2. O silêncio dos Inocentes
Este é o segundo capítulo da saga de Poncius Cavacus o homem
que durante mais tempo governou o jardim (o à beira mar plantado, não o jardim
no meio do oceano, porque esse é indomável e ingovernável, só com o
congelamento do cartão de crédito é que sossega). Durante este segundo período
que viria a ficar conhecido como o silêncio dos inocentes, Poncius não
participou activamente na vida social. Assistiu calmamente a tudo o que se foi
passando.
Bonzinhês chegou ao governo em grande euforia. A chuva de
sestércios nunca mais parava e todos vinham para a rua de alguidar na mão na
esperança de o encher de dinheiro fácil.
Acelerou-se aí derrocada do reino, num ritmo infernal que
nunca mais parou. Tenças foram distribuídas de forma generosa a toda a gente,
com especial aos que nunca tinham trabalhado nem iriam nunca mais fazê-lo, num
programa que ficou conhecido como o Rendimento Máximo Permitido. Bonzinhês não
era forte em contas e os cruzados saíram furados, pois nunca mais parava a
atribuição das tenças que acabaram por ser mais do que o estado podia suportar.
Bonzinhês ficou também conhecido pelas novas vias sem portagem, as CICUTAS
(Ciclovias Independentes de Circulação Única para Todos os Animais Sociais).
Estas vias vieram mais tarde a ser transformadas, com influência de um filósofo
da política, o famoso Socretinium - em CIPUTAS (Ciclovias Independentes
Portajadas Uniformemente para Todos os Animais em Sirculação).
Note-se que a
Língua Portuguesa não era o forte deste governante que, como não sabia
escrever, aprovou o famoso Acordo Hortográfico e distribuiu pelas escolas
pequenos computadores azuis (os Migalhães), o que foi considerado uma ideia
genial para acabar de vez com o conhecimento da ortografia, aritmética e
cálculo mental. Essas Escolas que já tinham sido conhecidas como primárias
foram logo promovidas a básicas. Os miúdos que daí saíram, de imediato a ser
conhecidos como os básicos. O Bonzinhês resignou, o povo foi a votos e deu no
que todos sabemos. Duronis, o Cherne; Lopes das Santanettes; Socretinnium, o
Espertalhão e finalmente Pedrocas Coellum, os últimos três sempre acompanhados pelo
nosso Grão Vizir Poncius que aproveitou o longo período de descanso, como reformado,
para estudar o terreno, ouvir novos conselheiros, menos endinheirados, mas
melhor estrategas, gente que acreditava que ele era o melhor para o reino.
Tanto urdiu, tanto urdiu, mais dois tabus, cinco “não me pronúncio” e três “não
foi isso que eu quis dizer” e eis que num dia lá vence as eleições e assume o
lugar de Califa.
Já pensaste fazer uma banda desenhada com a história?
ResponderEliminarPodia ficar engraçada.
Ou então ou simples ilustrações.
Beijinhos
LOOOL! Tenho andado numa lufa nos trabalhos académicos. A seguir vou pensar nisso. Vou desafiar alguém para as ilustrações!
EliminarBjs
juro!
ResponderEliminarcomo me faz bem este seu humor cortante
:))
hortograficamente falando,
o fato, é que tudo vai mal no reino da coalhada
nota: a coalha é a mulher do coelho
um abraço
:-)
EliminarAinda bem....Está tudo mal neste jardim zoológico onde os humanos pensantes estão adormecidos em jaulas de vidro, rodeadas de écrans gigantes!
Abraço (ou será abrasso???)
;-)