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terça-feira, 17 de maio de 2016

Debaixo do Marão mandam os que fizeram o buracão




Em vez de reproduzir a carta convite do António Lombo ao José Socretino e a devida resposta, que bem mereciam ser divulgadas, vou relatar-vos o que ouvi, ao vivo, dos discursos de inauguração dessa grande obra de engenharia: O furado do Marão.

Portuguesas, Portugueses, Transmontanas, Transmontanos, Minhotas, Minhotos, Mulheres e Homens do Interior, Mulheres e Homens do Litoral, Meias e Meios de Comunicação Social, Minhas Senhoras, Meus Senhores e outras convidadas e outros convidados que não referi,
Hoje estamos a inaugurar a obra mais importante realizada em Portugal nas últimas décadas e nos últimos decénios. Sim, acima de tudo não quero ferir susceptibilidades, nem separar o que Deus, perdão Alá, desculpem, o grande Arquitecto, quero dizer, o que alguém uniu e a natureza com os seus milhares de anos e movimentos de placas tectónicas, placos tectónicos e outras formações geográficas de origem eruptiva, sedimentar ou outra, separou. Nós, não só concretizámos a ligação que outros quiseram evitar, porque apenas queriam dividir para reinar, como fizemos a obra mais importante de Portugal nos últimos cinquenta anos. E fizemos a obra mais importante de Portugal nos últimos cinquenta anos, não porque quiséssemos ficar na história – porque isso já estamos. Fizemos a obra mais importante de Portugal nos últimos cinquenta anos, porque queremos unir o que a natureza e o governo anterior tentaram separar.
….
(Aplausos e vivas)
Mas não paramos nem paramos. Como todas e todos sabem, eu uso o aborto ortográfico, por isso vejam se percebem o quis dizer. E este túnel, também é um desafio, o desafio de unir, o que a natureza quis separar. E, minhas amigas e meus amigos, não vamos lá com estradinhas nacionais, nem com pontes e pontas, nem com viadutos e viadutas. O Portugal precisa de inovação mas, mesmo sem ministro de inovação, nós vamos inovar. Porque não paramos nem Paramos nem vamos para essa localidade perto de Espinho. Nós continuamos a inovar e temos já em mãos um novo projecto de comboio túnel, que permitirá ligar as Portuguesas e os Portugueses ainda mais rapidamente. Temos contactos ao mais alto nível – que aproveito para dinamizar quando vou fazer uns fatinhos lá na Rodeo Drive em Beverly Hills – e já nomeei, desculpem o Lombo já nomeou, uma comissão a que presido, de forma simbólica apenas, para se fazer o Portogalão, o comboio mais rápido do mundo, que permitirá ligar a Covilhã a Olhão, Vila Velha de Ródão a Caminha e Quintanilha a Vila do Bispo, cada um destes percursos em menos de meia hora. A comissão vai elaborar um caderno de encargos, no prazo record de dois anos para o famoso Portogalão, projecto que nem os Estados Unidos se atreveram ainda a realizar. Mas nós somos Portugueses, da terra de grandes descobridores de mundos e vamos à frente em tudo. A tecnologia é a nossa praia, o nosso caminho e a nossa salvação. Dai graças a nós. Perdão, queria dizer agradeço às Portuguesas aos Portugueses, aos imigrantes estabelecidos em Portugal e também aos emigrantes, saudosistas, empurrados para esse cruel destino pelos governos que me sucederam e precederam, e aos outros residentes clandestinos em Portugal, o vosso apoio. Bem hajam!

sábado, 14 de maio de 2016

O que é nacional é bom. Como o Sporting…



Amanhã vou torcer pelo Nacional. A publicidade em o seu efeito e também, como português, tenho que puxar pelo todo, pela ditosa Pátria, pela nação valente e imortal. Por Portugal, para rimar! Será que visto a camisola verde por ter Portugal no nome?

O grande campeonato da segunda circular já o ganhámos, apesar daquela derrota em casa…Não percebo nada de futebol e detesto todos os jogos de bastidores e árbitros, escândalos relacionados, frutas e companhia limitada, mas confesso que estas picardias Benfica-Sporting têm a sua piada. Neste caso podíamos aplicar o dito aborto ortográfico, o famigerado acordo hortográfico, na frase já ganhámos o campeonato…mas parece que não.

Comecei o ano como tantos outros, a achar horrível a ideia terem ido buscar o Jesus ao outro lado da rua, quando ele estava lá tão bem, com a sua chiclete e o seu cabelo tão característico. Mais para fim, pensamos que o seu portugês está muito melhor, e até vamos à frente no dito campeonato – o nacional, claro, porque o outro já está ganho. Agora, quando falta apenas um jogo, ouço-a a dizer que o seporteng vai jogar como sempre, o seportem isto e aquilo, percebo oque quer dizer. Se seportem bem todos os jogos, ganhávamos. Se seportem bem só às vezes, não ganhamos…

E pronto - ou prontos, como diria o JJ - se não pudermos ganhar o campeonato, ao menos que ganhe o Nacional. Já não estava tudo perdido…