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domingo, 15 de agosto de 2010

Habilitação académica ou competência profissional?

Não sendo Director de Recursos Humanos (oh Miss Pólo, como eu te compreendo), nem Director Administrativo, Chefe de Pessoal, Encarregado Geral, Coordenador de Departamento, mas um simples operário de gestão, arvorado por vontade própria em operador de emoções, poucos curricula (que se lixe o acordo ortográfico) me chegam às mãos para ler.

Talvez fosse mais correcto dizer que os meus olhitos, que já vão fraquejando, não se deleitam com frequência nessas leituras edificantes, uma vez que leio com os olhos e não com as mãos (refiro-me a assuntos estritamente profissionais).

Esporadicamente lá tenho a sorte de me chegar uma dessas peças, que leio como todas as outras coisas: na diagonal, detendo-me apenas nalguma coisa que desperta a atenção, o que neste caso foi uma frase, que me deixou na dúvida se seria uma característica, formação, curso, atitude, religião ou hobby. E evidente que é daquelas coisas que não favorecem ninguém e só prejudicam, por isso mais valia estar calado: Membro da lista do PS para as eleições autárquicas de XXXX, em 9º lugar.

Naturalmente que o recomendei logo para Secretário de Estado da Igualdade, pois um candidato que publicita um facto destes, suponho que o ache positivo e merece pelo menos uma secretaria de estado, não uma vulgar empresa onde temos que trabalhar, todos os dias e, nalguns casos, como aquele a que o menino se candidata, muita vez mais de 16 horas por dia. Enfim, com uns intervalos para colocar uns posts, depois de ler uns CVs como o seu, o que é raro, felizmente …

Independentemente do Partido, o que me incomoda é verificar que do mais pequeno ao maior, se está na política para tirar dividendos pessoas, para se safar na vida e não por dedicação à causa pública, ao bem comum ou aos seus concidadãos. Não se está na política por outra convicção a não ser a que é preciso sacar o mais possível, porque isto não dura sempre. Não se está na política para servir ou outros e sim para se servir a si próprio, aos amigos, familiares e a todos que possam dar algo em troca ou a quem se devem favores, porque em determinada altura também fecharam os olhos ou olharam para o lado. E isso revolta-me.

Felizmente lembro-me disto de vez em quando para perceber onde estou e porque tomei as decisões que tomei. Ajudam-me a compreender a mediocridade de quem gere os nossos destinos.

Hoje é Domingo, é dia de missa para alguns, descanso para muitos, trabalho para outros e de faxes, para muito poucos eleitos.

2 comentários:

  1. Poucos percebem que um cargo só é importante quando quem o ocupa é tão competente que o coloca nessa "categoria" e não o inverso...
    Abracinho

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  2. Maria Teresa,
    É mesmo...E já estamos num ponto de muito dificil retorno...
    Bjs

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Hmmm! Let's look at the trailer...