Muitas vezes associamos a nudez à inocência, à pureza do
corpo e do espírito….Outras vezes associamos ao pudor, mas não a associamos à
impunidade, o que hoje procuro fazer.
Há algum tempo era comum ouvir-se, como expressão em que se
pretendia apontar uma pessoa que criticava outra com as mesmas características,
ou padrões de comportamento: Diz o roto ao nu… E este nu nada tinha de
inocente.
Hoje as regras mudaram completamente e ninguém usa essa
expressão. Durante algum tempo pensei que seria por andarmos todos com alguma
dificuldade em mudar o guarda roupa, por serem cada vez mais frequentes os casacos
com brilho, as calças puídas, as golinhas das camisas a acusarem desgaste, para
não falar nas meias rotas. Sim, não há quem as cosa e as de fabrico chinês
pouco têm a ver com a qualidade do algodão egípcio. Aliás o próprio Egipto já
não é o mesmo e o moderno Egito já não tem egípcios. Tem egitos que não querem
saber do cultivo do algodão.
Mas nem tudo é pior hoje. Falamos muitos mais no nu. Ò nu,
para a esquerda, ó nu para a direita, ó nu para cima e ó nu para baixo. Ele é ó
nu para todos os lados e toda a gente sabe tudo sobre esse ó nu… Portugal como
grande país moderno não podia ficar para trás. Não temos esse ó nu, mas temos o
roto, o andarilho, o andrajoso, uma série de variedades muito mais
enriquecidas. Também não temos o Ban Ki Moon, mas temos muito melhor, o Banco
Imune a todas as investigações, processos, também conhecido como Banco ParaNegociatas ou o Banco Para Néscios…
Entristece-me pensar que a inocência esteja tão mal
distribuída, que haja pessoas a acreditar que a culpa do Banco Imune é do BI,duas simples letras que representariam o Bilhete de Identidade… E, mais do que
essa inocência imune a qualquer contágio de honestidade, revolta-me a
impunidade para uma clique de andrajosos morais, vestidos com fatos Boss, Zileri,
Zegna, ou outra marca qualquer não acessível à maioria dos portugueses. Longe
vão os tempos em que nos referíamos a alfaiates, que nos faziam fatos à medida.
Hoje, à medida são os tachos, as leis, os concursos que, de forma pomposa,
saloia e errada, são designados procedimentos concursais (espero ter tempo para
escrever sobre esta terminologia do socretismo).
Hoje são os fatos que fazem os homens… Os factos é que são
feitos à medida de uns e do interesse de outros e apresentados nessa montra
rectangular electrónica, que dá pelo nome de televisão, à medida da ignorância do
povinho… E não há acordo que me convença do contrário.
E quantos de nós, te tão expostos, ficaremos imunes a este
contágio de pobreza moral, cem vezes pior que a gripe mais feroz?
Quanto à expressão diz o roto ao nu... uso-a muitas vezes :D
ResponderEliminarQuanto à pobreza moral, não aparece como vírus casual nem nasce tipo erva daninha, ela é mesmo cultivada, apaparicada, adornada para que pareça o mais natural possível e depois, o artificial passa a natural e temos um aborto de sociedade, bem nuinha, crua e completamente pejada de idiotas convencidos... alguns dos quais bastante abonados que vão continuando a alargar as estufas para que nunca se acabe a pobreza moral.
Como o exemplo vem de cima, ela alastra como fogo em palha seca.
Bjos
Também penso assim Isa, e os exemplos são cada vez piores...
ResponderEliminarBjs
Completamente de acordo com o seu texto, acho que este vírus propaga-se a uma tal velocidade que dificilmente resistimos imunes.
ResponderEliminarUm texto muito sério com a ironia inteligente a que o tio já nos acostumou.
beijinhos
Fê,
Eliminar:-)
Custa-me que já ninguém ligue nada a este surto infecciooso...
Bjs
Tão profundamente verdadeiro... Difícil resistir no meio de tanta miséria travestida de glamour!
ResponderEliminarP.S. Eu sei coser meias! ;)
Sim, e cada vez se vestem melhor.. :-)
EliminarUau!!! A sério? E botões também, que deve ser mais fácil! Fantástico nos nossos dias!
Este texto seria hilariante se não fosse tão verdadeiro.
ResponderEliminarNão, nem com a constante exposição seremos (todos) contagiados por esta epidemia. Há clarividência e até correcção ortográfica neste seu artigo.
Haja alguma esperança que os valores se expandam e se venha a dar a reviravolta ou melhor ainda, REVOLTA ...
By the way, coso botões e ponteio meias ... só já não viro colarinhos :)))))
Beijo
Ná
Ná,
EliminarAgora há muito quem vire a casaca, em vez do colarinho :-)
E por pouco dinheiro!
bjs
Bom fim de semana, Tio.
ResponderEliminarCom as previsões a apontar para mais chuva, deixo um beijo chorudo :))))
Ná
Obrigado! Também para si...
EliminarO meu fim de semana começou no Domingo à noite!
Bjs
Afinal este post é sobre costura... e entre ponto aqui e outro acolá, lá vamos remendando. Mas vendem-nos polyester por algodão todos os dias e ainda lhe chamam produto natural. E o pior, é que nos dá comichão, mas sem ele, andamos todos despidos, pois como dizes, o algodão puro deixou de ser cultivado! É natural que quando misturamos as cores na máquina de lavar, algumas desbotem... quantos ficarão da mesma cor, é difícil de avaliar. Sinto-me suja, sem sequer me ter vestido. E andam tantos com fatos policromáticos que lavam as mãos e julgam que o fato torna a ficar imaculado... E agora, lembrei-me que tenho de ligar a máquina da roupa, :)))))) beijoca
ResponderEliminarEva, Cuidado com a conta da electricidade. Eu só ligo a minha máquina à noite...
EliminarBjs
Tiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiioooooo! Há mims no meu blogue p ti!
ResponderEliminarLótus, Fui agora mesmo ver, mas não tenho possibilidade de responde, agora. Sorry!
Eliminar:-)