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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O franchising na governação



Meu Caro Pedrocas,
Recebi a tua cartinha, onde me dizes que só faço críticas destrutivas ao teu desgoverno, sem apresentar uma única medida concreta, qual Inseguro das salsas ondas rosa, que apenas quer estar em cima da prancha, sem saber para onde ir…
Ora, tal não corresponde à verdade, lamento dizer-te! Nem sequer vou comparar a quantidade de missivas que dirigi ao Lord Socratellium, que até mereceu uma música, da autoria do teu Tio.
Escarnecer, não está no meu feitio! Apenas não resisto à ironia… Reconheço que, por vezes, é venenosa, mas que te posso dizer? Sou de outros tempos, anterior à Iconemia, a este culto bacoco dos ícones partidários… E, vai daí, não resisto! Sei bem que tu não és o Pai Biológico do déficit, concordo contigo quando dizes que temos que gastar menos, mas tu também tens feito tão pouco para gastar menos… Já cortaste nessas pensões milionárias de reformados activos, em boa idade de trabalhar? Já cortaste nas subvenções vitalícias dos senadores? Já propuseste um tecto para o custo das viaturas lá de casa? Já cortaste na acumulação de mordomias, reformas e subvenções? Já te atreveste a diminuir o número de senadores e seus escribas e assessores? Já denunciaste esses contratos mirabolantes do socretismo fulgurante? Ah pois é…É mais fácil começar pelos pequeninos, não é assim? Porque razão não contrariaste o Tribunal dos Instalados?
Olha, para que não digas que não te dou ideias fica com mais uma. E bem moderna: Em vez de andarmos todos a patrocinar cursos e formações de empreendedorismo, que só servem para promover sonhos tolos sobre as empresas, aproveita e faz um curso sobre benchmarking da Islândia. Não delegues, pois corres o risco de ter um licenciado em benchmarking numa semana… Demite todos os nomeados por confiança política ou por recomendação de distritais, mas demite-os sem reforma. Idem para toda essa classe de gente que vive das gorduras dos contratos públicos, ganhos em concursos que ninguém compreende, a não ser eles… Dá o exemplo, demitindo em primeiro lugar licenciados em regime p-learning, ou c-learning! Não sabes como? Eu digo-te…Todos os concursos onde entre a palavra procedimento concursal são para anular, sem indemnizações para os adjudicatários, claro.
Não tenhas medo de renegociar com os tubarões…Mexe-te e provoca a mudança, antes que nós façamos um franchising da Islândia, que se recomenda a todos.
E então meu caro, não serás um cherne (nem queiras…), serás um Petrus! E com jeito até de 1961.
Espero encontrar-te em Reykjavík.

Um abraço do

António Bernardo Risos, aka Tio do Algarve

12 comentários:

  1. O Tio está cheio de vontade de nos ajudar a sair da crise mas há quem não queira "ajuda".
    As propostas de solução são todas muito válidas mas coragem para as aplicar? Onde está? O rei mago quer continuar em "cima" do camelo (camelos seria talvez mais correcto), o coelho anda a fugir dos tiros dos caçadores e ninguém lhe consegue acertar, tem cá um poder de cintura, e por aí fora, com relvas verdinhas à mistura.
    Abracinho meu

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  2. Ninguém tem coragem de se meter com os grandes.
    Mas se os políticos, de agora e outrora, sentassem o traseiro no banco dos réus por má gestão dos dinheiros públicos, tenho a certeza de que eles abriam depressa os olhos.
    O caso Islandês é um caso deveras interessante... mas cada caso é um caso e seria imprudente aplicar a mesma receita a todos os "enfermos".


    Em Reiquiavique agora deve estar muito frio!
    Beijinhos congelados!

    (^^)

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  3. A impunidade é o nosso problema, porque prevaricadores, infelizmente, haverá sempre. A Islândia é fria, mas tem aquelsa lagoas de água quente, onde se está tãããããããããooooooo bem!
    Beijos vulcânicos

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  4. Puseste-me a pensar.
    Aqui há tempos vi um documentário sobre a Finlândia ou Islândia? Bem, a minha cabecita já não é o que era. A idade e o clima constipam-me os neurónios...
    A questão é que percebi a declaração de bancarrota e a saída do euro.
    Sei que são poucos e as decisões principais são tomadas em referendo (poder ao povo, literalmente).
    O documentário é de origem da ideologia Zeist, ou algo parecido que deves conhecer.
    Também vi filmes sobre a crise americana, dos bancos, enfim uma teoria que me deu pesadelos.
    Na altura vi nos noticiários sobre o país em questão, mas agora caiu em esquecimento e eu já nem sei qual é.
    Não sei para onde vamos e estou-me a esquecer de onde vim.

    Tenho de tomar medidas ou enlouquecerei.
    Como vês encontrei-te e por aqui virei passear, se não te importares.

    beijinho e fica bem.

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    1. Pérola,
      É um prazer receber-te nesta casa, como euros ou sem euro, mas sem "escudo" :-)

      Estamos cada vez mais "na mesma". O problema é no motor e nós vamos pitnar o carro para tentar resolver a situação. E o problema é que nem pagamso a lavagem. Derretemos o cartão de crédito!
      Nem sempre a maioria escolhe o cominho mais acertado...E nós não temos cultura de cidadania suficiente.

      Volta sempre!
      Bjs

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  5. A Teodora Cardoso resume tudo quando disse que nem a Troika se atreve a mexer nos grandes interesses, ora entre isso e mandar a troika embora como muitos apregoam, pensando que a saída do euro seria a nossa salvação, basta isto para eu ficar deprimida.
    Como a Islândia devíamos ter entrado na U.E. mas mantido a nossa moeda para poder ter instrumentos para combater os desiquilíbrios da economia e, com a obrigação de cambiar, não teria havido esta sangria de dinheiro a voar para fora do país e os espertalhaços a arrumá-lo em paraísos fiscais ou nalgum Banco europeu onde os grandes milhões conseguem bons juros a jogar na Bolsa em vez de ser investido no país em bens transaccionáveis.
    Imagino a saída do euro, voltar ao escudo que passaria a valer menos do que folhinhas de papel higiénico, ora se nem sequer produzimos o que comemos, tesos e com dívidas a 70 anos, ninguém nos iria vender nada em troca de papel higiénico, depois, veríamos prateleiras quase vazias de comida e medicamentos, viria a inflação incontrolável, 60 rolos por um kg de feijão... é tudo muito bonito em teoria mas, adoramos andar sempre a saltar da panela para o lume.
    Todos sabemos que temos de fazer cortes mas... aos grandes não lhes tocam e os pequenos vêm todos reclamar que têm que ser feitos nos bolsos dos outros.
    As farmácias abriram que nem cogumelos, aqui ao pé da minha casa, havia duas há 19 anos, agora a pé posso ir a 10, de autocarro passa a dúzia, claro que é impossível em tempo de vacas magras sobreviverem todas... porque aquilo que vendiam fora dos medicamentos já não se vende.
    Os juízes ameaçam, os militares ameaçam, mas na verdade não os vi insatisfeitos nem a reclamar que se andavam a gastar milhões com submarinos, tanques, helicópteros... e ainda, há bem pouco tempo, mais de três milhões de euros só em balas e mísseis... isto agora é mostrar quem tem mais força e acaba sempre nos desgraçados que mal conseguem pagar as despesas mínimas e nos desempregados que ficam bem piores que todos os que ainda têm a sorte de dizer que pagam muito IRS.
    Enfim, do que realmente precisávamos era de, um governo, de pessoas sem "tectos de vidro" e com "tomates" para fazer o que realmente tem de ser feito... e desses há muito poucos ou em vias de extinção e como continuam a ser os Partidos a escolher quem governa, vai ganhando os melhores qualificados na categoria de carneiros lambe-botas ou serviçais dos grandes interesses... nacionais e estrangeiros.
    ...Cada vez que penso nisto... ainda fico mais deprimida...

    Bjos

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    1. Isa!
      Não fiques deprimida, para isso já basta a nossa amiga economia, contrariamente à Iconemia, este culto de ícones partidários demagogos!
      O problema do euro é o problema das economias. Não estávamos preparados para ele...Nem para as políticas comuns. Não estávamos preparados para a CEE nem a CEE estava preparada para países como o nosso! Não as devíamos ter aceite a PAC, as pescas, nem receber aquela massa toda para não fazer nada! A vontade saloia de ter um carro à la france ou à la alemagne... e aí estamos nós! A evolução da CEE foi péssima e agora sustentamos uma cambada de inúteis que em Bruxelas, Estrasburgo e por aí pululam a ditar leis...Quanod passarmos a ser contribuintes líquidos é que vai ser lindo! Talvez seja no próximo QREN...Enfim!
      Não pensemos demasiado nisto. Pensemos em como mudar!
      Bjs

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  6. Até partilhei o texto no face! :) Like a lot!

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  7. É verdade andei meio sossegada ehehe Já envio o meu face, mas por e-mail. Lá não estou "anónima" lol

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Hmmm! Let's look at the trailer...