Em vez de reproduzir a carta convite do António Lombo ao
José Socretino e a devida resposta, que bem mereciam ser divulgadas, vou
relatar-vos o que ouvi, ao vivo, dos discursos de inauguração dessa grande obra
de engenharia: O furado do Marão.
Portuguesas, Portugueses, Transmontanas, Transmontanos,
Minhotas, Minhotos, Mulheres e Homens do Interior, Mulheres e Homens do
Litoral, Meias e Meios de Comunicação Social, Minhas Senhoras, Meus Senhores e
outras convidadas e outros convidados que não referi,
Hoje estamos a inaugurar a obra mais importante realizada em
Portugal nas últimas décadas e nos últimos decénios. Sim, acima de tudo não
quero ferir susceptibilidades, nem separar o que Deus, perdão Alá, desculpem, o
grande Arquitecto, quero dizer, o que alguém uniu e a natureza com os seus
milhares de anos e movimentos de placas tectónicas, placos tectónicos e outras
formações geográficas de origem eruptiva, sedimentar ou outra, separou. Nós,
não só concretizámos a ligação que outros quiseram evitar, porque apenas
queriam dividir para reinar, como fizemos a obra mais importante de Portugal
nos últimos cinquenta anos. E fizemos a obra mais importante de Portugal nos
últimos cinquenta anos, não porque quiséssemos ficar na história – porque isso
já estamos. Fizemos a obra mais importante de Portugal nos últimos cinquenta
anos, porque queremos unir o que a natureza e o governo anterior tentaram
separar.
….
(Aplausos e vivas)
…
Mas não paramos nem paramos. Como todas e todos sabem, eu
uso o aborto ortográfico, por isso vejam se percebem o quis dizer. E este
túnel, também é um desafio, o desafio de unir, o que a natureza quis separar.
E, minhas amigas e meus amigos, não vamos lá com estradinhas nacionais, nem com
pontes e pontas, nem com viadutos e viadutas. O Portugal precisa de inovação
mas, mesmo sem ministro de inovação, nós vamos inovar. Porque não paramos nem
Paramos nem vamos para essa localidade perto de Espinho. Nós continuamos a
inovar e temos já em mãos um novo projecto de comboio túnel, que permitirá ligar as Portuguesas e os Portugueses ainda mais rapidamente. Temos contactos ao
mais alto nível – que aproveito para dinamizar quando vou fazer uns fatinhos lá
na Rodeo Drive em Beverly Hills – e já nomeei, desculpem o Lombo já nomeou, uma
comissão a que presido, de forma simbólica apenas, para se fazer o Portogalão,
o comboio mais rápido do mundo, que permitirá ligar a Covilhã a Olhão, Vila
Velha de Ródão a Caminha e Quintanilha a Vila do Bispo, cada um destes percursos
em menos de meia hora. A comissão vai elaborar um caderno de encargos, no prazo
record de dois anos para o famoso Portogalão, projecto que nem os Estados
Unidos se atreveram ainda a realizar. Mas nós somos Portugueses, da terra de
grandes descobridores de mundos e vamos à frente em tudo. A tecnologia é a
nossa praia, o nosso caminho e a nossa salvação. Dai graças a nós. Perdão,
queria dizer agradeço às Portuguesas aos Portugueses, aos imigrantes
estabelecidos em Portugal e também aos emigrantes, saudosistas, empurrados para
esse cruel destino pelos governos que me sucederam e precederam, e aos outros
residentes clandestinos em Portugal, o vosso apoio. Bem hajam!