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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Contabilidade não analítica

Um comentário a um post, num dia de PEC (Pagamento Especial por Conta) e eis que surge a ideia.

Balanço, Contabilidade. Contabilizar será classificar, atribuir classes. E quantas vezes contabilizamos coisas, aspectos da nossa vida, arrumando-os em compartimentos que depois voltamos a abrir e, quando os olhamos de novo, factos ou sonhos, tão bem arrumadinhos que estavam... e nos parece que nos enganámos a classificar? Apressamo-nos a tirá-los dessa gaveta e a colocar noutra. Será que o processo se repete? Certamente que sim...

Recordo-me de me dizerem que a contabilidade é uma sucessão de fotografias dos factos. Dispostas em sucessão, permitem-nos ver um filme dos acontecimentos. E é assim e não o contrario. Os factos não acontecem para se adaptarem às nossas gavetas. Não inventamos ou provocamos situações porque temos uma gaveta, vazia, com uma etiqueta escrita numa letra toda bonita e temos que arrumar lá dentro alguma coisa. Bem, talvez na adolescência assim acontecesse...

Não quero dizer que não procuro acontecimentos. Naturalmente que procuro e até provoco acontecimentos. Preciso de procurar e de encontrar, mas procuro com a intenção de sentir e não com a preocupação de arrumar...

Balanço e Demonstração de Resultados. Duas peças que todos os anos nos preocupam... Vamos ao longo do ano colocando etiquetas em papéis que representam acontecimentos, as rubricas vão sendo somadas e passado um ano, numa espécie de festim, analisamos os saldos e tiramos conclusões, esquecendo tudo o que fizemos, ou não fizemos, para os obter...

Não. Eu vivo, sem querer contabilizar. Quero acção. Quero descansar sem ter que pensar na situação líquida...Sem ter que mostrar resultados num relatório onde explico porque não pude chegar onde pensava, ficando acima ou abaixo do que se esperava... Prefiro ficar ao lado. De quem quer estar comigo!

E quem quiser que contabilize, cuskotize, ou como lhe queiram chamar a essa ciência de contabilizar a vida dos outros ou a nossa, com o detalhe de um plano de contas. Não posso perder tempo com essa disciplina...E este mês não é de balanço!

4 comentários:

  1. Estou de acordo consigo caro Tio, quero acção, quero viver sem "arrumações" só que... nem sempre querer é poder.

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  2. Olá Maria Teresa,
    Tem toda a razão...E às vezes o melhor mesmo é arrumar!

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  3. Às vezes, a acção exige arrumação prévia, relatório de contas, e arquivamento... para abrir nova folha...
    um beijinho Tio

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  4. Eva,
    Tens toda a razão! É melhor arquivar antes de mudar de folha! Mas às vezes sabe tão bem deixar tudo e partir...
    Beijinhos

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