Depois de vários rumores que indicavam este ex-ministro em vários lugares atractivos de empresas públicas, pouco pudicas em remunerações, eis que a surpresa do ano chegou.
Não se confirma que terá dito o célebre grito do Sorraia (versão remasterizada do grito do Ipiranga), quando surgiu esta possibilidade. Contudo fontes pouco fidedignas e geralmente mal informadas garantem que, quando foi sondado para o lugar, terá deixado escapar um dos seus famosos “jamais”, seguido de um “toujours” em voz baixa.
Se é estranho que um Engenheiro, apesar de ter mesmo o curso, ocupe o lugar de um Fiscalista? Claro que não, é perfeitamente natural! Há muitos juristas, como Directores de Produção de empresas de construção civil, no país dos títulos arrancados em portagens de auto-estradas e das licenciaturas tiradas por fax…E seguros, revisores oficiais de contas, Assembleias Gerais há em todas as Sociedades Anónimas… Don’t worry be happy!
Tenho pena que este engenheiro, célebre pelas suas citações, tenha substituído, um homem ímpar. Um homem livre, que nunca teve medo de dizer o que pensava, para além de Professor de Direito e um grande fiscalista, como foi o Prof. Saldanha Sanches. Aqui fica a sua última crónica, para quem não leu.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
sábado, 19 de junho de 2010
Vivo, malgré tout
Notícias chegam-nos todos os dias, mas cada vez menos são as que queremos. Piores do que o esperávamos, muito piores que o desejávamos. Serão as que merecemos? E de muitas origens, desde os sumptuários gastos dos nossos governantes, aos escandalosos ordenados dos gestores públicos, passando pelos desbocados gastos e gostos da nossa selecção, digo, do “escrete verde e encarnado”. Não, não é engano, não é do escroto verde e encarnado. É mesmo escrete, como usam os “nossos” queridos comentadores futebolísticos em férias na África do Sul. Ficam tão queridos quando dizem, com aquela pronúncia baiana, que “o escrete canarinho” é a selecção favorita. São queridos, é para nos preparar para a “cabazada” (isto sim é português) que vamos apanhar neste mundial.
O futebol ultrapassa tudo e se não tivesse lido a “Tribo do Futebol”, do Desmond Morris, que me surpreendeu nesse livro, talvez não encontrasse outra explicação que não a ganância ou a vontade de alienação colectiva para esta loucura. Assim, acredito na possibilidade deste desporto nos estar no sangue, enquanto primatas, e fico mais convencido da inexorabilidade da decadência da nossa sociedade.
Esqueço os 280.000.000 de euros que se estima que venha a custar o mundial em percas de produtividade (a terça-feira à tarde foi excelente, para tratar de qualquer assunto em repartições públicas), esqueço que a nossa selecção é a segunda mais cara em instalações, esqueço os desvarios deste governo e o desgoverno deste país.
Percebo pelo silêncio dos gritos desses instrumentos infernais, que Portugal deve ter perdido ou empatado. Esqueço as vuvuzelas e o Mundial. Esqueço, mas não posso ignorar. Esqueço, mas não posso ignorar as declarações bacocas do nosso primeiro a propósito da golden share na PT e do pseudo poder de decisão do governo nas decisões da dita cuja, ou das outras ditas cujas. O governo vai usar a golden share para impedir a venda da Vivo? Foi a pergunta que originou outra brilhante reposta, em forma também de pergunta: É para isso que servem a golden share, não é?
Não, não é, como lhe devem ter dito depois. Foi o calor do Brasil, e a proximidade do mundial, que baralhou o nosso primeiro. Esqueço a privatização da PT, EDP, Petrogal e outras milhões de alienações, para não dizer vendas ao desbarato, de muitas jóias a preço de pechibeque. Esqueço outras tantas compras de fantasias a preço de jóias verdadeiras, pelo estado, ou pelo BPN que todos nós pagámos, através da nossa Caixa Geral de Depósitos. Esqueço isto tudo, mas não ignoro.
Esqueço a célebre expressão, de que há vida para além do deficit. Esqueço o país maravilha que em meses de governo hipócrita se transformou o que antes estava de tanga. Esqueço mas não posso ignorar.
Esqueço o saudoso IPE que juntava as participações do Estado. Esqueço a venda de ouro que escandalizou muitos portugueses, mas que foi apontado como um bom negócio.
Esqueço o aumento brutal e sempre crescente da dívida pública nos últimos 25 anos.
E porque esqueci tudo isto, não percebo a reacção contra a venda da Vivo, querendo misturar negócios com futebol, patriotismo com cegueira. Vendemos a mão, o braço o corpo e até o espírito e agora, por patriotismo, não vendemos os anéis. Renegámos a palavra Pátria e até a Mátria da Natália Correia, mas agora somos patriotas e por isso recusamos liminarmente a venda à Telefónica da participação da PT na Vivo. Mas o S. Judas vai fazer o milagre, que o Santo António e o S. João e S. Pedro não fizeram e vamos acabar o mês com a venda, não porque a devêssemos fazer, porque seria um bom negócio, mas sim porque vai haver um dividendo extra e um prémio de gestão, aposto.
Vejo todas as notícias que falam na redução do deficit, sempre à custa do aumento dos impostos e nunca à custa da redução dos gastos. E esqueço.
Esqueço tudo isto, adormeço, ao som das vuvuzelas, mas tenho pesadelos e acordo.
E revolto-me! E como esqueci, revolto-me de tudo, já sem saber de quê.
E vivo, malgré tout.
O futebol ultrapassa tudo e se não tivesse lido a “Tribo do Futebol”, do Desmond Morris, que me surpreendeu nesse livro, talvez não encontrasse outra explicação que não a ganância ou a vontade de alienação colectiva para esta loucura. Assim, acredito na possibilidade deste desporto nos estar no sangue, enquanto primatas, e fico mais convencido da inexorabilidade da decadência da nossa sociedade.
Esqueço os 280.000.000 de euros que se estima que venha a custar o mundial em percas de produtividade (a terça-feira à tarde foi excelente, para tratar de qualquer assunto em repartições públicas), esqueço que a nossa selecção é a segunda mais cara em instalações, esqueço os desvarios deste governo e o desgoverno deste país.
Percebo pelo silêncio dos gritos desses instrumentos infernais, que Portugal deve ter perdido ou empatado. Esqueço as vuvuzelas e o Mundial. Esqueço, mas não posso ignorar. Esqueço, mas não posso ignorar as declarações bacocas do nosso primeiro a propósito da golden share na PT e do pseudo poder de decisão do governo nas decisões da dita cuja, ou das outras ditas cujas. O governo vai usar a golden share para impedir a venda da Vivo? Foi a pergunta que originou outra brilhante reposta, em forma também de pergunta: É para isso que servem a golden share, não é?
Não, não é, como lhe devem ter dito depois. Foi o calor do Brasil, e a proximidade do mundial, que baralhou o nosso primeiro. Esqueço a privatização da PT, EDP, Petrogal e outras milhões de alienações, para não dizer vendas ao desbarato, de muitas jóias a preço de pechibeque. Esqueço outras tantas compras de fantasias a preço de jóias verdadeiras, pelo estado, ou pelo BPN que todos nós pagámos, através da nossa Caixa Geral de Depósitos. Esqueço isto tudo, mas não ignoro.
Esqueço a célebre expressão, de que há vida para além do deficit. Esqueço o país maravilha que em meses de governo hipócrita se transformou o que antes estava de tanga. Esqueço mas não posso ignorar.
Esqueço o saudoso IPE que juntava as participações do Estado. Esqueço a venda de ouro que escandalizou muitos portugueses, mas que foi apontado como um bom negócio.
Esqueço o aumento brutal e sempre crescente da dívida pública nos últimos 25 anos.
E porque esqueci tudo isto, não percebo a reacção contra a venda da Vivo, querendo misturar negócios com futebol, patriotismo com cegueira. Vendemos a mão, o braço o corpo e até o espírito e agora, por patriotismo, não vendemos os anéis. Renegámos a palavra Pátria e até a Mátria da Natália Correia, mas agora somos patriotas e por isso recusamos liminarmente a venda à Telefónica da participação da PT na Vivo. Mas o S. Judas vai fazer o milagre, que o Santo António e o S. João e S. Pedro não fizeram e vamos acabar o mês com a venda, não porque a devêssemos fazer, porque seria um bom negócio, mas sim porque vai haver um dividendo extra e um prémio de gestão, aposto.
Vejo todas as notícias que falam na redução do deficit, sempre à custa do aumento dos impostos e nunca à custa da redução dos gastos. E esqueço.
Esqueço tudo isto, adormeço, ao som das vuvuzelas, mas tenho pesadelos e acordo.
E revolto-me! E como esqueci, revolto-me de tudo, já sem saber de quê.
E vivo, malgré tout.
sábado, 12 de junho de 2010
Outra viagem de elevador
Viajava sozinho no elevador, a pensar no dia seguinte, como sempre. Pés no chão, que não tinha terra, mas um tapete castanho, gasto. Talvez por isso, a cabeça ande sempre no ar, nestas viagens. De repente parou e fiquei a pensar se teria carregado nalgum botão errado, porque me pareceu que ainda estava estava a meio caminho. É rarissímo encontrar alguém neste percurso, e daí a surpresa, mas lá consegui dizer bom dia, enquanto pensava na oportunidade do encontro... Pouco depois o elevador voltou a parar. Sai, não sai, ainda não era o destino. Mas nessa breve conversa de elevador, descobri que tenho uma vizinha com os mesmo hábitos de carregar na origem e destino. Se podemos fixar o destino depois da oirgem, porque não fazê-lo? O elevador, talvez pelo peso da idade também ou por ser emo, recusou-se a ir até ao R/C...Também já tinha perdido a pressa. Só depois de insistirmos um pouco, voltou a andar.
Em que andar teria entrado? Que cabeça no ar!
Em que andar teria entrado? Que cabeça no ar!
segunda-feira, 7 de junho de 2010
TGV suspenso
Fontes próximas do governo das Raves (não confundir com o acrónimo de Rede de Alta velocidade, pois estamos a falar de muito speed, acima dos 2,8 gHz do Pentium 4), deixam escapar a notícia da desistência da linha 3 do TGV, entre Vilar Formoso e Cantanhede.
Esta opção, sugestão do Tio, após análise detalhada de todas as combinações possíveis de Tequilla Gin e Vodka, permitiria o atravessamento transversal do país e a ligação à linha 4 (Olhão-Trofa) com uma plataforma multimodal em Febres, mas a sua construção vai ser adiada.
Entre as razões que pudemos apurar para esta decisão, perfeitamente desconcertante para todos os amantes de comboios e em particular do restrito Mile Iron Wheels High Club (homólogo do exclusivo Mile High Club), foi apontada a não realização do Dixieland em 2009.
A notícia que já circulava desde Fevereiro, deixou em estado de choque todos os que se preparavam para em Junho se deslocar a Cantanhede. “Levem o TGV, mas deixem-nos o Jazz e a cerveja”, foi a palavra de ordem numa mega manifestação ocorrida Sábado num conhecido bar da Capital Algarvia. “Gastem o nosso dinheiro a fazer coisas úteis e não em ordenados de boys”, foi outra das críticas mais ouvidas entre os manifestantes, que circularam pela Rua do Crime até de madrugada.
“No more football”, foi outro dos hinos entoados pela noite fora. Alguns manifestantes acabaram por ser convidados a sair do recinto, dadas as suas exigências bizarras: Camarões de Cabo Verde. Camarões há só uns, os de Cabo Verde e mais nenhuns, cantavam enquanto os empregados tentavam servir-lhe Camarões de Moçambique, normalmente muito apreciados.
A manifestação terminou quando num desafio às autoridades, um grupo de cidadãos partiu, simbolicamente, uma vuvuzela (instrumento ruidoso de cor laranja) enquanto entoavam “What a Wonderful World”, acompanhados por um trompete. A polícia considerou o gesto uma ofensa grave à Selecção Nacional e, como tal, ao Governo da Nação.
Quem entender exagerada a atenção dada aos jogadores, ou as suas remunerações e esquema fiscal, é um perigoso agente subversivo, que será de imediato submetido a processo sumaríssimo, advertiu o Ministro da Desinformação.
Esta opção, sugestão do Tio, após análise detalhada de todas as combinações possíveis de Tequilla Gin e Vodka, permitiria o atravessamento transversal do país e a ligação à linha 4 (Olhão-Trofa) com uma plataforma multimodal em Febres, mas a sua construção vai ser adiada.
Entre as razões que pudemos apurar para esta decisão, perfeitamente desconcertante para todos os amantes de comboios e em particular do restrito Mile Iron Wheels High Club (homólogo do exclusivo Mile High Club), foi apontada a não realização do Dixieland em 2009.
A notícia que já circulava desde Fevereiro, deixou em estado de choque todos os que se preparavam para em Junho se deslocar a Cantanhede. “Levem o TGV, mas deixem-nos o Jazz e a cerveja”, foi a palavra de ordem numa mega manifestação ocorrida Sábado num conhecido bar da Capital Algarvia. “Gastem o nosso dinheiro a fazer coisas úteis e não em ordenados de boys”, foi outra das críticas mais ouvidas entre os manifestantes, que circularam pela Rua do Crime até de madrugada.
“No more football”, foi outro dos hinos entoados pela noite fora. Alguns manifestantes acabaram por ser convidados a sair do recinto, dadas as suas exigências bizarras: Camarões de Cabo Verde. Camarões há só uns, os de Cabo Verde e mais nenhuns, cantavam enquanto os empregados tentavam servir-lhe Camarões de Moçambique, normalmente muito apreciados.
A manifestação terminou quando num desafio às autoridades, um grupo de cidadãos partiu, simbolicamente, uma vuvuzela (instrumento ruidoso de cor laranja) enquanto entoavam “What a Wonderful World”, acompanhados por um trompete. A polícia considerou o gesto uma ofensa grave à Selecção Nacional e, como tal, ao Governo da Nação.
Quem entender exagerada a atenção dada aos jogadores, ou as suas remunerações e esquema fiscal, é um perigoso agente subversivo, que será de imediato submetido a processo sumaríssimo, advertiu o Ministro da Desinformação.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Novos destinos
Na falta de novos rumos, precisamos de novos destinos. Um pouco como o país. Sem rumo, mas com metas cada vez mais ambiciosas e objectivos mais falaciosos. Fuga para a frente, há quem diga, e também ficou famosa aquela citação do político brasileiro: "O país está à beira do abismo, é preciso dar um passo em frente”. Ele disse, e nós fazemos.
Os espanhóis já desistiram do TGV até Badajoz (alguém acreditou que iam fazer, agora?). Mas nós insistimos, em levar a linha do Poceirão até ao Caia. Lisboa é a praia de Madrid, como disse o Senhor Ministro. Sim, o mesmo que disse que os encargos dessa brincadeira seriam sessenta milhões de euros no primeiro ano. E nós acreditamos…
Então aqui ficam algumas sugestões para novas linhas:
1. Alcoutim-Monchique, com construção de um ramal, em bitola europeia, Monchique-Aljezur. Esta linha permite que Aljezur seja a praia dos habitantes de Sanlucar de Guadiana, acaba com a discriminação a que Monchique tem sido submetido, por ser o único concelho do Algarve sem praias. No troço Aljezur Monchique, há carruagem especial para transporte de pranchas de surf, com possibilidade ainda de transportar pranchas de body board.
2. Barca de Alva-Moledo. Trás-os-Montes tem sido esquecido pelos governos centrais, zarolhos que só olham para o umbigo. O ex ministro com nome de conjunto de porcos, bem chamou a atenção para esta bonita região, mas foi logo caluniado por um sucateiro. Esta linha tem ainda a grande vantagem de servir as populações de Viana do Castelo nas suas deslocações às vindimas, bem como assegurar as deslocações pendulares dos cidadãos de San Martiin de Arteaga às Festas da Senhora da Agonia. Por despiciendo que é, não referimos a diminuição da sinistralidade, imputada ao consumo de álcool na terceira semana de Agosto, no Parque Internacional do Douro Internacional. Nota: O pleonasmo não é meu, mas sim do parque.
3. Vilar Formoso.Cantanhede, com ligação, nesta cidade dos marialvas ao ramal da Figueira da Foz. A grande vantagem desta linha prende-se com a redução das assimetrias regionais, uma vez que Viseu era a única capital de distrito sem ferrovia. Agora já há outras que se livraram desse pesadelo de ter o comboio, a fazer barulho, quando toda a gente precisa de descansar, mas os habitantes de Viseu nunca poderiam ir apanhar o comboio a Mangualde. Seria desprestigiante. Outra grande vantagem deste troço é que a praia de Viseu passaria ser a Figueira da Foz e não a Barra, dando a liberdade de escolha aos habitantes da Beira Alta, até agora condicionados por uma só praia. Finalmente, “the last but not the least”, uma expressão que não existe em Portugal, o Tio passaria a usar o TGV, a saborear um imperial fresquinho nas suas deslocações ao Festival Dixie, que está aí à porta. Nota: recomendo vivamente este festival.
4. Olhão-Trofa. Linha de grande arcaboiço, verdadeiro projecto de visão, permite juntar duas localidades que têm cidades geminadas em França. Se têm em França, mais razão para se geminarem em Portugal ou, como alguém disse: São cidades germinadas. Quer dizer, germinaram, desenvolveram-se e tornaram-se mulheres. Penso até que foram elevadas a Cidade no mesmo dia, mas não posso garantir. Esta linha, implicaria ainda a construção de uma nova travessia do Tejo na Chamusca, factor adicional de desenvolvimento para todo o Ribatejo. Em Olhão liga à linha do Algarve e na Trofa à linha do Minho e de Guimarães. Esta linha permitiria que as irregulares viagens do Tio para a Fuzeta, se agilizassem, garantindo importantes ganhos ecológicos, poupando 645 gramas de CO2 por ano. Numa segunda fase, Olhão seria ligado a Sevilha, com paragem na Maestranza. Neste troço as composições estão preparadas para levar touros e toureiros. Esta linha obviamente seria inaugurada pela Presidente da Câmara Municipal da Trofa (tem melhor imagem nos cartazes).
Nota Final: Estudos realizados provam a rentabilidade destas linhas no espaço de 5,4 anos. Garantem 5600 novos postos de trabalho em ano cruzeiro e 53.457 postos de trabalho durante os vinte e seis meses da construção. É completamente infundada a notícia divulgada por fonte desconhecida que na semana passada, este vosso dedicado escriba tinha viajado num voo FR qualquer coisa, entre FAO e OPO por 26 euros. Confirma no entanto a deslocação no Alfa Pendular 180, a 19º de temperatura interior, onde contraiu forte resfriado, dado o grande tempo de exposição. O custo da viagem não foi divulgado, mas rumores apontam para valores superiores a 70 euros.
Os espanhóis já desistiram do TGV até Badajoz (alguém acreditou que iam fazer, agora?). Mas nós insistimos, em levar a linha do Poceirão até ao Caia. Lisboa é a praia de Madrid, como disse o Senhor Ministro. Sim, o mesmo que disse que os encargos dessa brincadeira seriam sessenta milhões de euros no primeiro ano. E nós acreditamos…
Então aqui ficam algumas sugestões para novas linhas:
1. Alcoutim-Monchique, com construção de um ramal, em bitola europeia, Monchique-Aljezur. Esta linha permite que Aljezur seja a praia dos habitantes de Sanlucar de Guadiana, acaba com a discriminação a que Monchique tem sido submetido, por ser o único concelho do Algarve sem praias. No troço Aljezur Monchique, há carruagem especial para transporte de pranchas de surf, com possibilidade ainda de transportar pranchas de body board.
2. Barca de Alva-Moledo. Trás-os-Montes tem sido esquecido pelos governos centrais, zarolhos que só olham para o umbigo. O ex ministro com nome de conjunto de porcos, bem chamou a atenção para esta bonita região, mas foi logo caluniado por um sucateiro. Esta linha tem ainda a grande vantagem de servir as populações de Viana do Castelo nas suas deslocações às vindimas, bem como assegurar as deslocações pendulares dos cidadãos de San Martiin de Arteaga às Festas da Senhora da Agonia. Por despiciendo que é, não referimos a diminuição da sinistralidade, imputada ao consumo de álcool na terceira semana de Agosto, no Parque Internacional do Douro Internacional. Nota: O pleonasmo não é meu, mas sim do parque.
3. Vilar Formoso.Cantanhede, com ligação, nesta cidade dos marialvas ao ramal da Figueira da Foz. A grande vantagem desta linha prende-se com a redução das assimetrias regionais, uma vez que Viseu era a única capital de distrito sem ferrovia. Agora já há outras que se livraram desse pesadelo de ter o comboio, a fazer barulho, quando toda a gente precisa de descansar, mas os habitantes de Viseu nunca poderiam ir apanhar o comboio a Mangualde. Seria desprestigiante. Outra grande vantagem deste troço é que a praia de Viseu passaria ser a Figueira da Foz e não a Barra, dando a liberdade de escolha aos habitantes da Beira Alta, até agora condicionados por uma só praia. Finalmente, “the last but not the least”, uma expressão que não existe em Portugal, o Tio passaria a usar o TGV, a saborear um imperial fresquinho nas suas deslocações ao Festival Dixie, que está aí à porta. Nota: recomendo vivamente este festival.
4. Olhão-Trofa. Linha de grande arcaboiço, verdadeiro projecto de visão, permite juntar duas localidades que têm cidades geminadas em França. Se têm em França, mais razão para se geminarem em Portugal ou, como alguém disse: São cidades germinadas. Quer dizer, germinaram, desenvolveram-se e tornaram-se mulheres. Penso até que foram elevadas a Cidade no mesmo dia, mas não posso garantir. Esta linha, implicaria ainda a construção de uma nova travessia do Tejo na Chamusca, factor adicional de desenvolvimento para todo o Ribatejo. Em Olhão liga à linha do Algarve e na Trofa à linha do Minho e de Guimarães. Esta linha permitiria que as irregulares viagens do Tio para a Fuzeta, se agilizassem, garantindo importantes ganhos ecológicos, poupando 645 gramas de CO2 por ano. Numa segunda fase, Olhão seria ligado a Sevilha, com paragem na Maestranza. Neste troço as composições estão preparadas para levar touros e toureiros. Esta linha obviamente seria inaugurada pela Presidente da Câmara Municipal da Trofa (tem melhor imagem nos cartazes).
Nota Final: Estudos realizados provam a rentabilidade destas linhas no espaço de 5,4 anos. Garantem 5600 novos postos de trabalho em ano cruzeiro e 53.457 postos de trabalho durante os vinte e seis meses da construção. É completamente infundada a notícia divulgada por fonte desconhecida que na semana passada, este vosso dedicado escriba tinha viajado num voo FR qualquer coisa, entre FAO e OPO por 26 euros. Confirma no entanto a deslocação no Alfa Pendular 180, a 19º de temperatura interior, onde contraiu forte resfriado, dado o grande tempo de exposição. O custo da viagem não foi divulgado, mas rumores apontam para valores superiores a 70 euros.
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