Tudo na mesma. Britannia rules the world, pelo menos assim continuam a pensar e sentir, mas adorei na mesma. O trânsito continua a andar pelo lado errado mas, para compensar, continuam a ter os simpáticos avisos nos passeios. Os cidadãos oriundos do Paquistão e Índia continuam a dominar a hotelaria e os minicabs, ainda há alguns brancos a conduzir autocarros e as moedas continuam a mesma confusão, apesar da simplificação de há já alguns anos (estavam a precisar de outra).
De diferente, pouco: Muitos Espanhóis e nunca pensei ouvir cantar “Que Viva España” em Picadilly Circus, mas é assim (terá sido do campeonato?). Havia espanhóis em todo o lado e os brasileiros começam a invadir o espaço dos paquistaneses. Obras em todo o lado, supostamente para actualizar o sistema de distribuição de água. Parece mais a instalar de novo...
Canary Wharf também surpreendeu e não resisti a beber “a pint “ de t-shirt e calças de ganga onde milhares de cidadãs e cidadãos engravatados se despediam, com uma cerveja, até ao outro dia extra stressante em frente aos monitores dos terminais das salas de mercados ou de outras quaisquer...
Que bom é nada fazer! Para terminar esta experiência só faltava o DLR e fiquei a ver como é o regresso a casa destes executivos. Outros, poucos mas em quantidade que se nota bem, optarão pelos carros topo de gama, mas mesmo topo de gama. Vi alguns Lamborghinis, um TVR (uauh isto é um carro), Bentleys (outro carro) e mesmo um Audi R8 (no comments). Os novos Jaguares XK e XF tmbém estão o máximo. Enfim, por alguma razão é que a TATA Ltd tem a sua sede em Grosvenor Place, juntinho a Hyde park e Picadilly. Queriam melhor? É a Índia que invade, tranquila, pacificamente e no coração do Império. Ninguém se importa porque a marca mantêm-se, os carros talvez até estejam melhores e salvaguardam-se as aparências. Muito Vitoriano e conveniente...Qualquer dia volta a Rover, talvez com sede em Buckingham Palace Road! Desde que não se percam os Lotus 7, por mim tudo bem. Se os chineses e os indianos tomaram conta dessas marcas, é porque alguém deixou...
Outras novidades foram a falta de cestos para o lixo nos interiores das estações, por razões de segurança, veja-se só onde chegou o problema, e os autocarros que dizem ARRIVA ou TRANSDEV, como já muitos dos nossos. Pode ser que assim os nossos fiquem como os deles, pontuais, com lugares sentados e limpos. Queremos os doubledecker a circular em Lisboa e no Porto! Já!
Para terminar a componente turística, um dia na Tower (almoça-se muito bem no “New Armouries”, e assim aproveita-se melhor o tempo. Não pude resistir a ir a Greenwich. O Cutty Sark ainda não está disponível, mas falta pouco. Em 2009 já podemos voltar a vê-lo, ou vê-la no original inglês que muda os navios de sexo e género. Nada a dizer sobre o National Maritime Museum, The Queen's House e, claro The Royal Observatory. Soberbo. Não percam. Aqui fica o link para abrir o apetite: http://www.nmm.ac.uk/
Estar no Observatório, no Meridiano de Greenwich, “The Prime Meridian of the World“ ajuda-nos a compreender melhor aquela questão do “Britannia rules the world”, mas também nos recorda a nossa fantástica epopeia marítima, tudo o que fizemos pela navegação e pela cultura, no passado.
Para terminar o périplo cultural desse dia, ainda fomos jantar ao Planet Hollywood e percebem-se logo as diferenças entre a velha Albion e a cultura do outro lado do atlântico (http://www.planethollywood.com/ também para abrir o apetite)...
Alguém me dizia nesta curta viagem ”nasci no pais errado”. Fiquei triste, porque não é o país que está errado. O que fizeram do nosso país é que foi errado, e a nossa auto-estima está na pior. Nem sequer capitalizamos o que temos de bom!
Há um tipo que diz que devemos dizer Allgarve e outros ficam aborrecidinhos porque um operador truistico chamou ao aeroporto de Faro o Aeroporto de Algarve-Huelva... Está tudo ao contrário e se continuarmos a ser governados por esta cáfila de cretinos e habitantes ineptos do planeta TI-U, pouco nos resta a não ser o passado na memória de cada vez menos...Afinal já tivemos uma princesa portuguesa, que provavelmente fez mais furor que outras actuais, como rainha de Inglaterra e que, entre outras coisas, levou o hábito do chá para Inglaterra. Parece que não foi muito feliz com o Carlos II...Mais uma vez ficámos a perder. No dote íam Tânger, Bombaim e a autorização de navegar nos mares do ultramar, que eram só nossos, como tão bem sintetizou Afonso Lopes Vieira:
“Se um inglês ao passar me olhar com desdém,
Num sorriso de dó eu pensarei:- Pois bem!
Se tens agora o mar e a tua esquadra ingente,
Fui eu que te ensinei a nadar, simplesmente.
Se nas índias flutua essa bandeira inglesa,
Fui eu que t´as cedi num dote de princesa.
E para te ensinar a ser correcto já,
Coloquei-te na mão a xícara de chá”.
Quem poderia dizer melhor?
Este verso foi retirado de: http://www.lusilinha.com/Lusilinha83.htm
Vale a pena ler esse artigo. E ir a Londres, também. Há de tudo, em quantidade, qualidade e também com falta dela...E que dizer da Hotelaria, quando comparada com a nossa? Apetece usar a F word. Mas alguém vai a Londres à procura de Hotéis? Até breve!
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