referendo sobre a co-adopção e vens-me falar noutra palermice idêntica. Eu escrevo como sempre escrevi, mas na verdade sinto pena dos professores e alunos que têm de se submeter a essa tortura sem pés nem cabeça e dá pelo nome de A.O.
ResponderEliminarUma c***** em três actos. lol
Beijinhos e diverte-te, sem acordos!
Janita,
EliminarEssa outra parvoíce é de quem não tem nada para fazer. O aborto ortográfico é uma palermice de quem quer dar trabalho aos outros...E entre os dois a caravana passa.
Bjs