Há dias coloquei no mural do Tio do Algarve, no livro das caras,
o vídeo da Melody Gardot: Who will comfort me, via youtube.
Descobri há já algum tempo, também acidentalmente, a Melody
e fiquei rendido. De tal forma que demorei algum tempo a clicar no botão like…
Neste caso não se aplicaria o curtir (não percebo essa do curtir, deve ter a
ver com o acordo ortográfico), poderia era eventualmente haver o botão adoro,
mas não há! Demorei a colocar o like apenas porque quis saborear a música o
mais possível, até me render incondicionalmente à melodia e à Melody
Muitos dos comentários colocados nos vídeos da Melody referem-se
às pernas e aos óculos escuros… Tem umas ricas pernocas, de facto. Os olhos não
sei, porque nunca os vi. E tenho imensa pena! Imagino que sejam cor de mel e
doces como a sua voz, mas quem sabe até podem ser azuis como o céu ou verdes
como o mar… Ou cinzentos como nuvens que nos transportem para outros locais….
Melody Gardot é referida como a “Artista Acidental” por se
ter dedicado à música como medida terapêutica, na sequência de um grave
acidente de viação. Ia de bicicleta quando foi atingida por um carro. Fez
várias fracturas, até na cervical, e sofreu um sério traumatismo craniano (não
confundir com os
traumatismos ucranianos). A sua primeira produção chama-se “The
Bedroom sessions” por ter sido gravado numa altura em que não podia caminhar. Perdeu
a memória e teve de reaprender uma série de coisas outra vez… Usa uma bengala
por ter ficado com vertigens e os óculos de sol devem-se à fotofobia e não a
pretender criar um estilo…
Por isto tudo, quando ouço uma referência às pernas da
Melody Gardot, para além da sensualidade que transborda, fica uma nota de
ternura. Ternura envolvida pela voz, que nos encanta, delicia e enfeitiça, com
uma nota de mistério, nos óculos escuros. Sim, uma mulher de óculos também pode
ser tremendamente sensual!
Viveu em Portugal seis meses e gostou. O Tio do Algarve não
a conheceu pessoalmente, mas não se importava nada de se ter cruzado com ela no
Estoril, em Cascais, no Castelo, no Tango na Rua ou noutro local qualquer. Num
restaurante tibetano na Calçada do Duque, ou de cozinha tradicional portuguesa…
Irónico poderá ser o nome do seu último álbum: ”The absense”.
Quanto mais o ouvimos, mais sentimos a falta da autora, ou de alguém que nos
conforte…Hoje especialmente.