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sábado, 28 de junho de 2014

Eu até votava num candidato à presidência do Benfica…



Não vi o jogo da selecção contra a Alemanha. Felizmente foi um dia difícil e a meio da tarde não me apeteceu interromper o que tinha para fazer, para assistir a uma feira de vaidades, precedida por uma corte de peritos em futebolês.

Também não vi o jogo contra os states. Ainda tenho na memória o brilhante desempenho de Portugal no mundial da Coreia, como certamente os americanos, também teriam memória fresca da guerra que lá andaram a travar, e que deve ter servido de explicação para a vitória por 3-2 contra Portugal. Anos mais tarde, ali bem perto, no Vietname acabariam por se meter em maus lenções mas os comentadores desportivos, filósofos da bola e do esférico já não precisariam de aproveitar essa derrota histórica para justificar nada.

E com o Ghana se acabou o nosso mundial quase tão mau como o que referi na Coreia e Japão. Não houve Ghanas de ganhar e faltou uma grevezinha, ao melhor estilo de Saltilllo… Essa oportunidade ainda virá, a avaliar pelo caminho que a selecção está a levar.
Não gosto do futebol, que nos invade semanalmente os telejornais, rádios, até as revista cor-de-rosa que vejo nas montras dos quiosques, mas gostava de ter visto o mundial, de vibrar com a nossa selecção como no longínquo ano de não sei quando, em que fomos infamemente derrotados num europeu, por uns penaltys fabricados pelo Platini. Parece que agora é um dos que manda na FIFA. Fífias…

Deste mundial bastou-me ver nas redes sociais a selfie com o Cavaco e o que parecia ser uma mistura de Tomahawk (gosto muito desse corte, mas em mulheres, noutro contexto), com o saudoso António Variações, o Ronaldo, sem caspa, e outros que não conheço.

A propósito dessas vaidades, das tatuagens e cortes de cabelo punks, recordo uma viagem de carro para o Algarve – sozinho - em que me esqueci dos CDs e fiquei o tempo todo a ouvir rádio, sem RDS, na altura. Desesperadamente precisei do rádio para vencer o sono e o que estava na berra era a campanha para a presidência do Benfica. Sim, foi há séculos, não tinha havido europeu em Portugal nem essas loucuras que o antecederam e seguiram. Um dos candidatos, lembro-me que era engenheiro – o que é bom sinal no futebol e na política, ter uma profissão – e que num frente a frente dizia que se fosse eleito proibia os jogadores de usar fraldas para fora durante os jogos, proibia os brincos, piercings, tatuagens e cortes de cabelo extravagantes…

Foi uma pena que não tivesse ganho, pois quem propõe coisas destas, de certeza que tem vontade de disciplinar esses meninos mimados que ganham milhões e fazem estas figuras… E possivelmente influenciaria a Federação que não deixaria que um brasileiro com nome espanhol fosse envergonhar o nosso país. Com sorte, até vetaria a ida de lesionados para o outro lado do atlântico e, provavelmente, não deixaria que a escolha dos jogadores fosse influenciada por birras.

Enfim, não gosto deste futebol, e tenho pena de não me lembrar do nome deste candidato!