Quem me dera ser tão fino
Como o linho que fiais
Quem me dera tantos beijos
Como vós no linho dais…
Esta noite lá minha aldeia
Já tudo dormia só eu namorava…
Doba, doba, dobadoira doba
Não m’enrices a meada!
A preparar uma ida ao Minho,
encontro estas tão simpáticas quadras no site do Clube Escape Livre… Leio mais
sobre o tema do Milho, perdão do Linho e do Minho e fico a saber que o linho –
que é bom como o milho – afinal existe em três espécies: O galego, o mourisco
(para mim esta era a melhor) e o riga nacional, que é o menos frequente. Riga é
conhecida também pelo pinho e parece que há falta de pinhos em Portugal… O
linho é arrancado pela raiz, ripado, posto de molho – também poderíamos dizer
que fica no gelo - a seguir apanha seca, e é depois deitado na eira para ser
malhado. Deve ser daqui que vem o aforismo “sol na eira e chuva no nabal”.
Reparem que o nabo não é malhado contrariamente ao linho. Já o milho também vai
à eira, mas para ser desfolhado. O linho não é desfolhado, mas sim ripado! A
nossa agricultura é muito rica em imagens poderosas.
Mas a senda não acaba aqui. Antes
de saltar para as calças e camisas, ainda é espadelado, que é a mesma coisa que
tirar os tomentos. Também se pode usar a palavra estomentar, mas não é tão
vulgar… Os tomentos são a parte fibrosa da coisa, ou seja a estopa. E daí o separar
o linho da estopa. Ou será separar o trigo do joio? Em qualquer caso há malha,
ou melhor espadela.
E já não vou a Mondim de Basto,
nem ao Minho. Nem malhar no linho ou no Minho. Nem desenriçar a meada…. Fico em
casa a arranhar, que também é uma forma de malhar, mas fiquei a saber mais
sobre o linho e o Minho.
Afinal o linho é bom
como o Minho! Saudades vossas…